16. Take care of her.

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Durante o caminho, nenhum dos dois havia dito mais nenhuma palavra. Apenas uma música qualquer que tocava no rádio proporcionava que aquele ambiente não estivesse num total silêncio.

Justin segurava o volante com suas mãos firmes, no entanto, por dentro, ele estava se segurando para não falar nada com Marisol sobre aquilo. Ele sabia que ele poderia se prejudicar com aquele ato, afinal, ela era de menor, e ele, maior de idade.

O loiro afrouxou suas mãos no volante, tentando ignorar o fato dele poder ser preso por estar fazendo aquilo, e tentou pensar no quão bom seria a ter em sua casa todos os dias.

Aquilo era uma loucura, no entanto, estar fazendo aquilo com Marisol e, por Marisol, não parecia ser tão errado assim, muito menos parecia ser uma decisão de que ele se arrependeria. Ele a amava, e estar perto dela era tudo o que ele mais queria, mesmo que fosse do jeito errado.

Justin ainda não conseguia entender como em tão pouco tempo, pôde se sentir daquele modo com Marisol. Ele não fazia ideia de como uma simples caipira havia criado tanto poder assim sobre ele. Sobre seus próprios sentimentos.

Marisol estava com suas mãos sobre seu colo, apertadas. A cada momento que ela via placas anunciando a distância que faltava para o aeroporto, ela apertava mais suas mãos. Ela não sabia como se sentir. Se triste, por ter deixado seu pai para trás, ou feliz, por finalmente estar indo conhecer a sua tão sonhada cidade grande.

Marisol sempre quis sair de Lake Village, no entanto, a cada ano que passava lá, a ideia de sair da mesma se esgotava um pouco mais, porém, ao conhecer Justin, alguma coisa dentro dela ascendeu novamente, e as chances de tornar isso realidade pareciam serem reais. E aqui estava ela, em um caro, com o homem que amava, em direção ao aeroporto para finalmente, chegar a Seattle. Aquilo não parecia real, porque aquilo não possuía cara de Marisol, entretanto, ela estava gostando das decisões e escolhas da nova Marisol.

— Está arrependida?

Justin perguntou finalmente, quebrando o silêncio dos dois. A verdade era que ele estava inseguro quanto a Marisol. Ela não parecia mais querer estar naquele carro com ele.

— Não. — Ela negou devagar. E ela realmente não estava. Ela só estava assustada com tudo aquilo. — Só um pouco assustada com a ideia de ir até Seattle.

Confessou, Justin soltou um riso nasal, balançando sua cabeça em concordância. Ele ainda não conseguia sentir a firmeza nas palavras da loira, no entanto, saber que ela não se arrependia de vir com ele o acalmava mais.

— Sei que você irá gostar de Seattle. É exatamente tudo o que você imaginou e um pouco mais.

Ele disse, se sentindo feliz pôr suas palavras quando Marisol virou o rosto para ele, sorrindo largo, abobalhada com a sua imaginação que corria solta.

— Eu mal posso esperar. — Disse eufórica, se ajeitando melhor no banco do carro.

Naquele momento, Marisol havia até mesmo esquecido de seu pai. Tudo o que ela conseguia pensar agora, era em como Seattle era e o quanto que ela queria que eles chegassem lá logo.

Justin sorriu vitorioso ao ver que a postura de Marisol havia mudado. Ela não estava mais encolhida no banco do passageiro, agora ela estava com a janela do carro aberta, fazendo seus fios de cabelos voarem pelo seu rosto, e tudo isso com um belo sorriso nos lábios.

Agora ela era exatamente a Marisol que ele havia conhecido no primeiro dia. Ela era exatamente a pessoa doce, ingênua e frágil a qual ele havia se apaixonado.

Ele poderia, facilmente, naquele momento, soltar um "eu te amo" de seus lábios, mas ele não o faria, não queria estragar aquela imagem dela. No entanto, nada o pôde impedir de sussurrar inaudível a seguinte frase, e em seguida, sorrir ao se sentir bem ao admitir tais sentimentos.

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