Mariana olhava o anel de compromisso em seu dedo e se via perdida em pensamentos ao encarar a jóia por longos minutos.
Desde a sua volta de Munique a mulher por vezes se via refletindo no antes, presente e no futuro do casal.
Ela sentia todo o amor do mundo por Coutinho, não tinha a menor dúvida de seus sentimentos pelo jogador. Philippe também a amava, Nana não tinha mais dúvidas. Mas ainda assim, parecia ter um grande entrave naquele relacionamento.
As coisas deveriam ser simples.
Eles se conheciam desde a infância, já haviam partilhados tantos momentos, confidências. Ambos se conheciam tão bem, nunca foram de fazer cerimônias um com o outro.
Sempre foi simples para eles. O que mudou?
Em que momento Philippinho e Nana, aqueles dois de toda uma vida que viveram momentos de confusão no campinho da rua de baixo a situações de tanta troca de carinho como nas vezes em que Phil acabava perdendo algum jogo decisivo e recorria a Nana para desabafar, acabaram se perdendo naquele relacionamento?
- Mari, não vai embora? - A voz de André soou fazendo a mulher sair de seu transe e levantar o olhar para o amigo que estava parado a sua frente.
- Estava te esperando, preciso de uma carona. - A mulher disse e levantou-se da bancada do pub.
Já passavam das 3h30min da manhã daquela sexta-feira. A última do ano.
- Caramba Mari, eu não sabia. Por isso demorei no depósito, estava verificando algumas bebidas.
- Relaxa, Dé. Não tenho presa pra ir. - Mariana dissera e André franziu o cenho.
- Philippe chega em algumas horas, não é? - Mariana assentiu com a cabeça. - Aconteceu algo entre em vocês? Tá tudo bem?
Nana soltou um riso anasalado.
- Dé, eu odeio esse teu super poder em ler as pessoas.
- Eu sou um bom observador. - Ele riu. - E então quer conversar sobre?
- Não se preocupa, talvez eu só esteja nervosa com a chegada dele. - Ema assegurou. -
- Nervosa? - André questionou. - Você Mariana tá' nervosa pra encontrar o Philippe?
- Isso soou patético? -Nana riu.
- Estranho é a palavra certa, pra quem conhece vocês dois e te ouvir falar isso é um pouquinho curioso. - André disse fazendo a amiga soltar um longo suspiro.
- É, pode ser. - Ela resmungou. - Vamos embora?
Naquela madrugada Mariana sentiu seu corpo tenso, ia além da carga de trabalho exaustiva devido as festas de fim ano.
Era pela chega dele, sabia que tinha algo a ser feito, e temia o momento do encontro.
Ela viu o sol nascer ali pela janela de seu quarto, viu quando Philippe lhe mandou uma mensagem avisando que já estava no Brasil e que iria o mais breve possível na casa dela.
Sentia sua cabeça latejar a todo instante, sentia sua pálpebra cansada mas de forma alguma conseguia dormir. Tentou por várias vezes, mas sempre acabava virando na cama de um lado para outro.
Nana ouviu os passos de seu pai que sempre acordava cedo para se excitar, ouviu o mesmo falar em ligação com alguém e preparar o café da manhã logo em seguida.
A mulher levantou-se para olhar as horas e viu que faltavam poucos minutos para 6h00min. Precisava descansar, sentiu a necessidade dos remédios para a insônia que Raul usava algumas vezes.
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Agridoce - P. Coutinho ✔
RomancePhilippe Coutinho e Mariana Belchior se conhecem desde a infância. Suas famílias sempre foram amigas, e esse laço se firmou mais ainda quando o pai de Mariana resolveu empresariar Philippe. Mesmo com a amizade e o carinho entre as duas famílias, Phi...