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Philippe Coutinho

Se passaram um pouco mais de uma semana desde a chegada de Nana, eu vivia bons dias mesmo estando ocupado a maior parte do tempo com o clube. Nas horas livres eu me esforçava ao máximo para compensar a minha ausência.

Eu sentia que em alguns momentos Nana parecia está receosa com algo, me questionei todas as vezes se era algo conosco, não cheguei a perguntar o motivo, mas lhe observava com cautela quando via seu olhar perdido e seu sorriso pouco espontâneo quando ela me flagrava.

Com isso eu também acabara ficando neurótico, alguns detalhes me incomodavam e preferia não os expor para não criar um problema.

Não era bem isso que eu esperava de um começo de relacionamento, Mariana parecia está longe do meu alcance em alguns momentos.

Ela estava arrependida de ter começado uma história comigo?

- Philippe caramba, em que mundo você tá? - A voz de Mariana me fez sair do transe enquanto eu olhava a minha namorada cortar os legumes para o almoço. - Eu tô a um tempão te pedindo pra me ajudar aqui.

- Tava te olhando, não pode? - Digo e vejo um sorriso discreto nascer no canto dos seus lábios.

- Corta essas batatas que eu vou adiantar a sobremesa. - Ela disse.

- Vai fazer pavê?

- Humrum, como você sabe? - Nana dissera e riu.

- É a única sobremesa que você sabe fazer e que não causa uma má digestão depois. - Brinco e sinto sua mão pesada contra minhas costas.

- Continue desdenhando dos meus dotes culinários e deixo de cozinhar até o dia que for embora.

- O seu pavê é o melhor. - Digo puxando-a contra mim e vejo seu sorriso sarcástico rotineiro nascer.

- Falso. - Ela disse e eu selei minha boca na sua em um selinho. - Nem vem Philippe. - Nana disse quando eu levei minhas mãos ao seu quadril pressionado-a contra mim.

- A gente ainda não fez na cozinha. - Digo e vejo sua pele arrepiar quando meu lábios entram em contato com a pele do seu pescoço.

- E nem vamos. - Nana disse se desvencilhando dos meus braços. - Ah, comprei a passagem, quando você voltar de viagem eu já vou ter ido.

- Já? Porra Nana, o que custa você me esperar ir para o Rio mês que vem? - Resmungo e a vejo revirar os olhos.

- Por Deus Philippe, eu já te falei umas quinhentas vezes que não dá para deixar minhas obrigações por mais quinze dias. E afinal, o combinado foi esse, não foi?

- Você pode ficar se quiser, sabe disso. - Retruco.

- Já está cortando os legumes? Vou precisar deles em 10 minutos. - Mariana dissera encerrando o assunto e indo até o armário.

Soltei um riso anasalado e senti o olhar de Nana sob mim mais uma vez.

- Eu nunca me acostumei com essa tua mania de mudar de assunto quando quer fugir da conversa. - Digo e me viro para o balcão.

- Eu não faço isso. - Nana protestou.

- Você faz e com frequência e em algumas vezes é grosseira. - Continuo a dizer enquanto continuo o trabalho de Nana com as batatas.

- Com você? - Mariana disse e desviei meu olhar para ela. - Eu sou grosseira com você? - Ela tornou a perguntar.

- Pior que eu sei que na maioria das vezes você não faz por mal. - Resmungo e volto a dar atenção aos legumes. - Esquece isso.

Agridoce - P. Coutinho ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora