Oi, leitores! E aí?
Semana passada eu fiquei extremamente ocupado e não deu tempo de escrever o capítulo, mas aqui estamos. Eu escrevi esse capítulo em dois dias, ouvindo músicas bastante intensas, então me perdoem se eu começar a divagar, só aproveitem.
Inclusive eu queria perguntar se vocês não estão perdidos, se estão gostando do estilo de escrita, por favor, me deixem saber.
Gostei muito do resultado, mas já adianto que tem cenas +18.
Espero que gostem! Prometo não demorar muito no próximo.
Obs: obrigado pelos 10k. Ainda não acredito que chegamos lá
×××
Reki
Depois de trinta minutos de treinamento, meus músculos latejavam e protestavam. Gotas de suor começaram a vagar por minha pele. A equipe exposta ao sol se arrastava nos exercícios básicos. A maioria dos calouros mal sobreviveu à primeira hora. Estavam curvados nas laterais da quadra enquanto os veteranos davam voltas extras.
Se olhasse diretamente para o sol, era possível ver, borrado contra o céu, um horizonte de raios amarelos no topo do azul infinito. O ar começou a parecer substantivo e espesso como uma sopa.
Quando tudo acabou eu queria chorar de alívio. Caí no chão, Langa também. Bebi a água de minha garrafa, que estava tão quente quanto o ar ao meu redor. Langa se deitou na sombra, encostou a cabeça na mochila e fechou os olhos. Me deitei ao seu lado.
Ao nosso redor, a quadra estava ofegante, um som baixo e incessante dos que tentavam recuperar o fôlego, como se o ginásio inteiro fosse algum tipo de aparelho desconhecido conectado a uma fonte de energia exaustiva, porém invisível.
– Foi um belo saque – disse Langa.
– Até que foi um belo saque – repeti, sorrindo.
Langa tamborilou os dedos em sua garrafa.
– Vou falar com o Oka hoje – falei.
– Vou fazer o mesmo com Joe – ele respondeu.
Langa
Cheguei ao restaurante mais cedo que de costume. O denso e sufocante calor do mês de março me engoliu ao descer do skate. Talvez fosse a umidade e o cansaço dos treinos, mas o dia parecia particularmente opaco e pesado.
Respirei do fundo do estômago. Ergui o olhar para o céu azul sem estrelas, pensando na melhor forma de pedir um aumento para Joe. Minha pele, antes úmida pelas horas de jogo, começou a ficar gelada.Misturado a fumaça que vinha da rodovia, eu podia sentir o cheiro de comida frita em grandes quantidades de óleo atingir meu nariz. Fiquei alguns minutos sentado no skate, mexendo no celular, olhando para os clientes entrando no restaurante sem mover a cabeça.
Fiquei pensando em como pediria aquilo para Joe. Mesmo que trabalhasse de uma da tarde às seis e meia, com um pequeno intervalo de meia hora, o salário era bom para um trabalho de meio expediente, embora desgastante. Claro, tinham seus problemas: eu ficava de pé durante todo esse período, cozinhando ao mesmo tempo em que servia as mesas, limpando ao mesmo tempo em que embalava refeições. Mas, quando eu não me sentia bem, Joe colocava a mão em meu ombro e dizia:
– Vá pegar um ar no estacionamento, eu cuido disso pra você.
Então eu ficava parado ali no estacionamento, às vezes ligava para Reki e conversávamos muito, porque nunca faltava assunto em nossas conversas, nunca precisamos fazer um esforço para continuarmos falando. O silêncio era sempre leve e discreto. Falávamos sem parar, sem saber o quanto uma conversa banal poderia ir longe, porque, ao mesmo tempo que nos aprofundávamos em conversas sobre skate, também encontrávamos brechas onde nosso espontâneo sentimento um pelo outro corriam livres.
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𝐒𝐊8 𝐓𝐇𝐄 𝐂𝐇𝐎𝐈𝐂𝐄𝐒 | 𝙇𝙖𝙣𝙜𝙖 × 𝙍𝙚𝙠𝙞
FanfictionA repetição é a forma ideal para alcançar a excelência - essa, sem dúvida, é a frase que Langa mais ouviu seu pai dizer, e assim o fez. Após deixar sua vida no Canadá para trás, ele volta para Okinawa, onde sua mãe cresceu. Eventualmente ele acaba c...