Dilema

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*Obs: Proposta irrecusável= Ameaça ou tortura para obter algo de alguém.
Punciuta= ritual de iniciação de algumas máfias.
Promissória= pacto dentro da máfia que estabelece troca de favores a curto ou longo prazo.

A música desse capítulo é: Plan París - Rayden

ouça a playlist da fic:

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Raquel

Subi na moto em silêncio, e assim fui todo o caminho. Ele, igual. Nada parecidos com dois adultos que sabiam muito bem o que estavam fazendo. Aceitei a carona para casa pois, ainda que totalmente consciente de minhas ações, eu havia bebido.

Eu não conseguia pensar em nada. Agarrada ao corpo de Sérgio na moto e sentindo a brisa fria que fazia aquela madrugada, minha cabeça era um total breu. Eu havia dado um passo à frente no plano, e dois atrás na minha dignidade. Mal sabia que era apena o começo de um sentimento destruidor. Uma sensação começava a me corroer por dentro cada hora que eu me afasta dele e minha consciência me atirava aos espinhos da realidade.

Uma vontade irresistível de recostar minha cabeça sobre suas costas me atingiu já pela metade do caminho, e eu apenas fiz. Senti Sérgio estremecer assim que o fiz.

Ele parou a moto um pouco afastado da entrada de meu apartamento, pois esta estava com carros estacionados. Tirei o capacete e ajeitei os cabelos, e percebi que ele também o fizera... Ele espera um beijo?

— Até amanhã, então? — Ele perguntou aparentando um pouco de desconforto.

— Sim, claro... Obrigada pela carona! — Lhe respondi entregando o capacete.

Ele sorriu e tomou o objeto e virou-se para guardá-lo na parte de trás da moto, onde garupa se abria revelando um fundo. Permaneci ali, o olhando enquanto fazia aquilo. Que merda, eu não queria deixá-lo ir e ter que lidar com tudo o que aconteceu sozinha. Mesmo sabendo que hora ou outra eu teria. Queria adiar o quanto fosse digerir o que se passava dentro de mim. Não queria pensar sobre, e sabia que se ele se fosse, minha mente iria me inundar de perguntas. Além disso, eu realmente estava sentindo uma vontade de tê-lo por perto. Eu não estava gostando nada para onde isso estava caminhando, mas não conseguia evitar!

— Está tudo bem, Raquel? Posso te levar até a porta de seu apartamento, se quiser...

— Não precisa se preocupar...

— Prefiro... tudo bem?

—Sim, claro... Obrigada. — Disse totalmente sem jeito.

Quem nos visse assim, envergonhados, nem imaginaria que fizemos o que fizemos.

Caminhamos alguns poucos metros em silêncio até a portaria do meu prédio e eu busquei as chaves na bolsa. Abri a porta principal e me virei novamente para falar com Sérgio.

Hilário.

Ele estava estático com as mãos coladas ao corpo como um manequim. O seu incômodo podia ser sentido no ar. Eu segurei a risada e o olhei divertida, segurando a risada entre os lábios. Mas não consegui e sorri mostrando os dentes, o tirando um sorriso logo em seguida. Parecia que conversávamos apenas com olhares.

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