Parte XVI

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Oiêê! Como estão, leitores? Finalmente estou de volta. Fiquem com o capítulo novo. Espero que gostem  <3

(Veja o final do capítulo para as notas). 

×××

Reki 

O vento bateu contra meu rosto. As paredes do beco silencioso se elevavam como duas fortalezas, interrompendo a fraca luz do sol que engoliu a chuva minutos antes. No meio, a figura do homem permanecia imóvel e sem dizer uma palavra, mas observando, sempre observando. 

Alguma emoção cruzou a expressão de Shun – um aperto de lábios, uma sombra de satisfação se movendo em seus olhos – mas o vazio a limpou antes que eu tivesse a chance de nomeá-la. 

Shun e eu permanecemos imóveis naquele beco sinuoso. Adiante, a sombra fantasmagórica de um homem se estendeu em nossa direção. Ele bateu o pé, o skate voou para ficar preso em seu braço, e a pequena raposa moveu-se para o outro ombro, as orelhas apontadas para cima em alerta.

Mudei meus olhos sorrateiramente na direção de Shun. Meus lábios se entreabriram, e sussurrei uma pergunta que apenas ele seria capaz de discernir: 

– Então ele é o cara?  

– Ele é o cara! – Shun confirmou em voz baixa, as mãos enterradas nos bolsos do moletom. 

O tal cara precipitou dois passos para fora da escuridão, seu corpo esguio elevado sobre quatro rodas foi suavemente descrito por luz e sombras, o revelando como um homem com cerca de vinte e poucos anos, com o cabelo castanho bagunçado e um par de óculos pendurados sobre sua cabeça. 

Então é por isso que ele está atrasado. 

Engoli o receio que pesou em minha garganta, instalando-se em meus ombros, seguindo caminho por um fio de gelo em minha coluna, movendo-se rapidamente até o meu cérebro, transformando tudo ao meu redor num borrão confuso e nítido. Definitivamente não era uma sensação boa. 

Inesperadamente, o homem fez um pequeno vaivém com as rodas antes de chutá-lo na minha direção com toda a força, diretamente para atacar meus pés. 

– Droga… 

As rodas ganharam uma explosão de velocidade ao cruzarem o beco rumo a onde eu estava, atravessando a curta distância com a mesma rapidez de um lampejo acelerado de uma chama disparada. Ansiedade rompeu em minhas veias como mil bombas microscópicas. 

O que eu faço agora?

Droga, droga, droga…

Qual será a velocidade disso?

Apesar do perigo iminente, é um skate de verdade…

Talvez não seja tão ruim morrer por um skate de verdade!

Emiti um ruído baixo na garganta. Eu me perguntei por um momento se alguém como eu seria capaz de conseguir estabilizar o autodomínio dos pés sobre quatro rodas em movimento apenas com os vídeos de manobras que andei vendo nos últimos dias. Mas ao fazer isso, descobri que a resposta pouco importava, pois minhas memórias se emaranhavam nervosamente, como se estivéssemos jogando um jogo, e era como se ela estivesse hesitando em sua vez na partida. O skate reverberou com aceleração o suficiente para que eu sentisse o tom sob meus pés. 

Está se aproximando… 

A superfície desse chão é ligeiramente sulcada, então isso poderia mudar facilmente a direção das rodas em um curto deslocamento. 

Uma pedra seria o suficiente para fazer com que o skate perdesse seu rumo e seguisse em uma direção contrária. 

Então… 

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⏰ Última atualização: Dec 19, 2021 ⏰

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𝐒𝐊8 𝐓𝐇𝐄 𝐂𝐇𝐎𝐈𝐂𝐄𝐒 | 𝙇𝙖𝙣𝙜𝙖 × 𝙍𝙚𝙠𝙞 Onde histórias criam vida. Descubra agora