dinner

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Sejamos francos

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Sejamos francos.

Já pensaram na possibilidade de tudo isso, ser uma grande mentira, uma coisa maior conspira a este mundo, isso é fato, não tem como negar isso. Mas a tantas dúvidas que vai saber se serão respondidas, é muitas oportunidades para quem sabe admirar com bons olhos.

Eu enxergava tudo no preto e no branco, me fazia de surdo e mudo em algumas situações, mas quando você cresce, você entende. Bom, boa parcela na verdade, mas o que eu quero dizer com isso isso?

Se passaram uma  semana  depois da incrível mudança que ocorreu na minha vida, tentando me adaptar rapidamente, a casa, aos vizinhos, ao meu quarto, tudo. Comecei a andar com Taehyung quando ele chegava pela tarde da escola, e não era como se fossemos agora melhores amigos, não, não queria me prender a isso, mas falando verdadeiramente, eu precisava disso, precisava de companhia.

Comecei as minhas aulas, e como previsto todos eram chatos e sem graça, como eu, só que de uma maneira diferente. Taehyung não estudava comigo, e isso dificultou minha distração na aula, no recreio e na hora da saída, mas hoje era sábado, e não tinha nada disso, atualmente estou eu na escada do sótão, com o tal dito apoiando sua lombar no corrimão enquanto eu estava sentado, não tínhamos algo de interessante a se falar, mas curtimos a briza do vento gélido que passava.

— Como estão as aulas?— O maior perguntou, automaticamente rindo pelo meu rolar de olhos tedioso.

— Não seja igual meu pais. Eles perguntam isso quando chegam do trabalho, mas nem olham na minha cara, só marcham em outra direção— neguei descontente.

— Bom então esquece— sorriu, já estava acostumado de ver o sorriso quadrado e com dentes perfeitamente alinhados dele.— Falando neles, Jin convidou a gente para comer hoje a noite— murmurei um ruído— você vai não vai?

— Eu ainda estou pensando na hipótese disso.— Taehyung me empurrou fracamente, reprovando minha atitude.

— Ya! Ninguém rejeita comida de graça— isso era verdade, confirmei suspirando, mesmo assim não confirmei nada.

Desde o dia em que li aqueles textos do antigo dono, fiquei em resguarda, me perguntando se era realmente uma boa ideia saber o que ele guardava, mas a fascinação de descobrir, era demais, então oportunidades de saber, eu tinha, então decretei.

— Que horas?

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Quando a noite chegou, estranhamente estrelada, estava me arrumando. Era apenas um jantar então não fiz um alvoroço para me aprontar, meus tópicos tênis estavam em meus pés, e minha calça surrada e camisa de uma marca qualquer no corpo.

Desci as escadas pronto para deixar a casa e ir para o porão, mas fui barrado pela voz do meu pai que lia um jornal na cozinha.

— Aonde vai?— seus olhos não saiam do maldito papel.

— Vou jantar na casa do vizinho, ele me convidou.— Disse, esperando alguma reação, até negação.

— Diga olá por nós—  minha mãe também estava na cozinha, em vídeo conferência pelo celular. Não disse nada e apenas saí.

Pulei os degraus e desci mais alguns para chegar até a porta do porão, batendo fraco, ouvi um "já estou indo" e esperei, a porta foi aberta e observei Jin sorrir parar mim.

— Oh Jimin, venha, pode entrar.— ultrapassei ele, o lugar em si era pequeno, mas bem aconchegante, havia uma vibe de cartomante, pessoas que mexem com o futuro através de cartas, e um cheio que não reconheci.

Não foi difícil achar a cozinha, já que ela ficava na sala, e Taehyung já estava por ali, deu um breve aceno e me chamou para sentar perto dele, estiquei meus lábios e me sentei.

— O jantar está servido.— Jin voltou de uma parte da sua pequena casa com uma grande panela, era sopa, e eu amo sopa. Engoli o acúmulo de água que  se formou na minha boca e vi o vapor sair quando a tampa foi retirada. O mais velho fez um sinal para que pudéssemos tirar a comida e colocar em nossos pratos.

O silêncio foi quebrado por mim que havia sentido a falta de algo, o tal Namjoon, aparentemente eu nunca o vi por fora do porão, apenas Jin que teimava em ajeitar a antena.

— O Namjoon, não vai comer conosco?— eu vi pelo canto do olho, Taehyung se engasgar com a comida, bati em suas costas não entendendo sua reação exagerada, o vi se aliviar aos pouco e esperei alguma resposta de Jin, que apenas sorria parecendo está paralisado— Jin?

— Ah! — ele piscou várias vezes— ele está a caminho logo logo.

Achei obviamente estranho, mas era do cotidiano dele fazer essas coisas, então comi quieto, e comi mais. O fato é, o ar ficou pesado demais, mas isso não foi o suficiente para tirar a minha fome, mas parece que a de Taehyung sim, ele conhece Jin a bastante tempo, então as conversas entre os dois não tinha nenhum sentido para mim.

Depois de alguns minutos abandonei o porão, dando adeus a Jin e sendo acompanhado por Taehyung, que parecia querer me dizer algo.

— Anda, desembucha logo— apressei aquele suspense, ficamos próximo as escadas do sótão.

Er— limpou a garganta passando a mão na nuca— O Namjoon, ele morreu a quatro anos.

— Todo mundo morre nessa casa?— disse exaltado, me sentido mal por ter perguntado sobre o falecido, mas Jin tratou aquilo como se ele ainda estivesse entre nós, talvez o trauma tenha sido grande.

— Não exatamente, Namjoon era o falecido marido de Jin, que foi lutar na guerra, mas nunca mais voltou, Jin se recusou a acreditar dizendo que olhava ele passeando pela floresta, mas não sei.

— Você não acha, que aqui pode ser um cemitério Taehyung, abaixo de nós?— falei sério mas ele apenas riu— Do que está rindo?

— Jimin, muita das coisas não tem explicação, mas Jin é apenas um dos muitos que ficaram só, após a guerra, é relevante o estado dele.— Deu de ombros— Pois é, o Hoseok também teve o final nada feliz.

— Hoseok?— parei na hora que ele disse esse nome, e eu lembrei do exato momento em que o li em um dos textos da caixa que está em meus quarto— Quem é?

— Ele desapareceu pelas redondezas— apontou para a devastação escuta só nosso redor— todos acham que a terra é amaldiçoada, mas minha vó continua viva, então quer dizer que não passa de barbela.

— Ou talvez, sua vó  apenas sobreviveu porque é a mais sábia de todos.

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