O fim?

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- Seonghwa, está me ouvindo?

- Na escuta, o que aconteceu?

- O plano final será aplicado agora - falei enquanto descia as escadas correndo até a ala norte.

- Espera, esse não-

- Eu sei que esse não era a porra do plano, mas eu mudei as coisas, e agora esse vai ser a merda do plano! Temos um grupo de cinco, são quinze mulheres, acha que dá conta? - ele ficou quieto por um tempo me deixando preocupada, aquilo não podia dar errado - Me responde, Seonghwa!

- Sim! Eu dou conta, o problema é a gasolina do ônibus, Lisa, ele só vai aguentar mais uma rodada.

- É o suficiente, avise ao San que os planos mudaram.

Desliguei o rádio começando a abrir as portas e chamando cuidadosamente cada uma, Jisoo estava logo atrás, as deixando em uma fila indiana enquanto contava cada uma.

- Está faltando uma - Jisoo falou - Lisa, precisamos fazer isso logo, ainda tenho que cortar as mangueiras de gás para poder atear fogo na cozinha.

- Merda... - murmurei - Eu vou atrás da outra paciente, você fica aqui prometo ser rápida!

Ela assentiu e quando fez isso, eu sai correndo pelo o enorme corredor, abrindo cada porta porém não achando ninguém, olhava para o meu relógio de pulso que marcavam exatas três e vinte da manhã, a gente realmente tinha muito pouco tempo para sair daquele lugar, a ala norte estava vazia, então corri até o sul aonde a maioria das mulheres já haviam fugido graças a nós, porém eu escutei um baixo choro vindo de um dos quartos, eu suspirei aliviada assim que vi a paciente 1993 ali encolhida em um canto.

- Vem, eu vou tirar você daqui - minha fala morreu assim que ela me mostrou um pequeno bebê em seus braços, eu paralisei, minha respiração prendeu e eu senti o meu corpo todo se arrepiar, a criança mamava despreocupadamente enrolada em muitas cobertas e aquilo estava doendo o meu coração.

- Leve ele... me deixe aqui, mas salve o meu filho por favor... - ela pediu chorando um pouco mais alto, eu estava completamente sem reação - Por favor, eu te imploro, leve ele! Não o deixe morrer igual os outros, por favor!

- C-calma - foi a única coisa que falei antes de ajudá-la levantar, meus olhos arregalados - Jisoo, na escuta?

- Anda logo, Lisa!

- Eu encontrei a paciente 1993, estamos voltando - a encarei - Eu só vou te pedir uma coisa, não o deixe chorar, pelo amor de Deus, não o deixe fazer barulho.

- Você irá salvá-lo?

- Irei te ajudar também, mas agora temos que ir.

Caminhamos o mais rápido possível até aonde todas estavam, umas choravam, outras rezavam e algumas sorriam nos agradecendo pela ajuda. Subimos até o nosso quarto, sendo um pouco difícil no começo, eram muitas mulheres para um pequeno quarto, mas conforme as mais velhas subiam no duto junto a Jisoo, eu deixava cada fôlego de alívio passar, estava acabando.

- San, está descendo uma mulher com um bebê agora, tem alguma ideia do que possamos fazer?

- Um bebê?! - Jisoo falou surpresa ao mesmo tempo que San.

- É... um bebê, vocês tem alguma ideia?

Jisoo olhou envolta por um tempo, pegando o lençol que estava em minha cama e o enrolando fortemente no corpo da paciente, a mulher sorriu assim que Jisoo amarrou o lençol de uma forma em que a criança estaria agarrada a mãe e não cairia de forma alguma, eu também acabei sorrindo por aquilo.

1996 (Jenlisa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora