14. Alone.

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Marisol estava chorando sobre sua cama. Como nunca havia chorado antes. Aquela sensação era nova para ela. A garota ao menos entendia o porquê de estar chorando daquela maneira. Sim, Justin iria embora, mas, porque aquilo a afetava tanto?

Ela estava sentindo um aperto em seu peito que chegava a sufocar, e aquilo a estava assustando. Ela não sabia que gostava tanto dele a àquele ponto. E ao se sentir daquele modo, desejaria não gostar dele naquela proporção.

Marisol gostaria de poder ter alguém para contar numa situação como aquela. E, mais uma vez, ela sentia falta de sua mãe. Ultimamente, ela se via pensando muito na mesma, o que a deixava um tanto quanto confusa, já que, antes, não era assim.

Mas no fundo ela entendia a razão. Antes ela não parecia se importar com um coração quebrado ou, simplesmente acreditar que gostaria de alguém. Conhecendo o seu pai, ela jamais ousaria, no entanto, agora, se via presa a ele; e ao menos sabia que estava. Pelo menos até agora.

— Marisol.

A loira se assustou quando ouviu uma voz soar um tanto alta da janela de seu quarto. A mesma se sentou sobre sua cama, e rapidamente, olhou para os lados à procura do dono da voz.

— Eu posso entrar?

Só então a garota havia percebido que Justin estava pendurado na janela de seu quarto. A mesma arregalou seus olhos azuis ao vê-lo.

Estava sendo difícil para o loiro se segurar sobre a janela. Ele nunca havia feito algo assim na sua vida, e ele sabia que seria idiotice seguir os conselhos de seu avô. E mesmo assim, ali estava ele; pendurado do lado de fora da janela de uma garota cujo o pai da mesma o mataria facilmente se o visse ali.

Marisol se apressou ao ir até a janela, para ajudar Justin a entrar em seu quarto. Ela sabia que era uma loucura aquilo, e que, ao estar fazendo algo errado, a porcentagem de acabar mal era gigantesca. Sempre era.

— O que está fazendo aqui? O meu pai te mata se ele te pegar aqui.

Ela disse rápida. O seu coraçãozinho estava acelerado. Primeiro pelo fato dele estar em seu quarto. E, segundo, por ter a grande possibilidade de seu pai descobrir.

— Eu sei, eu sei! — Disse apresado como ela. — Mas eu precisava falar com você.

Justin só agora havia notado ela de fato. E ao ver o seu rosto inchado e seus olhos e nariz vermelhos ele se sentiu mal. Ela estava chorando e aquilo era culpa dele.

— Me desculpa.

Havia sido a única coisa que ele havia conseguido lhe dizer ao notar a sua feição.

A ideia de estar machucando Marisol o machucava também. Ele se importava demais com ela, o suficiente para tomar suas dores. Ele a amava.

Justin tocou o rosto macio da loira que fechou seus olhos sentindo o carinho quente do mesmo. Ela amava os seus toques. Sempre parecia ser o necessário para ela.

— Eu não queria que as coisas fossem assim.

Sussurrou, se aproximando mais dela, tocando agora o rosto dela com suas duas mãos. Logo aproximou seus lábios da testa dela, os deixando pressionados por um longo tempo.

Marisol fechou seus olhos com força, derramando mais lágrimas. Ela não conseguiria ficar sem ele. Sem os carinhos dele. Justin era tudo o que ela precisava, e ao menos sabia disso antes.

— Eu gostaria de poder levar você comigo.

Ele disse, rindo fraco após falar o seu desejo. Ele sabia que algo como aquilo seria impossível. Seria apenas o que realmente era; um desejo.

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