Coraline

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Não andei muito até dar a volta na casa, mirei as correntes enferrujadas mergulhado em pensamento aleatórios e nada positivos, com certeza alguma coisa daria errado.

Foi por isso que tirei as correntes, abrindo o segundo porão, deixei bem aberto descendo devagar, liguei o interruptor que ficava no teto próximo a lâmpada já velha. Comecei a vasculhar tudo, atrás das prateleiras sujas com alguns bichos, e em caixas grandes largas por ali, mas não encontrei nada, até parar meus olhos em cima. Um papel, da mesma cor que os outros em que tenho guardado no meu quarto, metade dele era quase enterrado pela poeira, enquanto uma minúscula parte se movimentava pela corrente de vento passava por ali.

Só tinha um problema, era alto demais.

- Cacete- tentei pular, mas meus dedos não chegavam até lá, coloquei meu pé na prateleira arriscando de cair, e com impulso eu subi para pegar o papel, caindo terra no meu olho, e com o desespero eu fechei os olhos pronto para o baque no chão, que foi o que aconteceu, aquilo só não caiu em cima de mim por sorte, se não estaria mais ferrado que já estava, ralei meu braço ao bater no chão. Fiquei alguns minutos lá, grunindo com um pouco de dor, até levantar cambaleando.

- É isso que dá, querer ser um curioso.- com o papel ainda em mãos limpei minha bunda suja e meu rosto, e meu descuido foi não dar atenção a porta metálica, só vi um vulto passando no finalzinho, parei esperando voltar, mas não aconteceu, escondi o papel em meu bolso saindo do lugar, botei minha cabeça para fora examinando o lugar, mas não tinha ninguém- Jin é você?- sem Resposta- Taehyung?- ainda nada

Bufei, dando só por impressão ter visto algo, tranquei aquele lugar, revisando se o cadeado estava bem preso e fui para casa, passei pela escada com minha mãe as descendo, com seu café em uma mão e o computador em outra.

- Mexeu com terra?- para alguém que não dava atenção ao que eu fazia, pareceu em alerta.

- Talvez.- não dei importância e só subi sem remorso, agitado e aflito, pingo estava na cama tirando sua soneca da tarde, o que era para eu estar também a fazer, mas decidi deixar para depois e apenas arranquei meu casaco de meu corpo, ficando apenas com a camisa preta surrada, tirei o tal bendito papel, pronto para ler, algumas palavras quase se apagavam mas não foi difícil decifrar.

" Eu vi, vi o sentido Coraline. Vi todo seu esplendor e maravilhosíssima paisagem, o ultrapassei, porque me chamavam, e se certo ponto eu não quis mais voltar a minha vida antiga e chata, por isso estou partindo, nunca mais voltarei, e a todos que me encontrarem, me chamem de louco, não de suicida.

JJ."

- JJ?- virei o verso, procurando alguma coisa, mas apenas vi a data- 1997.- isso era velho, demais para raciocinar, estávamos em 2025 e o lugar parecia ser o mesmo de séculos a trás, era fascinante e o que quer que fosse o sentido Coraline, me deixou mais embasbacado por tentar descobrir, ou talvez quem quer que fosse JJ estivesse mesmo louco.

Porém não suicida.

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