Parte VI

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Oi, oi!

Esse capítulo tá saindo no meio da semana porque o anterior foi um capítulo de transição.

Os capítulos vão sair todo domingo, então, se tudo der certo, domingo tem mais.

Nesse ponto da história eu vou começar a aprofundar mais os personagens. Se vocês tiverem alguma dúvida, me perguntem que eu esclareço.

Espero que gostem! <3

×××

Langa

Acordei com o sol cobrindo minha cama, refletindo no chão o quadrado da janela.

Eu estava acostumado a acordar cinco ou seis minutos antes do celular despertar, então a primeira coisa que fiz foi deixar uma mensagem de bom dia para Reki.

Aquela tinha sido uma noite quente de verão, e eu podia sentir o cabelo grudado na testa pela camada fina de suor. Em Okinawa, o fevereiro era um tipo diferente de fevereiro, muito mais quente que o Canadá, e a umidade me envolvia invisivelmente, no estilo sulista, à ponto de deixar a calça grudando na pele quando ficava por muito tempo sentado.

Meu celular, ainda determinado a trair minha preguiça no calor da cama antes de finalmente levantar, despertou.

Só aí que fui reparar que toquei em "soneca" ao invés de "encerrar". Eu acabei me distraindo com a foto de perfil de Reki.

Ele deu um sorriso lindo quando tirei essa foto.

Naquele dia o sol estava mansinho, como se nascesse num instante só para iluminar o sorriso dele.

Ele mal sabia o quanto aqueles momentos significavam para mim.

– Filho, eu já estou pronta – minha mãe disse depois de abrir a porta do meu quarto – com o que você está sorrindo aí?

Ao olhar rapidamente na direção dela, quase derrubei o celular, que pulou em minhas mãos como se estivesse quente.

– N-Nada – eu disse. Senti minhas bochechas ficando vermelhas e desviei o olhar rapidamente. Apaguei a tela do celular – vou me trocar.

Minha mãe me encarava de um jeito torto, o que me fez encolher na cama. Já estava vestida com a roupa de academia, a camiseta levemente amassada, o cabelo e as olheiras acusavam os esforços que vinha fazendo no trabalho.

– Certo, mas não se atrase muito. O dia está tão bonito e não quero sair tarde – ela disse antes de sair e fechar a porta.

Enfiei os pés nas pantufas e me aconcheguei no pijama de flanela. Levantei e imediatamente senti a cabeça endurecida na nuca, os movimentos difíceis. Uma parte de minha consciência e dos músculos doloridos ainda se agarravam à corrida contra Shadow.

No banheiro, eu repeti várias e várias vezes as funções da química orgânica enquanto tirava as roupas. A banheira se encheu de água quente e o espelho embaçou. Eu me reclinei sobre a bancada, limpando o espelho com as mãos, querendo examinar os hematomas em meu rosto. Os olhos cansados de um garoto pálido e de cabelo azul me encararam de volta.

Apesar de ostentar uma expressão vazia, meus arranhões estavam melhores, começando a coçar.

Afundei na água da banheira até cobrir as orelhas, e continuei ali quando a água esfriou, dessa vez repetindo as reações da química, palavra por palavra, numa narrativa pontilhada de pausas enquanto meu cérebro buscava a memória da matéria.

Me enxuguei com uma toalha enorme, azul, vesti minha roupa de academia que consistia em: uma legging preta por baixo de um shorts e uma camiseta larga demais para meu tamanho.

𝐒𝐊8 𝐓𝐇𝐄 𝐂𝐇𝐎𝐈𝐂𝐄𝐒 | 𝙇𝙖𝙣𝙜𝙖 × 𝙍𝙚𝙠𝙞 Onde histórias criam vida. Descubra agora