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Philippe Coutinho

Os dois dias em que eu estive fora de Munique pensei em Mariana mais do que gostaria.

Não era a primeira vez que Nana era a dona dos meus pensamentos e me tirava o sono.

Mariana e eu não falamos mais sobre o que aconteceu na minha casa alguns anos atrás e ela também não me repreendeu pelo selinho que lhe dera recentemente, pelo contrário Mariana estava contida, e mal falou comigo por mensagem como de costume, havia me enviado algumas fotos das minhas sobrinhas que haviam chegado ontem junto do meu irmão e minha cunhada e só.

Depois de uma vitória fácil sobre Freiburg pela Busdeliga eu estava finalmente em casa.

Depois de largar a mochila em cima da minha cama e trocar de roupa fui para a área externa da casa onde estavam, meus pais, Raul, minha cunhada Emili e meu irmão jogando cartas, e Nana que olhava meus minhas sobrinhas brincarem.

- Tio! - Bela gritou ao me ver e veio correndo em minha direção, Carol e Sofia vinheram atrás e me agachei para receber os abraços calorosos das meninas.

- A gente te viu ontem pela tevê. - Carol disse empolgada e eu peguei Sof no colo.

Bela tinha onze anos, Carol nove anos e Sof quatro anos.

- Gostaram do gol que o tio fez? - Perguntei e as meninas assentiram com a cabeça. - Eu estava morrendo de saudades de vocês. Como estão, hum?

- Bem, o senhor vai brincar com a gente? - Bela perguntou.

- Claro, daqui a pouco nós jogamos. - Bela assentiu com a cabeça.

Peguei Sofia no colo e Bela segurou minha mão e nos aproximamos da mesa aonde os demais estavam jogando.

- Você foi fantástico ontem, Phil. - Raul foi o primeiro a me cumprimentar.

Sof fez menção de descer do meu colo e eu o coloquei no chão novamente, ela junto de Bela e Carol correram para perto de Mariana que olhava de forma indecifrável para mim eu ri para ela, e ela retribuiu o sorriso, mas desviou o olhar para as meninas.

Cumprimentei meu irmão e minha cunhada, dei um beijo em meus pais e caminhei até Nana que estava sentanda observando as meninas correrem.

Me sentei ao seu lado, e Mariana olhou brevemente para mim, mas logo voltou sua atenção para as pequenas.

- Tá tudo bem, Nana? - Pergunto.

- Parabéns pela vitória de ontem, você foi muito bem. - Ela disse.

- Mariana, tá tudo bem? - Volto a perguntar e Nana suspirou.

- Tá sim, eu só tô com a cabeça cheia e estressada.

- Sei - Resmunguei. Eu a conhecia bem para saber que ela estava mentindo.

- É sério.

- Mariana, eu te conheço. Você tá indiferente comigo.

- Claro que não Philippe. Eu já te contei o que tá acontecendo.

- Se você tá dizendo...- Resmungo.

- Relaxa. - Ela disse.

- Ei, vocês dois vamos jogar - Meu irmão disse chamando atenção.

- Eu topo se for uma partidinha de futebol. - Mariana disse.

- Ídem. - Digo.

- Ótimo, Philippe fica no meu time. - Raul se adiantou em dizer fazendo Mariana estreitar os olhos e balançar a cabeça negativamente.

Agridoce - P. Coutinho ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora