8. I like you.

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O céu ainda estava escuro, uma manta de estrelas brilhava intensamente sobre eles. Estavam sozinhos, envoltos pelo silêncio absoluto da madrugada, em que o frescor do campo misturava-se ao cheiro sutil de grama úmida e flores silvestres. Para Marisol, este era um refúgio familiar; para Justin, uma fuga deliciosa do caos de sua vida urbana.

Marisol estava acostumada ao nascer do sol, mas hoje, a ansiedade trazia um novo brilho ao seu olhar. Justin, por outro lado, sequer havia dormido — tudo para estar ali, com ela, com a garota que, ao contrário de tudo que conhecera, não se importava com dinheiro, status ou posses. Marisol não parecia reparar em nada disso; era como se ele fosse apenas Justin, e não o jovem da cidade grande com um nome famoso e uma vida rodeada de expectativas. A paz que ela lhe trazia era, ao mesmo tempo, empolgante e dolorosa, pois ele sabia que tudo isso era passageiro.

— Justin... — A voz dela soou suave e doce, envolvendo o nome dele com uma familiaridade quase melódica.

O coração dele acelerou ao ouvir seu nome dito assim. Ele sorriu e, sem uma palavra, a puxou pela cintura, colando seus corpos. Seus olhos buscavam o rosto dela, como se quisessem gravar cada detalhe, cada expressão, enquanto ele inclinava-se e selava seus lábios, um beijo breve, mas carregado de sentimento. Marisol o olhou surpresa, e ao ver o brilho em seus olhos, não recuou. Ambos queriam aquilo.

Eles haviam trocado apenas selinhos até então, nada profundo, e ele sentia que seu coração queria mais, mas estava disposto a esperar. Com Marisol, cada toque, cada momento, ganhava um significado que ele jamais esperara sentir com ninguém.

— Você não tem que fazer isso, sabia? — Ele murmurou, com a voz rouca, sentindo a mão dela tocar suavemente seu rosto.

Marisol abaixou o olhar, tímida, mas logo seus olhos voltaram aos dele, sua mão subindo até a nuca de Justin, trazendo-o mais uma vez para perto. Ela queria aquilo, queria ele — e sabia exatamente o que estava fazendo. Suas bocas se uniram de novo, dessa vez com uma intensidade que nunca haviam experimentado.

Marisol era inexperiente, mas a sinceridade do gesto o fez perder qualquer noção de tempo. Ele segurava seu rosto com cuidado, fazendo carinhos suaves, enquanto explorava seus lábios devagar, como se quisesse que ela se sentisse segura. A doçura daquele beijo era inédita para ambos, e Justin percebeu que o beijo de Marisol não era como nenhum outro que ele já tinha experimentado — era inocente, nervoso e cheio de ternura, fazendo-o se sentir estranhamente vulnerável.

Quando ele finalmente se afastou, segurando o lábio inferior dela entre seus dentes por um breve instante, Marisol suspirou, os olhos ainda fechados. Ao abri-los, seus olhares se encontraram, e ela rapidamente desviou, as bochechas ardendo.

— Ei, olha para mim! — Ele pediu baixinho, erguendo o rosto dela. Sentia-se em um transe toda vez que aquelas íris azuis o encaravam de volta.

— Você se saiu bem. — Ele murmurou, tentando quebrar o silêncio e sorrindo de lado.

Marisol riu timidamente, mas o sorriso no rosto dela logo desabrochou, aliviando o nervosismo que havia prendido o ar entre eles.

— Você gostou? — Ela perguntou, hesitante, mas com um sorriso que deixava claro que queria saber a resposta.

Justin riu, mas o nervosismo dele ainda era real. Como alguém tão doce e sem malícia como Marisol podia fazê-lo se sentir tão vulnerável? Ele mal reconhecia o próprio coração batendo tão acelerado, com medo da resposta dela.

— Onde está aquela garota falante? — Tentou brincar, mas, sem perceber, sua voz saiu quase em um sussurro, e ele percebeu que estava torcendo por uma resposta, qualquer resposta.

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