good luck

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Não confie em todos, nem na sua própria sombra, ela pode não ser sua de fato.

Estou interrogativo com   pingo, aparentemente ele estava normal, sem fraturas ou sujeita alguma, seu olhar era inocente e despreocupado, esse era o problema. O bichano sempre manteve seus olhos em alerta, questionava tudo e a todos, desconfiado sempre, sem excessões.

Me interessa saber, porque ele gostou de Taehyung tão facilmente, ou dá casa em si, era estranho. Suspirei parando de queimar o gato com minhas orbes, e fui tomar banho, fiquei tanto tempo no quarto, que não sai desde que cheguei. Já era de noite, e o céu está estrelado, nenhum sinal de chuva excessiva, lamentei, pois isso me ajudaria a dormir, não em pensar que estava alucinando.

Eu precisava ver Jin, eu sei o que dizem, e me lembro o que falei, mas precisava saber a verdade, por mais que não fosse lúcida, eu tinha a plena certeza de que havia coisas naquele porão, por isso fiquei minutos debaixo do chuveiro, remoendo os acontecimentos, Taehyung não veio atrás de mim e agradeci por isso, não estava com cabeça para sinais de pena, eu tinha que manter a verdade que escolhi, não estou louco.

Como estava quente, vesti apenas uma bermuda folgada, e uma camisa branca com meu cordão sempre no pescoço, desci as escadas antes de conferir que pingo me acompanhava para o andar de baixo, meus pais estavam na sala, deixando a televisão ligava enquanto trabalhavam, Suspirei, não valia apena dizer nada do que ocorria, meu Pai me  internaria  se contasse.

Afinal o que eu diria? "Bom Pai, mãe. Desde que nós mudamos para cá, vem acontecendo coisas inexplicáveis, o Jin é maluco e acha que Namjoon está vivo, quem é Namjoon? Ah, ninguém só o marido dele que morreu, pois é, ma-ri-do ele é gay, e sabe quem mais é? EU, gosto de pau mesmo e quase transei com Taehyung debaixo de vocês, literalmente, e tem mais! A casa é assombrada.

Sacudi minha cabeça me livrando do pensamento patético que tive, sem  dar explicações apenas saí, fechando a porta cuidadosamente, o vento agradável tirou metade da franja azul escura da minha testa, e aproveitei a briza, logo fui até a casa dele, batendo e esperando que ele me atendesse, o que não demorou.

— Oh Jimin, sua presença é sempre uma surpresa— sorriu, tentei fazer o mesmo mais parecia que estava querendo fazer cocô.

— Preciso conversar com você, é importante.— ele avaliou a situação, mas por fim me deu passagem, e entrei, limpando os meus pés no tapete escrito bem vindo, casual. O mais velho economizava energia usando velas, não havia janelas por ser debaixo da terra, o que deixa tudo macabro, mas o ar era aconchegante, me fazia lembrar de minha antiga casa, admirei o tapete na parede, enfeitando o local.

Do lado tinha um pequeno corredor, supôs ser do quarto do maior, não querendo ser intrometido não olhei mais nada com o aspecto curioso, me virei e esperei ele fechar a porta.

— Sente-se.— me levou até o sofá perto da mesa de jantar, ficamos de frente um para o outro, e tirei a chave do meu bolso traseiro o entregando— Ah sim, já estava me esquecendo.

— Quem é JJ, Jin?— Seu sorriso saiu devagar do rosto, parecia abalado, ele sabia, sabia quem era. Se levantou indo até o gancho perto da porta, colocando a chave lá, junto com várias outras que não dei atenção, ainda de costas ele disse.

— Estima-se que era um suicida.

— Ele não era suicida, e sim um louco— ajeitei sua fala.

— Então leu os textos— se virou e confirmei com a cabeça.

— Sim, eu li. O engraçado vem depois— franziu o cenho— a caixa que você me deu, ela sumiu, assim como tudo dentro daquele porão.

Seus olhos se arregalaram, sua boca ficou entreaberta e seu peito subia e descia em uma velocidade moderada, andou em passos rápidos até mim, e me afastei sentando de frente agora, ele se agachou perto dos meus joelhos.

— Escute Jimin, ele não quer que eu diga, mas você precisa ter cuidado— Disse aflito.

— Quem, ele quem Jin?— o mais velho negou.

— Quanto mais você sabe, mais ele chega perto. Somos fantoches, não deixe que ele consiga fazer  de você  sua  marionete.

Eu não entendia, não conseguia compreender.

— Jin, me explica isso direito, não tô entendendo porra nenhuma, caralho.

— Preste atenção, não ouça os ratos, quando escutar durma e se não conseguir fuja. — Foi seu último aviso, antes de se levantar, fiz o mesmo o encarando.

— O que é o sentido Coraline?— Era evidente que eu não podia saber, já que como ele disse, saber mais poderia me levar a coisas piores, é a primeira vez que eu vejo que aprendizado é um erro.

— Você não pode saber— negou se afastando, olhava constantemente para a porta.

— Mas porque caralhos então você deu aquela caixa pra mim?!

— Jimin, coisas aqui acontecem sem explicação, sem contexto, fiz isso tantas vezes que quase me surpreende ter dito isso a você.— perecia ter se dado conta do que disse, e se castigou coçando a parte de trás da sua nuca.

— Como assim tantas vezes?— era perceptível, sairia dali de mais abanando, meu psicológico estava afetado, e como eu queria que a razão disso fosse sofrer por amor, talvez fosse mais fácil.

Minha vida antes de vir para cá, tinha sentido, razão e coerência. Agora tudo perdeu a cor.

— Não confie em ninguém. Nem na sua própria sombra. — Ele procurava alguém pela porta, não ligando para minha pergunta, e eu já começava a ficar agoniado, pensei que teria respostas, mas tudo ficou mais complicado. Desisti de argumentar, de perguntar ou de ficar ali, por isso fui embora, mas antes meus olhos ficaram presos no gancho, mais especificamente em uma chave solta, completamente diferente das outras, era vermelha, e na ponta tinha um forma de osso fino.

Voltei a realidade, abrindo a porta e saindo de lá, mas antes olhei para Jin, que sorria como sempre.

— Algum outro conselho? — Arqueei uma sobrancelha.




— Boa sorte.



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