Oi, pessoal. FINALMENTE tô de volta. Me contem como vocês estão depois desse tempo que estivemos longe?
Acho que nunca fiquei afastado por tanto tempo, mas estive escrevendo outras histórias, me distraindo com enredos mais leves. Essa fanfic atingiu um número de pessoas muito maior do que eu esperava. Isso me deixa um pouco tenso, confesso. Não quero decepcionar vocês porque amo essa história, amo esse casal, amo essa amizade, e sinto que meu dever é fazer o meu melhor em relação a isso. Obrigado pelos comentários e favoritos, mais uma vez. Espero que gostem do capítulo – onde ainda estamos visitando a infância de Reki. <3×××
Reki
Naquele dia, quando o sinal da última aula tocou, todos os alunos correram em manadas para deixar a sala. Era início do ano letivo, então eles se juntaram em grupos de 5 ou 3 e foram direto para os clubes para preencher as inscrições.
Eu, por outro lado, fiz meus passos para o caminho que cortava o pátio da escola, sendo o único aluno à vista. Enquanto seguia através do gramado, tingido de dourado pela luz do sol da manhã, observei o jardim, que era vasto e bem traçado, cultivado com esmero.
Do outro lado do campus, onde o ginásio de esportes ficava, era possível ouvir os gritos enérgicos de encorajamento dos membros do clube de basquete, o som das bolas quicando no aro das redes, o ruído agitado que os tênis produziam quando estavam prestes a impulsionar um salto, um arremesso.
Esfreguei as bochechas e mordi o lábio, sentindo o corte em seu interior, onde os punhos acertaram. O gosto acobreado do sangue ainda cobria minha língua. Era como se agulhas estivessem cravadas em minha cabeça. Pensei por um longo tempo enquanto olhava para o céu, que eu estaria encrencado.
O pátio era mais bonito na realidade do que parecia nas fotos da Internet. O dia emanava uma luminosidade que tornava tudo amanteigado e morno. Era lindo de uma maneira estranha, porque nunca pensei que algo pudesse ser chamado de lindo dentro de uma escola.
Camadas de bétulas brancas e lírios marcavam as laterais da estradinha de pedra cinza, as flores movendo-se vagarosamente na brisa. Seus caules se erguiam e nadavam como peixes feitos de luz sobre as águas verdes, escuras. Uma rajada repentina de vento me atacou, arrancando minha força para continuar andando. A pontada de frio na barriga era como um banho de vidro estilhaçado.
Não tinha percebido que estava com frio. Bati os dentes com força, o maxilar dolorido pelos golpes, meu peito ardendo. O mundo começou a tremer ao meu redor como água sacudida em uma garrafa. Acelerei os passos vacilantes antes que eles me traíssem e me fizessem voltar correndo para casa, para os braços de minha mãe, escondendo o rosto em seu peito como o menininho covarde que eu era.
No setor pedagógico, fiquei sentado na sala de espera, abraçando os joelhos enquanto via o tempo passar. Sob a dor em meu corpo, senti um imenso alívio culpado por estar seguro do frio. Uma mosca surgiu, as asas finas e frágeis da finura de um risco de lapiseira. A mosca voou em espirais pela sala, passando pela recepcionista que roía as unhas – um hábito que minha mãe detestava – e pousou na cadeira vazia ao meu lado. Eu a olhei, estudando seus movimentos rápidos e imprevisíveis. Ela fechou as asas como a ponta de uma flecha e disparou, imergindo no ar até se tornar invisível.
Por um breve momento, me deixei imaginar. Como se tudo fosse mais simples do que era, como se existisse uma porta entre mim e uma outra realidade – da qual eu nunca tivesse ido por aquele caminho e nunca encontrado aqueles garotos – e bastasse apenas puxar a maçaneta. Eu queria ser bom naquilo, em fugir.
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– Sr. Kyan, por favor, sente-se – disse a vice-diretora Chisako.
Ela tinha a aparência de uma ex-jogadora de basquete, alta e esguia, braços e pernas bem esticados como cabos de uma ponte. Eu curvei minha melhor reverência assim que entrei na sala e encostei a porta. Ao retesar a coluna, a dor se alastrou por praticamente todo o meu corpo. Um medo congelante invadiu meu estômago. Forcei um sorriso, agradecido por ela me oferecer um assento e me acomodei no mesmo instante.
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𝐒𝐊8 𝐓𝐇𝐄 𝐂𝐇𝐎𝐈𝐂𝐄𝐒 | 𝙇𝙖𝙣𝙜𝙖 × 𝙍𝙚𝙠𝙞
FanfictionA repetição é a forma ideal para alcançar a excelência - essa, sem dúvida, é a frase que Langa mais ouviu seu pai dizer, e assim o fez. Após deixar sua vida no Canadá para trás, ele volta para Okinawa, onde sua mãe cresceu. Eventualmente ele acaba c...