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Mariana Belchior


Ter sido pega aos beijos com Philippe enquanto estava sentada em seu colo pelo rapaz que veio nos ajudar com o carro havia sido uma das cenas mais constrangedoras da minha vida.

O alemão havia chegado em seu carro e estacionando praticamente ao nosso lado, com ambas janelas abertas ele teve total visão do que acontecia.

Eu senti meu rosto esquentar no exato instante em que ouvir a buzina de seu carro soar e o homem rir em nossa direção.

Eu sai de seu colo de imediato e a minha vontade era de cavar um burraco e enviar a minha cabeça dentro, principalmente ao ouvir o mais velho falar algo e Philippe rir.

- Ele pediu desculpas por atrapalhar um momento tão íntimo. - Philippe traduziu para mim.

- Eu quero morrer nesse segundo. - Resmungo envergonhada para Philippe e escuto a sua gargalhada soar mais uma vez.

O alemão que atendia pelo nome de Kívt e que se arriscava no espanhol para conversar com Phil após alguns longos minutos analisando o carro nos dissera que não passava de um superaquecimento.

Eu não me interessava nem um pouco no que Kívt falava, meus pensamentos se remetiam a apenas uma coisa, ou melhor, uma pessoa. Philippe.

Tudo o que ele havia me dito, nossos contatos, os beijos...

Eu tenho total consciência de que eu não estava sendo nenhum pouco discreta ao observar cada movimento de Philippe que conversava com o mecânico.

Phil havia se declarado para mim a poucos minutos, eu estava anestesiada depois de ouvir cada palavra que saiu de sua boca.

Eu me negava a aceitar que eu havia sido tola ao ponto de não perceber suas intenções.

Philippe era de fato extramemte atencioso, sempre mantivemos contato, não eramos de nos falar todos os dias, mas não passávamos muitos dias sem nos falarmos. Phil não se incomodava quando eu ligava para ele na madrugada para reclamar sobre o trabalho ou sobre qualquer outra besteira de aconteceu comigo. Ele me escutava e sempre ficava atento a cada detalhe do que eu lhe dizia, mas sempre com suas piadinhas e implicâncias que eu já estava acostumada.

Comigo aconteceu exatamente a mesma coisa que Philippe havia dito, eu cresci ouvindo de todos os que nos rodeiam que ele era apaixonado por mim, mas me custava acreditar que fosse verdade.

Quando nos encontrávamos Philippe não fazia cerimônias ao me tratar, era normal ter o jogador agarrado ao meu corpo, ou sentir seus lábios em contato em meu pescoço.

E para ele não importava se estávamos reunidos com nossas famílias ou amigo, o que me fazia lhe repreender sempre, já que depois nós dois viravamos o assunto a ser comentado.

André era o que mais comentava sobre Philippe, e ele ria todas as vezes que eu falava que Phil falava que ele era o apaixonado da história. Dé sempre dizia que eu não podia ser tão boba ao ponto de não perceber o ciúmes que Philippe sentia ao me ver ao lado de dele.

Ele sabia da paixonite que eu tive por Philippe anos atrás.

Philippe estava sempre acompanhado por alguma mulher, ele raramente comentava sobre suas ficantes, mas eu sempre sabia por meio de seus irmãos ou até mesmo por site de fofocas que noticiavam quando ele estava com alguma personalidade da mídia.

E contudo isso, sempre que insistiam no assunto eu me questionava. O que ele havia de ver em mim? Eu não fazia seu tipo, éramos diferentes em muitos aspectos. Não fazia sentido.

Agridoce - P. Coutinho ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora