Capítulo 21 - Betty e Jughead

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Chego em casa no meio da noite.
Cheryl está dormindo, roncando através do que parecem ser sonhos
atrevidos, a julgar pela quantidade de baba no travesseiro. Ela geme um
pouco quando eu fecho a porta. Eu rio de mim mesma quando eu tiro a
roupa e me jogo na cama. No momento que a minha cabeça toca o
travesseiro, ela geme novamente.

— Você está de volta..., — ela murmura.

—Apenas vá dormir.

— Você estava com ele, não é? — A voz dela de repente soa muito mais
acordada do que o habitual.
Hesito em responder, temendo o pior.

—Sim.

— Por favor, me diga que você está tomando cuidado. Está segura.

Eu pensei que ela ia ralhar comigo. Eu não esperava que ela realmente
estivesse preocupada. Não que ela precisasse, mas parece bom saber que ela se importa tanto.
Viro a cabeça na direção dela.

—Claro.

Ela sorri para mim, mas eu posso, definitivamente, ver o olhar
preocupado que ela está tentando esconder.

—Não deixe que ele te machuque.

—Ele nunca me toca dessa maneira, — eu a tranquilizo.

— Eu quero dizer o seu coração, — diz ela. —Ele é seu professor, acima
de tudo.

Ela está muito preocupada comigo, mesmo que ela não precisasse estar.
Mas eu entendo. Nós somos melhores amigas, afinal, e melhores amigos
cuidam um do outro. Mesmo quando um deles não quer ouvir isso.
Eu concordo.

—Eu sei.

Ela se vira e volta a dormir, mas eu ainda estou bem acordada. Meu
estômago se agita com a incerteza.
Ela está certa. Ele é meu professor. É errado me apaixonar por um cara
como ele? É condenado ao fracasso? Eu suspiro e fecho os olhos.
Só há uma maneira de descobrir.

***

Jughead

Esta noite
Eu deito na cama, acordado, incapaz de dormir. Fico pensando sobre Betty.
Sobre nosso tempo juntos, e sobre como feliz ela me faz. Eu sorrio para
mim mesmo, perguntando o que ela vai vestir amanhã.

Se vou poder fazê-la corar com apenas algumas palavras. A cor das
suas bochechas me seduz.Mas, acima de tudo, ela me proporciona um meio de escapar.
Para fantasiar e sonhar com algo impertinente e agradável... Em vez de
chafurdar na minha própria miséria.
Relutantemente, eu fecho meus olhos, esperando que o sono venha logo
para que eu não tenha que ficar acordado a noite toda como costumo fazer.

Na esperança de que, quando ele finalmente chegar, seja gentil e suave.
Mas eu sei que é apenas uma mentira que eu digo a mim mesmo para
adormecer mais facilmente, hoje à noite não é diferente.

Em meus sonhos, é de manhã, e eu não estou no meu apartamento
mais. Eu estou em um lugar que eu costumava chamar de lar. Um lugar que está muito longe, e agora só existe nas minhas memórias.
O sol está brilhando, um brilho quente na minha pele quando eu saio
da cama. Eu entro na sala de estar e sou cumprimentado pelo cheiro de
pães assando no forno... Ou melhor, queimando.

Franzindo a testa, eu verifico o fogão. A fumaça preta enche a sala
conforme eu abro a porta e retiro a bandeja de pães queimados,
completamente escuros e nada comestíveis. Eu jogo toda a assadeira na piave deixo-a esfriando, enquanto assopro a fumaça, eu abro as janelas para deixá-la escapar.
Estranho.

Bad Teacher ᵇᵘᵍʰᵉᵃᵈOnde histórias criam vida. Descubra agora