Capítulo 28 - Jughead

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Suas lágrimas e rosto derrotado são as únicas coisas em minha mente quando eu a ouço falar. Ela não está feliz.

Ela não está se sentindo bem. Tudo está errado, inclusive eu... incluindo ela.

É exatamente como antes, só que pior. Fragmentos de memórias passadas
voam.
Ela, gritando para mim.
Ela, chorando em um canto.
Ela, não saindo da cama até tarde da noite.

Seu rosto manchado de lágrimas e aquele sorriso sem fim que marcou
definitivamente seu rosto quando eu a vi abaixo da minha janela.
Tão bonita. Tão arruinada.

Meus pulmões rompem com o ruído que eu só posso descrever como brusco.
Uma tentativa desesperada de respirar enquanto me sufoca na miséria.

Foi quando eu acordei.
Suor rola pelas minhas costas e na testa, e eu salto da cama como se um
fantasma estivesse me assombrando. Eu ligo a luz e olho ao redor. É então
que noto a menina na minha cama. Betty.
Ela olha para mim, cobertor puxado até os ombros, os olhos assustados.

—Oh, Deus ... — murmuro. —Eu machuquei você?
Ela balança a cabeça.

—Você estava gritando. O que está errado?

Eu engulo e empurro para trás o nó na minha garganta.

—Nada. — Eu viro e vou para a sala, imediatamente verificando se o
forno está desligado. Então eu fecho todas as janelas e vou ao banheiro para me certificar de que nenhuma das torneiras estão pingando.

Quando eu me viro, eu fico cara a cara com Betty.

—Você está agindo de forma estranha. — Ela cruza os braços. —Me
diga o que está errado.
Eu franzo a testa.

—Estou bem, volte para a cama.
Quando eu tento passar, ela coloca a mão na parede ao meu lado.

—Não sem você.

—Eu estarei lá em um minuto. Basta ir em frente, — eu digo, mas ela
não está ouvindo.
Ela estreita os olhos para mim.

—Algo está errado. Você acorda gritando, e você vai verificar toda a
maldita casa?
Eu suspiro.

—Não é nada. Apenas deixe ir.
Eu empurro passando por ela, mas ela ainda abre a boca.

—É algo que você não está deixando ir. Você só não quer me dizer.

Eu vou para a minha cozinha e pego uma garrafa de uísque dos
armários, em seguida, bebo uma dose muito necessária.

—Bebendo? No meio da noite? — Ela se aproxima e levanta a
sobrancelha para mim, olhando para mim com um olhar de julgamento.

—O quê? — Eu digo, segurando o copo. —É a minha casa. Eu posso
tomar uma bebida quando eu quiser.
Ela pega a garrafa e pega outro copo.

—Bem. Então eu estou bebendo também.
Eu coloco o copo sobre a mesa.

—Você não pode fazer isso.

—Por que não? Você está bebendo muito. — Ela pega o copo e prende-o
perto de sua boca.
—Pare.

Ela faz uma pausa, os olhos correndo para mim.

—Se eu parar, você para. — diz ela. —Você me disse que eu deveria
parar de fumar. Bem, você deve parar de beber.
Eu franzo a testa.

—Eu não tenho um problema.

—Sério? Então o que você está fazendo com duas garrafas de uísque e rum? — Ela aponta para a minha lata de lixo, que contém mais garrafas.
Porra. Ela me pegou.

Bad Teacher ᵇᵘᵍʰᵉᵃᵈOnde histórias criam vida. Descubra agora