Bad Teacher ᵇᵘᵍʰᵉᵃᵈ

Capítulo 16 - Betty

Uma hora depois.

Jughead estava olhando para mim desde que começou a aula. Eu
conheço esse tipo de olhar, e isso não é bom.

Não é o habitual olhar eu-quero-foder-você-até-morte, mas um que eu nunca vi antes, e assemelha-se mais com um eu-vou-perder-minha-merda-
na-frente-de-todos-olhando.

Um que me faz querer rastejar sob minha mesa e espero que eu vá
encontrar a porta para Nárnia. Eu já posso sentir o frio gelado a milhas
de distância, e isso me faz tremer no lugar.

―Com frio? ― Pergunta Cheryl. ―Eu tenho um cachecol se você
quiser.

―Não, apenas me sentindo observada. ― Eu aceno para ela e depois para Jughead. A boca forma um o.

―Ah... deve ser porque eu ...

―Sim. ― Eu aceno. ―Eu mal posso esperar para esta aula terminar.
Ela ri.

―O que você fez? Mordeu o lábio?

―A aula terminou, ― Jughead de repente diz, e antes que eu possa
responder a Cheryl, ela já está se levantado de seu assento.

―Onde você vai? ― Eu pergunto.

―Biblioteca. Sou companheira de estudo com a Verônica. ― Ela embala
sua mochila de forma rápida e tropeça se afastando. ―Desculpe, eu
acho que me esqueci de dizer a você.

―Não, está bem. Vá estudar. Vou apenas fingir que eu não estou aqui.
Espero que eu possa fugir despercebida.

Ela faz uma careta.

―Eu duvido disto. ― Então acena em direção a Jughead.

No momento em que eu coloco meus olhos sobre ele, eu só quero
morrer. Aquele olhar em seu rosto.
Uau.

―Bem, até depois! ― Cheryl grita, e ela está fora. Junto com todos os
meus outros colegas.

E agora, eu estou sozinha com ele. Bem desse jeito.
Eu freneticamente começo a arrumar minhas coisas, tentando ser a mais
rápida possível, mas, aparentemente, ainda não é rápido o suficiente.

―Betty.

Sua voz baixa, em chamas, me faz olhar, mesmo quando eu não quero
realmente. Oh, Deus. Ele está vindo para cá.
O suor escorre da minha testa enquanto eu jogo tudo na minha bolsa eme levanto... só para ficar cara a cara com ele.

―Sente-se.

Eu engulo e imediatamente mergulho de volta na minha cadeira.
Eu nem sei por que eu o ouvi. Por que ele me faz querer ouvir. É o
medo?
Não.

Não é sedução também porque ele parece chateado. Não... eu acho que
é... respeito.
Apenas essa admissão sozinha me faz ter uma dupla respiração.

―Você estava sentada ao lado da menina. Cheryl. Você a conhece
bem?

―Ela é minha melhor amiga, ― eu digo.

Ele se inclina e coloca a mão na minha mesa, me encurralando.

―Ela nos viu beijar. Você foi atrás dela. O que você disse a ela?

―Eu perguntei se ela poderia manter em segredo― eu digo.

―O que mais? ― Ele pergunta.

―Nada…

―Deve haver algo mais, ― ele se encaixe. ―Como é que sabemos se
podemos confiar nela?

―Nós podemos. Ela nunca traiu a minha confiança.