14 de Dezembro de 1976 - Traduzindo

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Lily era uma garota particularmente curiosa e investigativa, isso fazia dela uma boa aluna em algumas matérias em particular como, por exemplo, em Poções - em especial era boa em criar antídotos para os venenos que o professor Slughorn apresentava em sala de aula -, ou como era no caso desta manhã em Runas Antigas - para traduzir seus textos. No entanto, a senhorita Evans não se sentia muito satisfeita com o novo método da Professora Babbling, sortear duplas para a tradução dos textos originais do livro infantil Os Contos de Beedle, o Bardo.

Claro que sortear, não era a palavra que Lily usaria para essa separação, pois lhe faltou muita sorte quando as duplas foram tiradas, já que o seu parceiro era ninguém menos que James Potter. Por mais que aos seus olhos ele esteja parecendo cada vez menos impertinente desde que sua amizade com Severus terminou, ele ainda era o tipo de pessoa que não seria muito bom ter alguma afinidade, a final de contas Potter sempre pareceu atrair problemas e Lily gostava muito de sua existência pacifica.

- Se não tem jeito...- Murmurou depois que a Sra. Babbling negou o seu pedido pra mudar de dupla, alegando que como uma nascida-trouxa seria bom fazer o trabalho com quem já tinha uma ideia do que se tratavam Os Contos de Beedle, o Bardo.

Depois de ouvir todos os protestos dos alunos, a professora explicou a intenção de sua loucura. A Prof. Bathsheda lhes disse que teriam que se acostumar a fazer os trabalhos com essa dupla durante algum tempo, porque quando conseguissem seus empregos, seja como um funcionário do Ministério, como um fabricante de vassouras, ou qualquer uma de suas ambições, lidariam com pessoas que não gostavam e saber administrar uma situação como essa era importante.

Pouco consolados com a justificativa da professora, eles começaram a escolher qual texto preferiam traduzir. Não conhecendo muito sobre Os Contos de Beedle, o Bardo, Evans deixou que Potter decidisse com qual iriam trabalhar. Ele logo se dirigiu a Babbling para que ela anotasse o conto escolhido - O Bruxo e o Caldeirão Saltitante. Então, decidida a passar o mínimo de tempo possível com Potter, o intimou a mais tarde naquele mesmo dia se encontrarem e seu tom de voz deixou explícito que não sairiam até que tivessem concluído o trabalho.

Lily agora se encontrava sentada com todos os matérias que precisaria para fazer a tradução em uma das mesas do salão comunal da Grifinória. Não precisou esperar muito e Potter apareceu com uma copia dos contos originais de Beedle, o Bardo.

- Evans...- Suspirou se sentando na frente da garota.

- Potter.- Cumprimentou de volta e começou a abrir o livro didático, James fez o mesmo e começou a buscar o texto sobre O Bruxo e o Caldeirão Saltitante. - Sobre o que é a história?- Arriscou Evans.

- É serio mesmo?- Por mais que a pergunta parecesse sarcástica, não tinha esse tom quando Potter perguntou.- Tipo, você nunca ouviu falar d'Os Contos de Beedle, o Bardo?- Como se fosse motivo para se envergonhar, Lily corou e negou com a cabeça.

- As crianças trouxas crescem ouvindo historias como A Branca de Neve e os Sete Anões, ou João e o Pé de Feijão.- Contou vendo Potter manter uma expressão pensativa como se tentasse se lembrar de algo.

-A Branca de Neve tem uma madrasta que a envenena, não é? - A ruiva concordou e viu um sorriso surgir no rosto de James.- Ela realmente existiu, era uma megera, Grimhilde era seu nome. Eu acho. - Evans o lançou um olhar duvidoso, a Rainha Má existiu? Conta outra! - Se você quiser eu pego o meu card dos sapos de chocolate, também tem o do João. Sabe, foi bem impressionante a historia dele na época.- Percebendo que deve ter deixado sua perplexidade transparecer decidiu voltar o assunto para o trabalho.

- Sobre O Bruxo e o Caldeirão Saltitante...- Lembrou a ruiva se debruçando sobre o livro de Runas.

- Claro, bom...- James limpou a garganta antes de começar a resumir a história.- O bruxo do conto não gostava de ajudar trouxas como o pai. Então, quando o pai dele morreu deixou um caldeirão que usava para fazer poções de cura para os trouxas, mas o filho se recusava a ajudar.- Potter se jogou para trás, balançando na cadeira sobre o olhar de Evans.- Com o tempo o caldeirão passou a fazer sons de pessoas sofrendo com os maus que os trouxas pediam a cura, ele também criou um pé e começou a seguir o bruxo para todo lado. No fim, ele se cansa de ser atormentado pelo caldeirão e passa a ajudar todos para ficar em paz.- Potter voltou a se sentar corretamente e pegou um dos livros de tradução que gostava de usar.

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