Promessas ao vento

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APRECIEM COM MODERAÇÃO. A escritora não tem a mínima ideia de quando volta por motivos de: atolada até o rabo de compromisso!

Vou estar pedindo pra não xingarem mentalmente a escritora nem a mãe dela durante a leitura e é isto. Boa leitura!!


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Raquel

Ele desligou o telefone e se virou com calma. Ele tremia dos pés à cabeça. O vi engolir em seco e pentear os cabelos para trás com as mãos como fazia sempre que estava muito nervoso, e essa mania sua só não era tão comum quanto ajeitar os óculos.

O olhei interrogativa e ele pendia entre meus dois olhos, como se buscasse algo para me responder, mesmo que eu não tivesse perguntado nada literalmente.

- Você precisa sair da Europa. - Ele soltou. Aquilo soou mais como uma ordem do que como qualquer outra coisa.

- Como? - Estranhei.

- Você não pode ficar aqui. - Ele se afastou e parecia falar sozinho, ele começaria a caminhar de um lado para outro do ambiente como fazia quando estava nervoso.

Chegava a ser cômico como eu conhecia cada parte dele tão intimamente.

- Amanhã mesmo eu consigo te tirar da Europa e... - Ele dizia quando o interrompi.

- Você não acha que todos os portos, aeroportos e saídas terrestres de Madrid estão sob vigilância máxima da irmandade e da fidelidade? - Ele me olhou assustado.

- Por isso precisamos ser rápidos, talvez conseguimos ainda hoje e... - Ele voltou a caminhar de um lado para o outro nervoso.

- O quê é a resistência, Sérgio?

- Não importa, Raquel. Você não vai fazer parte disso. Você sairá da Europa e nos encontramos quando tudo... quando tudo isso acabar... - Seus olhos estavam bem abertos e ele explicava como se me desse ordens.

- Quando tudo isso o quê, Sérgio? - Insisti sabendo que o irritava. Que diferença fazia? Ele já me odiava e nada do que eu fizesse melhoraria esse cenário.

- Eu não sei, coño! Eu não tenho um plano, joder! Eu preciso pensar com clareza... eu... - Ele se desesperou.

- Sérgio, se você planeja algo contra Prieto e Tamayo, eu preciso fazer parte disso. Eu preciso saber disso. Eu não vou a lugar nenhum quando toda essa merda foi culpa minha. Não vou fugir! - Disse calma me acercando a ele e deixando clara minhas intenções.

- Você só pode estar ficando louca, Raquel! Você está grávida, joder! Eu não vou permitir que você se arrisque de nenhuma forma! - Ele se estressou e já falava em um tom mais alto, de uma forma que eu sabia que não era seu típico e que jamais falaria comigo.

- Me desculpe, Sérgio, mas eu não estou pedindo a sua permissão. - Disse séria o olhando em desafio.

Ele respirou fundo olhando com a cara mais odiosa que poderia me dirigir. Eu sabia que ele estava meramente certo, mas ele não podia falar comigo como se me ordenasse. Como se tivesse esse poder sobre mim. Tomando decisões por mim.

- Você está esperando um filho meu, joder! - Ele gritou cerrando os punhos de raiva.

- E por isso você pensa que pode fazer o quê quiser comigo? Que eu devo te obedecer? É isso, Sérgio? Você não vai tomar essa decisão por mim!

My fatal paradiseOnde histórias criam vida. Descubra agora