5 de Setembro de 1977 - Monitor-Chefe

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James Potter se tornou Monitor-Chefe da Grifinória, essa era a notícia mais perturbadora que os monitores receberam naquela manhã na reunião com a Vice-diretora, Minerva Mcgonagall. De acordo com as regras, Lily deveria ser Monitora-Chefe com Remus, que era o Monitor dos anos anteriores. Potter não entrava nessa equação.

E o pior ainda está por vir! Os professores acharam que Potter havia amadurecido durante o ano passado. Evans tinha suas duvidas, porque a última coisa que ele fez antes de ir embora não foi somente conseguir boas notas nas provas, mas sim explodir fogos de artificio mais potentes que o normal colocando fogo em algumas bandeiras das arquibancadas do último jogo de Quadribol. Só que quem era ela para dizer algo? Os professores deveriam estar certos, James Potter com certeza amadureceu.

A ruiva tinha certeza que ele ser colocado como Monitor, nada mais era que um sinal de Dumbledore estava caducando. Pois sim, foi isso mesmo que aconteceu, Potter virou Monitor-chefe por indicação direta do Professor Alvo Dumbledore. Mesmo assim, ela continuava sem entender o por quê da Professora Minerva aceitar essa maluquice! 

Enfim, obviamente ela foi falar com Lupin assim que a reunião acabou, precisava saber por quê, diabos, ele havia liberado o cargo para alguém tão irresponsável quanto o melhor amigo. A resposta foi algo que Lily deveria ter previsto, Remus preferia não ter mais responsabilidades e sobre carga de afazeres do que já teria, simplesmente por estar no sétimo ano e precisar prestar os N.I.E.M.'s. Era perfeitamente compreensivo, no entanto de todos os alunos com boas notas, por quê logo Potter? Não poderia ser, por exemplo, Frank Longbottom? Mas Remus jurou solenemente que não havia indicado o melhor amigo a Dumbledore.

Todo este drama, porque Evans não queria ter que passar as rondas anoite sozinha com Potter. Daria aos fofoqueiros, como Berta Jorkins, muito o que falar, já que não era segredo nenhum sobre os muitos convites a Hogsmeade que ela havia recusado. Não podendo adiar o inevitável, Lily se encontrava agora sentada em uma poltrona perto da saída do retrato da mulher gorda, esperando por Potter.

– Pronta, Evans?– Perguntou, mas Lily não conseguiu identificar o que James estaria sentindo pelo tom de sua voz. A única coisa de que tinha certeza era: não é um sentimento negativo. E, normalmente, isso por si só já era preocupante. 

– Sim, vamos. – Então, saiu apresada pelo buraco do retrato pensando que quanto mais cedo começarem, mais cedo deixaria a sua companhia.

Andaram pelos corredores de pedra e mármore, escutando apenas os próprios passos e as portas de madeira estalarem com a mudança da temperatura trazida pela noite. Algumas vezes James pensou em iniciar uma conversa, mas o que diria? Um elogio estava fora de questão, ela normalmente se irritava. Falar de algo que ela gostava, não, isso também não daria certo, Lily acharia que ele a estava bajulando – por mais que Potter não entenda por que Evans não gostaria, já que ela sempre fazia isso com o Professor Slughorn. E se falasse algo de que ele gostasse ela o chamaria de egocêntrico – por Merlin, por que é tão difícil?

– O que foi? – Ouviu a voz da garota o chamar.

James nem notara que franziu as sobrancelhas e tencionou os músculos do rosto pensando concentrado em como iniciar uma conversa. Mas Lily percebeu, inclusive ela estava impressionada que fumaça não tivesse começado a sair das orelhas de Potter e que ele também não começasse a ficar vermelho, segurou o riso com a ideia, mesmo não conseguindo evitar um sorriso.

– Como assim? – Respondeu ainda um pouco desorientado.

– Nunca achei que te veria tão concentrado. Pensando em algum problema? – Perguntou curiosa, mas se alguém lhe perguntasse jamais admitiria que sentiu algum interesse pelos pensamentos de Potter. E além do mais, provavelmente era só seu espirito de boa samaritana querendo ajudar.

– Não é exatamente um problema. – Deu de ombros, mas Evans o olhou desconfiada.

– Bom, achei que você vivesse pensado nisso. – Disse Lily com um ar displicente voltando seu olhar para o corredor vazio, onde muitas pinturas já dormiam profundamente.

– Pensando nisso, o quê? – Foi a sua vez de encara-la.

– Em problemas. – Respondeu simplesmente enquanto viravam o corredor, depois acrescentou: – Se não como resolve-los, onde poderia encontra-los! – Acusou com um sorriso se inclinando levemente na direção de Potter.

– Pois saiba, senhorita Evans, que não estou muito mais interessado em procurar problemas. – Respondeu com o mesmo tom sarcástico.

– Claro, por exemplo, como no ano passado quando explodiu a sala de poções. – Lhe respondeu com um sorriso atravessado no rosto.

– Ei! Eu limpei tudo depois! – Exclamou e Lily o olhou indignada.

– Você implorou a minha ajuda pra limpar tudo depois! – Corrigiu colocando as mãos na cintura indignada.

– Sim, e obrigado, porque no final deu tudo certo. – Eles desceram as escadarias em silêncio antes de James retomar a conversa. – Você ainda não acha que fui uma boa escolha, não é?

– É, tem razão, eu estava pensando nas arquibancadas em chamas. – Potter levantou as mãos e os olhos para o teto como se pedisse benção divina para lidar com Lily. – Mas talvez seja só o Professor Dumbledore mostrando que a idade finalmente o pegou de jeito.

– Não diga isso, Dumbledore só gosta de métodos alternativos. – Evans não se aguentou e explodiu com uma risada muito alta.

– Você é um método alternativo?! – Desdenhou recuperando o folego.

– Com certeza! – Respondeu como se não existisse pergunta mais obvia. – É esperado de um Monitor que ele siga as regras, se comporte bem, que seja prestativo com os professores e basicamente... – Evans o interrompeu.

– Basicamente tudo o que você não é. – Respondeu com um sorriso irônico nos lábios.

– Exatamente! – Concordou ignorando o verdadeiro significado da frase dita pela garota de cabelos acaju. – Exceto pelas boas notas, que é uma das poucas coisas que eu tenho para cumprir esses requisitos. – Advertiu antes de continuar. – Mas se você pensar bem, o que pode ser melhor pra pegar pequenos infratores do que o maior infrator que Hogwarts já viu? – Perguntou apontando pra si mesmo conseguindo tirar uma risada de Lily.

– Você? O maior infrator de Hogwarts? – Perguntou Lily pensando no que Black diria se ouvisse o que o melhor amigo acaba de falar.

– Muito obrigado, é sempre bom ter o nosso esforço reconhecido.- Agradeceu fazendo com que a pergunta de Evans soasse como uma afirmação. – Sabe, foi uma reputação que demorou anos para construir! – Diz em tom de reclamação, mesmo que não seja.

– E um único broche conseguiu arruinar tudo! – Falou apontando para o peito de Potter onde estava o crachá da monitoria.

– Não seja tão drástica! – Reclamou.

Então, a partir de uma conversa cheia de alfinetadas Lily descobriu o por quê de James ser Monitor-chefe, mesmo que agora tivesse algum respeito pela escolha do Professor Dumbledore, ainda achava que ele estava caducando. Enfim, tudo que lhe restava agora era esperar e ter certeza que Potter cumprisse com o que disse, pegar pequenos infratores no flagra. 

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Oi, quem tá lendo minha fic!

Como vocês estão? 

Agora a coisa vai começar a evoluir! Teremos momentinhos lindos e fofos e charmosos! E vou dar um spoiler de manhã! Snape aparece! 

Deixem a ⭐! E o 💬!

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