Estou contigo

379 12 9
                                    

Olá, mais um cap, espero que gostem! Desculpem a demora, tive alguns problemas pessoais.

Esse capítulo tem um pequeno spoiler do livro "jantar secreto" do escritor Raphael Montes, um dos roteiristas de "Bom dia, Verônica". Anunciarei a parte do spoiler com um # no meio do texto e terminarei de igual maneira. A parte que contém o spoiler não interfere na continuidade da história.

As músicas desse capítulo são "Mirrors - Justin Timberlake" e "Fuck it I love you - Lana del rey"

###################################

Raquel

Por que eu fiz isso? Por que eu fazia isso comigo mesma, e com ele? Por que o pedi pra ficar? Por que o pedi mais tempo ao meu lado se eu sabia que ao final do dia, longe dele, a verdade cruel tiraria o véu da ilusão de minha face? Ao final do dia seriam apenas eu e a minha missão covarde. Mas agora, agora era Sérgio e todo o meu ser implorando pela sua proximidade. A minha pele rogando seu calor. Os meus ouvidos sedentos da sua voz. Seu cheiro como um vício para mim. E seu sabor... indispensável. Meus olhos emolduravam em minha mente cada traço do seu rosto enquanto ele sorria lentamente quando me ouvira o pedindo para ficar.

Era simplesmente ele aparecer para que tudo o quê eu havia prometido para mim mesma fosse por água abaixo. 

Ele me beijou lento como resposta afirmativa. E suspirou de completa entrega e paixão ao final do beijo, enchendo meu coração de uma das sensações mais gostosas e quentes que já senti. Sorri abobada sobre seus lábios, afundando minhas unhas por entre seus cabelos cheios. 

Passamos o restante do dia juntos. E foi simplesmente maravilhoso.

Ficamos um tempo entre conversas descontraídas, carícias e risadas no meu sofá. Eu conhecia sempre um pouco mais de Sérgio, e o deixava conhecer as partes de mim que não eram mentira. Meus gostos, hábitos e opiniões. A minha essência. Quem eu era de verdade. E o conhecendo, eu via mais e mais características suas que me faziam enxergar o homem bom, justo e de coração puro que ele era. Uma pessoa introvertida e tímida, um pouco pragmático eu diria porém engraçado e descontraído quando íntimo. Sem dúvidas inteligente e esforçado. Transparente em todas as suas emoções e sincero em todas suas palavras e ações. E claro, carinhoso e safado na medida ideal...

Como todo apaixonado, quanto mais eu o conhecia, mais o admirava. Ao mesmo tempo que estar ao seu lado era uma sensação totalmente nova que fazia meu peito se aquecer e meu corpo todo se arrepiar em sentimentos e reações novas, quando com ele eu me sentia como em casa. Era confortável e rotineiro, como se eu o conhecesse de toda uma vida. 

Depois de um tempo de conversas bobas e distraídas e carícias aconchegantes e íntimas, a fome nos chamou a porta. O disse que pediria comida mas ele me pediu para deixar que ele cozinhasse para mim. Tentei ajudá-lo, mas de fato quem preparou o almoço foi ele e eu com todo o meu desserviço na cozinha me encarreguei bem mais do corte dos alimentos. Conversamos mais um pouco enquanto cozinhávamos juntos na minha apertada cozinha que nos obrigava a esbarrar um no outro vez ou outra, nos arrancando gargalhadas e beijos. 

Era errado dizer que eu me sentia quase tão às vontade com ele quanto como me sentia com meu falecido marido? Era loucura pensar que estávamos criando uma intimidade tão confortável que, mesmo sem querer, eu o queria fazendo parte de minha rotina? 

Enquanto ele cozinhava distraído, o observei por um tempo. Ele era tão excentricamente bonito. Estava tão confortável quanto eu. A blusa larga, as calças despojadas e descalço. Um pano de prato pendurado ao ombro e os músculos marcando presença conforme ele cozinhava. Eu poderia me acostumar com essa cena com muita facilidade…

My fatal paradiseOnde histórias criam vida. Descubra agora