Sinceridade é algo a se conquistar.
Minha cabeça estava no lugar, mas minha mente ficou fora de órbita, era inebriante pensar, racionar. Quando se é jovem você apenas quer ser ouvido, talvez respeitado, ter a sensação que tem o direito de escolher, de opinião.
Mas quando se tem pais que jogam na cara que fazem o que fazem, para seu bem, era demais, sobrecarregava, não queria culpa-los, por isso culpo a mim mesmo, talvez porque eu saiba que não sou o filho perfeito que queriam, mas sou o que sou, e felizmente não o que querem que eu seja.
Meu drama começou pela manhã, quando meu pai me obrigou a ir na cidade com ele para comprar sementes, onde já se viu, plantar flores de bom grado? Aqui não havia nenhuma coloração de um jardim, além do verde morto por toda parte, a única coisa que parecia viva, era as árvores, fortes e saudáveis, com sua casca grossa era quase incapaz de se derrubar.
E eu sinceramente não sei por que vim, já que fiquei olhando a rua enquanto ele procurava por boas sementes, bufava de cinco em cinco minutos querendo sair dali e voltar para casa, minhas mãos estavam em seu casaco protegido do frio que fazia na parte de fora da loja, me virei olhando a vitrine podendo ver o mais velho já saindo do local, dei graças e andamos até o carro, com minha carranca eminente.
— Não foi tão ruim assim— o velho disse, ligando o carro, provavelmente notou minha cara de desaprovação.
— Eu odeio esse lugar.— disse sem mais nem menos, olhando para a janela, consegui capturar o suspiro do meu Pai, que era um homem de poucas palavras.
— Vai se acostumar.
E se antes eu já estava de mal humor, agora estou a própria Cobra, capaz de lançar meu veneno por todo o planeta apenas com um olhar, só faltava o chocalho na porra do meu rabo. Desculpem o vocabulário, mas vocês vão ouvir muito disso daqui para frente.
— Vai me ajudar a plantar?— o mais velho quebrou o silêncio, era domingo ainda, então eles não trabalhariam, o que em partes era ruim, se fosse possível meu riso sarcástico teria saído da minha mente. A casa já podia ser vista ao longe.
— Você nunca gostou de jardinagem, porque isso de repente?
— Achei que dar uma cor ao lugar era o bastante —deu de ombros.
— A casa já é azul, não piore as coisas.— o carro foi estacionado, ele não disse nada, como sempre. Fui o primeiro a sair do automóvel indo para dentro, capturei minha mãe com os olhos na cozinha, trabalhando.
Se trabalho fosse submetido a escravidão, eu passo. Sempre imaginei no meu próprio mundo nada lúcido, que ficaria de joelhos perante um homem de pau grande e olhos canibais, não um velho que me dava ordens de como fazer meu trabalho, enquanto eu me matava enfiado em uma sala suja com papéis. Por isso eu seria meu próprio chefe, mas demoraria.
Eu precisava de uma distração, e ela seria Taehyung. Mas ele não apareceu, nem sequer saiu do sótão, e quando já era de tarde meus instintos me levaram até sua porta, mesmo que ainda estivesse com raiva do acizentado depois de me deixar na situação que fiquei ontem.
Bati cautelosamente, mas ninguém a abriu, tentei chamar seu nome, porém sem resposta, suspirei pesado franzindo o cenho, derrotado desci as escadas, e me assusto com Jin só com a cabeça para fora com seu sorriso sinistro na parede do porão.
— Assombração.— depois de me recompor, desci totalmente.— Oi Jin.
— Olá Jimin, como passou a noite?— perguntou educadamente, saindo de onde seria corpo estava escondido.
— Duro. E você?— sem farpas apenas falei.
— Dormi ótimo, Namjoon chegou tarde, mais havia deixado uma sopa para ele.— certo, tinha essa situação que eu não sabia lidar.
— Claro.— apertei meus lábios, em um sorriso raso, me veio a mente que eu precisava de uma coisa, as chaves, eu não desistiria, não tão cedo.— Ah Jin, eu preciso de um favor seu.
— Claro, pode falar.— se mostrou atencioso ao meu pedido.
— Preciso voltar aonde me deu aquela caixa— sua cara era serena— você tem razão, eu gostei daquilo.
— Que bom, fico feliz— e ele estava.
— Pois é, o problema é que falta alguns papéis, e não estão na caixa, pensei que encontraria se voltasse lá.— maneirei a cabeça para atrás da casa.
— Bom, claro por que não.— ele desceu os degraus de cimento para dentro do porão, fiquei esperando seu retorno enquanto ouvia o som do vento balançando as folhas das árvores medonhas— Aqui
Ele voltou com as chaves, me dando na mão, a princípio pensei que ele iria comigo, mas ele negou.
— Estou ocupado no momento, então me entregue amanhã as chaves, tudo bem?— afirmei, dando meia volta pronto para ir até lá, mas fui parado pelo mais velho, rolei brevemente os olhos ainda de costas para si, e quando virei para olhar ele dei meu melhor sorriso antipático.
— Sim?
— Não demore muito lá. — Sua cara antes contente ficou séria, até demais, me fazendo ter um arrepio na espinha, o vi ir embora entrando para dentro, pisquei algumas vezes, caminhando agora firmemente até meu destino.
— Eu ein.

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Pompeii
FanfictionPark Jimin tem sua vida de cabeça para baixo, após se mudar para uma casa antiga, onde muitos mistérios ficaram por debaixo do tapete. Jimin se arrependeria, se não tivesse gostado tanto do pesadelo. *╔═══❖•ೋ° °ೋ•❖═══╗* Começo: 2 de abril de 2021 T...