O povo do dragão tem um sotaque parecido com o dos russos então leiam assim as falas deles na cabecinha de vocês.
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Estava correndo pela floresta escura, podia ouvir os latidos dos cães e a luz das tochas me procurando, eles não estavam tão longe assim e né encontrariam logo.
Não. Eu não voltaria a aquela vila para ser queimada na fogueira como tantas outras jovens foram, eu não me renderia. Forçei meus músculos a trabalharem, indo além do que jamais corri em toda minha vida, o suor escorrendo pela minha testa, preferia mil vezes deixar a minha incompetência de viver na floresta me matar do que aquele fim certeiro que me esperava.
Ouvi som de água, eu devia estar perto das cataratas, o que significava que já era bem longe da vila se eu atravessasse a ponte estaria segura era logo ali.
Senti quando a barra de meu vestido foi puxada por algo, uma raíz levantada no chão foi meu carrasco, me fazendo cair e rolar ladeira a baixo até bater a barriga em uma pedra. Doeu, e muito.
Quando abri meus olhos a tochas já estavam perto e os cães mais ainda, só havia uma caverna ali e não pensei duas vezes antes de entrar, tinha cheiro de carne queimada.
Os cães chegaram e os homens também mas nenhum de atreveu a entrar na caverna, cochichando entre si e me olhando. Os cães rosnavam e choravam os que estavam na coleira tentavam sair puxando os donos para trás.
— Isso mesmo, é melhor terem medo mesmo, os boatos eram verdade, eu sou uma bruxa e vou destruir vocês se entrarem aqui.— Debocheia abrindo os braços e indo mais para trás onde fui impedida por uma parede.
Senti o bafo quente sair pelas narinas da criatura e assim como chegaram os homens e seus animais sumiram. Fechei os dedos desejando não ser aquilo que eu pensava que era.
Me virei, eu não enxergava quase nada ali mas pelo pouco que via sabia o que era. Um dragão.
— Cantei vitória cedo de mais né?
Fui me movendo para trás vendo a cabeça da criatura vir pra frente comigo.
— A quer saber? Eu não tô nem aí! Sabe o que vão fazer comigo se eu sair daqui? Vão me torturar e fazer entregar outra coitada inocente e aí vão me queimar para pagar meus pecados! Então eu prefiro ser churrasco de dragão do que churrasco de gente. Vai em frente! Me come! — Abri os braços apenas para nada, já que quando os abri a criatura tinha voltado ao fundo da caverna.
—Eu sou tão ruim assim que nem você me quer? — Questionei.
A chuva começou lá fora,então fui até uma parte da caverna onde existiam pedras grandes e me enfiei lá esperando o dia amanhecer. _______________________________________
Acordei quando algo acariciando meu rosto, e logo quando lembrei que estava em uma caverna sozinha me levantei correndo e gritando. Era uma cobra.
Quando parei no meio da caverna, percebi que o dragão não estava mais lá, diferente disso, um garoto de cabelos vermelhos e pouca roupa estava lá sentado perto de uma fogueira, comendo.
