Reflexo

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Vamos q vamos com mais um cap, esse aqui é um dos meus favoritos. Entramos agora na terceira e última parte da fic. Sim, MFP está chegando ao fim, mas calma que ainda tem muito dedo no cu e gritaria pra rolar, tipo muito mesmo rsrsrs. Queria pedir pra não xingarem o Sérgio a partir daqui (mentira, tá liberado) pq ele ainda vai dar mt ódio. De trouxa manso à filho da puta, e a Raquel de escrota à coitada, gostaro?

Espero que gostem do cap!!

Alerta gatilho: Estupro, morte, suicídio, aborto.

Obs:

Pôr a cabeça de alguém à prêmio = oferecer uma recompensa pela morte de uma pessoa.

Polígrafo = Famoso "detector de mentiras"


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Raquel

Minha cabeça doía como se eu tivesse sofrido um acidente e chocado com ela contra algo muito duro. Abri devagar meus olhos e enxerguei um grande borrão. Eu estava em um lugar escuro e quase agradeci por isso, pois assim meus olhos não arderam com a claridade. Eu nem mesmo sabia onde estava. Eu não sentia minhas pernas e, quando tentei me colocar de pé, caí, mas fui segurada por algo, algo que parecia repuxar meus músculos do tórax e braços e... joder... meus braços estavam ao alto. Olhei para cima e vi que meus braços estavam presos em algum lugar. Os chacoalhei e ouvi que se tratavam de correntes grossas. Eu estava com as mãos algemadas e várias voltas na corrente rodeavam meus braços, mãos e até a própria algema, presas sob uma barra de ferro ao alto, fazendo com que fosse impossível eu sair de ali.

Olhei para frente novamente, minha visão desembaçava aos poucos conforme eu piscava e apertava os olhos para tentar ver quem estava a minha frente, porque somente via o formato de alguém. Então vi primeiro o rosto de Sérgio e ofeguei em susto, me lembrando vagamente do que havia acontecido.

Ele estava em pé a poucos metros de mim, estático, com os braços cruzados frente ao peito me olhando com uma expressão que eu nunca havia visto seu rosto tomar. Algo dentro de mim morreu somente com aquele seu olhar. Era uma mistura de ódio e nojo, como se olhasse para a maior aberração ou escárnio humano que poderia existir. Fui humilhada e rebaixada a níveis drásticos somente com aquela sua mirada. Não importava o que ele faria comigo, me dirigir aquele olhar seria a maior tortura que ele poderia me oferecer.

- Sérgio... - Suspirei sôfrega seu nome abaixando minha mirada ao chão, eu não aguentava mais vê-lo me olhar daquela forma.

Ele não respondeu nada. Algumas lágrimas se formaram em meus olhos e escorreram por meu rosto, e eu tive raiva por não conseguir limpá-las.

Tudo o que poderia ter dado de errado, aconteceu. Tudo estava perdido. Eu estava cansada, sem forças alguma. Eu não aguentava mais lutar. E, principalmente, não aguentaria sentir aquele seu olhar sobre mim. Aquele olhar que antes era incondicionalmente apaixonado e cuidadoso, agora sugava todas as minhas forças de tão carregado e forte.

Ele me odiava. O homem que eu amava me odiava. E eu não poderia culpá-lo por isso. Eu daria a minha própria vida em prol da sua nesse exato momento, e ele certamente queria me ver no inferno agora.

Senti que ele se aproximava e tomei coragem para levantar meu semblante sério para encará-lo.

- Porque me trouxe aqui? - Perguntei com a voz cansada.

Ele alternou entre meus olhos como se buscasse uma resposta cruel o suficiente, concreta e meramente verdadeira, alguma resposta que me machucasse. E como se obrigasse a si mesmo a me olhar, para tentar provar para si mesmo que conseguia esse feito. Talvez ele não esperasse que aquela fosse a primeira coisa que eu o perguntaria.

My fatal paradiseOnde histórias criam vida. Descubra agora