O presente

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Boa Leitura 💚🐦

— Você tem alguma coisa pra me contar Roseanne? — A Manoban indagou entrando no quarto.

— Alguma coisa? Claro que não. — Respondi sem graça fingindo uma risada.

— Eu já descobri o seu segredo. — Ditou ao se sentar na cama.

— Sabe? — Arqueei as sobrancelhas, eu era uma atriz tão boa...

— Você é uma mentirosa Roseanne. — Sua voz antes misteriosa soou rude. — Saia da minha casa. Agora.

— O que? Você vai me deixar na rua?! — Exclamei assustada vendo-a se aproximar de mim.

— Esse é o lugar de mentirosos. — Segurou meu braço com tanta força que jurei que poderia necrosá-lo.

— Lisa nós somos amigas! Não pode me deixar na rua. — Dizia enquanto ela me puxava pelas escadas. — Martha! Me ajude Martha, diga a ela que é um erro, diga a ela! — Segurei a mão da empregada que rapidamente se desvencilhou me olhando com nojo.

— Aqui não é lugar para mentirosos. Sinto muito. — Sussurrou com a cabeça baixa provavelmente com medo da Manoban.

— Pare de se contorcer. — Ditou me puxando para o elevador.

— Mingi! Não pode me jogar na rua! — Exclamei ao chegar na garagem.

— Desculpe senhorita, eu só recebo ordens. — Exclamou abrindo a porta e Lalisa me jogou dentro do carro.

— Tchau tchau robô de Taubaté. — Jennie estava dentro do carro debochando da minha cara.

— Lisa... — Sussurrei esperando que ela tivesse um pingo de compaixão.

— Eu odeio quem mente pra mim Roseanne.

"Eu odeio quem mente pra mim Roseanne." Essas palavras ecoavam em minha cabeça. Como se estivesse em uma galáxia distante e minha cabeça fosse oca.

— Roseanne! — Ouvi uma voz distante me chamar. — Ativar Roseanne! Acordar Roseanne! Que droga, como eu faço pra acordar um robô? — Senti meu olho ser aberto abruptamente e o rosto de Lisa tomou conta do meu campo de visão. Um sonho, havia sido apenas um sonho. — Finalmente! Achei que você estava descarregada.

— Você é real? — Indaguei passando minha mão por seu rosto.

— O que está falando? É claro que eu sou real. — Respondeu com a voz estranha pois eu apertava seu rosto.

— Nada! Precisa de alguma coisa?

— Chegou uma encomenda pra você. — Disse me entregando uma caixa estranhamente lacrada.

— Você a abriu não abriu?

— Talvez... — Respondeu envergonhada me fazendo sorrir. — Não entreguei ontem porque não tinha nenhum lugar aberto para eu poder lacrá-la de novo.

— Espere, quem me mandou isso? — Meu deus eu era um robô! Robôs não recebem encomendas!

— Acho que seu irmão robô Harry lembrou de você. — Sorriu se levantando. — Não sabia que vocês criavam esse tipo de vínculo.

— Sim! — Respondi subitamente já sabendo o que eu diria. — Somos ambientados assim, pra sermos mais humanos. — Sorri feliz por meu raciocínio rápido.

— Ele não vai vir te visitar nos finais de semana vai? — Brincou saindo do quarto. Eu espero que não, se não estarei ferrada.

Prestando atenção na caixa, que poderia ter custado meu emprego e muita dor de cabeça, retirei o durex que Lalisa havia colocado podendo finalmente ver o que tinha dentro. Uma outra caixa, mas esta não era marrom e sem cor, era azul, Harry havia a pintado com tinta guache para que eu não descobrisse o que tinha dentro. Ele sempre fazia isso quando era pequena, pois o papel de embrulho era muito caro.

Who Knows❔Chaelisa❓Onde histórias criam vida. Descubra agora