Oi, pessoal! Como estão?
Com o tempo, estou aprendendo mais sobre como meu processo de escrita funciona. Às vezes a inspiração me atinge em cheio, às vezes ela só aparece de madrugada enquanto estou revirando na cama. Mas minha maior motivação é a quantidade de favoritos e comentários dessa história. Mais uma vez, obrigado por sua leitura, e espero que goste do capítulo!
(Obrigado pelos 30k!!! <3)
×××
Reki
Sempre amei desenhos muito mais do que pessoas. As razões eram simples: eu podia fazer os traços se comportarem da maneira que eu quisesse, apenas com o uso de uma lapiseira. Sem argumentos irritantes, sem perguntas inconvenientes. De repente, surgia um pensamento, e meu cérebro reconhecia a linha de código entre imaginação e ação, executando sua tarefa específica e regulamentada com a ajuda de uma folha sulfite, ou de qualquer superfície lisa onde minha lapiseira deslizasse.
Os desenhos não tiravam sarro do meu jeito barulhento, ou se escondiam quando eu me aproximava, ou da forma como eu me vestia. Eles estavam sempre presentes, confinados em um canto confortavelmente sóbrio do meu cérebro, esperando para serem desenhados. E, talvez o mais importante de tudo isso, seja o fato de que meus desenhos nunca me abandonaram.
Neste momento, meus antebraços estavam apoiados na carteira da escola, inspiração fluindo como se meus dedos tivessem vida própria, traçando seus círculos, seus anéis, a princípio pequenos, depois maiores. Após terminar, o skate desenhado tinha sido feito com perfeição - embora conseguisse captar alguns erros diminutos que eu melhoraria no próximo - em especial os adesivos abaixo dele, de um azul impressionante. Esse jogo de cores me deixou imensamente orgulhoso.
Imaginei aquelas linhas baseadas no skate que Shun havia me emprestado. Eu o tinha estudado de todos os ângulos, cautelosamente, fazendo notas mentais para perspectivas que exigiriam maior atenção no futuro.
Fechei os olhos e comecei a me imaginar em um skate de verdade. A sensação de movimento era muito forte – era como se eu estivesse voando, me expandindo. A adrenalina correu em minhas veias, pousei meus pés na prancha e dobrei meus joelhos, saltando para o céu. Meu skate fez uma série de rotações no ar, tão facilmente como se fosse uma extensão do meu corpo. Com um ruído surdo, aterrissei com perfeição no convés de uma pista, apenas para patinar novamente. A rua escondia-se no nevoeiro, seu contorno se perdendo no céu noturno. De repente, um grito irrompeu ao longe, me fazendo perder meu equilíbrio. A prancha escorregou e eu caí no chão com força.
A voz do professor disparou forte e claramente, as palavras atingiram meus ouvidos como agulhas. Quando abri os olhos, ele já estava diante de mim, suas sobrancelhas unidas por uma expressão severa no rosto normalmente gentil.
– Reki? – o tom do professor era rígido ao pronunciar meu nome, como se uma acidez invisível secasse as sílabas em sua boca – está nos acompanhando?
Meus lábios se contraíram. Fechei o caderno rapidamente e olhei para o professor, o rosto pálido, as mãos tremendo fracamente. Recuei diante da expressão avaliativa da turma me acompanhando austeramente enquanto eu largava a lapiseira. Por um instante interminável, fez-se silêncio total ao redor da sala. Eles me encararam seriamente como se eu fosse um gato que tinha acabado de derrubar um belo vaso.
– C-Claro, professor. Me desculpe. Não vai acontecer de novo.
Naquele momento, alguém atrás de mim me cutucou.
– Ei, você deve prestar atenção na aula – disse a voz de Shun – no que você está pensando, hein?
Algumas semanas após a briga, durante a primeira parte do semestre, Shun e eu não nos separamos nem por um minuto. Nunca experimentei o tipo de amizade em que os amigos dormem um na casa do outro e ralam os joelhos juntos, se apaixonam pela primeira vez na mesma época, ou se preocupam que seus armários fiquem um do lado do outro na escola. Eu também não era do tipo que me apaixonava facilmente por uma garota bonita. No entanto, as coisas eram um pouco diferentes agora que Shun fazia parte da minha vida. Fiquei totalmente fascinado por seu jeito franco e muitas vezes descuidado de ser, e continuei a viver pequenos sonhos e fantasias.
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𝐒𝐊8 𝐓𝐇𝐄 𝐂𝐇𝐎𝐈𝐂𝐄𝐒 | 𝙇𝙖𝙣𝙜𝙖 × 𝙍𝙚𝙠𝙞
FanfictionA repetição é a forma ideal para alcançar a excelência - essa, sem dúvida, é a frase que Langa mais ouviu seu pai dizer, e assim o fez. Após deixar sua vida no Canadá para trás, ele volta para Okinawa, onde sua mãe cresceu. Eventualmente ele acaba c...