5. Overcooked

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O pequeno ecrã ligou enquanto eu estava perdida nos meus pensamentos, me fazendo despertar do meu transe. Ainda com a escova entre os dentes pulei para os lençóis bagunçados e desbloqueei o aparelho indo direta para as mensagens do WhatsApp.

Deslizei o polegar, procurando pelo seu nome nas mensagens que havia recebido, mas não tinha qualquer atualização, o que me deixou um pouco desanimada. Tinha recebido uma mensagem de Priya agradecendo novamente pela noite anterior, Nathaniel tinha me enviado fotos da Branca fazendo poses adoráveis e tinha um montão de mensagens de Rosalya e Alexy falando um monte de bobagem nada a ver. Suspirei e abri o nosso chat, pensei um pouco e escrevi um "bom dia" cheio de emojis mas apaguei antes de carregar no enviar. Fazia dois dias que nos tínhamos voltado a encontrar depois de anos e eu não podia agir como se nada tivesse mudado, desta forma, decidi esperar que ele enviasse algo.

O celular vibrou em minhas mãos e caixa de notificações mostrou uma mensagem de Rosa para o nosso grupo:

Rosa (online): Meus queridos, me digam que hoje podem vir até cá! Estou pensando em fazer um lanche para todos.

Alexy (online): AA logo hoje? Eu ia para fora da cidade com o Morgan.

Rosa (online): O Leigh acabou de sair para a fazenda visitar o Lys fofo e tratar de umas coisas. Eu era para ir, mas não quero ir para lá ser comida viva por insectos. Nesta altura do ano é um pesadelo.

Alexy (online): Me desculpe, não consigo mesmo hoje. Mas você e o meu irmão de certeza não estão disponíveis, né Ella?

Rosa (online): Ella por favor me diz que você e o Armin podem!

Ella (online): Eu não sei se ele está disponível Alexy (¬_¬)! Mas eu estou e gostaria imenso de te ver. Vou falar com o Armin e nós até podemos te ajudar a cozinhar!

Rosa (online): Você e o Armin cozinhando juntos? Na minha casa? Você bem se lembra como foi da ultima vez. Vocês literalmente incendiaram a cozinha do Arnaldo e da Vitória.

Ella (online): Ei! Você está exagerando!

"Primeiro juntamos a manteiga e o açúcar, depois, o leite e a farinha, aos pouquinhos, como diz na receita e mexemos. Não era assim tão difícil, o que podia correr mal? Armin estava concentrado medindo cuidadosamente os ingredientes enquanto eu lia as instruções: íamos fazer umas simples bolachas de manteiga decoradas como se fossem pokébolas.

Seguimos religiosamente as medidas, e estendemos a massa com a ajuda do rolo de madeira que demoramos uma eternidade para encontrar entre as gavetas carregadas de utensílios de cozinha que nunca tínhamos visto na vida. Com a ajuda de formas, cortamos a massa em forma de círculos, novamente simples, tudo o que fizesse com que nada pudesse correr mal. Tal como o Armin dizia, era uma receita «à prova de noobs», e nesse caso, nós éramos os noobs.

Ao colocarmos o tabuleiro no forno, pré-aquecido a 180º graus, celebramos com um "mais cinco", vitoriosos, mas não paramos por aí. Armin me agarrou pela cintura, e me apertou para perto de si, me beijando sem que eu estivesse à espera. Retribui, colocando os meus braços em torno do seu pescoço enquanto ficava nas pontas dos meus pés. Ao nos separarmos, notei um sorriso no seu rosto, e sem eu notar, pegou numa mão cheia de farinha e bateu na minha nádega, marcando a minha calça preta. Gritei o seu nome, e, como forma de vingança, fiz o mesmo e o acertei nas costas. Abaixei-me, me escondendo por de trás do balcão, mas o garoto me apanhou e me segurou no seu colo.

- Game Over, garotinha. - Declarou. Eu esperneei, mas ele me segurou com mais força, sem me deixar escapar. - Agora você vai ficar todinha cheia de farinha.

Meus últimos sete dias com vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora