Chapter 16

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Harry

Assim que tais palavras saíram pelos meus lábios, senti o ritmo do meu coração acelerar mais do que o normal. Na posição em que estávamos de momento, com a sua testa encostada à minha, apenas conseguia ouvir a sua respiração junto aos meus lábios. Não sabia se era a altura ideal para lhe dizer o que disse, mas apenas o fiz porque é realmente o que sinto.

Amo-a demasiado, e isto deixa-me louco por vezes. Ontem, pouco depois de ler a carta do meu pai, fora ela quem me conseguira acalmar, apenas com o seu olhar. Os seus olhos azuis diziam tudo, conseguia entende-la apenas pelo brilho do seu olhar. Fiquei completamente louco, enraivecido e talvez sem motivo, quando ela me dissera que Alfredo estava em casa. Sabia que não havia motivos para ter ciúmes, mas quero que ela seja minha, apenas minha e de mais ninguém. Custou-me vê-la sair dos meus braços, eu estava a precisar tanto de carinho, e não sou normalmente alguém que pede carinho. Sou demasiado orgulhoso para o fazer.

Não gosto de depender das pessoas, mas amo precisar dela.

‘O que aconteceu ontem à noite?’ a sua voz doce murmurou junto dos meus lábios, parecendo ignorar a minha declaração. As nossas faces afastaram-se ligeiramente, enquanto ela pousava a sua cabeça sobre o meu braço. Sabia que ela estava magoada com o que aconteceu ontem, ou melhor, pela maneira como falei com ela ao telemóvel. Ela não merecia, mas o que fiz não dependeu necessariamente de mim.

Inspirei fundo, antes de dizer qualquer palavra. Não queria dizer nada de errado, iria explicar-lhe tudo o que aconteceu. Passei os meus dedos nos seus cabelos longos, adorava simplesmente sentir o quão suaves eles eram, assim como ela.

‘Eu saí, com o Thomas e fomos àquele bar.’ Murmurei encostando também a minha própria cabeça ao sofá. Estava a falar de maneira calma e controlada, olhando os seus lábios avermelhados. ‘Bebemos demais, uma coisa levou à outra e acabei por consumir.’

‘Droga’ a sua voz saiu num tom murmurado, acabando a frase que eu tinha começado. Olhei agora os seus olhos e pude ver que os mesmos estavam tristes comigo, e eu não me orgulhava um pouco disso. Estiquei a minha face e levei os meus lábios à sua testa, beijando a pele da mesma suavemente. Senti as suas longas pestanas fecharem, e tocarem levemente nas minhas bochechas.

‘O beijo que ouviste não fui eu. Não tenho coragem para beijar outra mulher.’ A minha voz soou um pouco mais rouca do que anteriormente. Tudo isto era verdade. Eu estava no bar, com Thomas, e tudo se descontrolou. Mal dei por mim, estava sentado num grande cadeirão, com pessoas à minha volta que se “comiam” descaradamente, enquanto que eu via todas as ações demasiado lentas devido ao efeito dos pequenos comprimidos.

Dos lábios de Nina não se ouviu nenhuma palavra, apenas um simples “Hum”. Sabia que ela estava triste e desiludido comigo, eu próprio o estou. Tinha-lhe prometido que não o voltava a fazer, mas as emoções levaram-me mais além.

Baixei o meu olhar e peguei docemente no queixo dela, puxando-o para cima. Observei os seus olhos azuis, agora ligeiramente brilhantes, e depositei um pequeno beijo nos seus lábios, fechando suavemente os meus olhos. Os seus braços rodearam o meu corpo, e pude sentir de novo o quão pequeno era o seu corpo quando comparado com o meu. Eu gostava da sensação de a ter nos meus braços, de sentir a sua respiração junto ao meu peito. Beijei novamente a sua testa, enquanto que os meus dedos brincavam com os seus cabelos loiros.

‘Não me faças isto de novo’ a sua voz murmurou junto da pele frágil do meu pescoço. Fechei os meus olhos ao ouvi-la e apertei o seu corpo contra o meu, assim como ela fez comigo. A sua perna encaixou no meio das minhas.

‘Não o irei fazer.’ Proferi ainda num tom baixo e rouco.

Acabei por fechar os meus olhos, aquela posição era demasiado confortável e demasiado acolhedora. Passado o que eu julguei serem cinco minutos, ouvi a sua respiração mais alta contra a minha pele, tinha adormecido. O facto de Nina ter adormecido junto a mim dizia-me tudo, fazia-me sorrir. Um sorriso rasgou-se na minha face e eu, sem aguentar a curiosidade de ver o seu rosto enquanto dormia, abri os meus olhos. Observei a sua face pálida que contrastava com os seus lábios avermelhados. Ela tinha a cabeça pousada na curvatura do meu pescoço, sabia o quanto ela adorava adormecer ali.

Something New || h.s.  #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora