38. Confrontation.

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Justin desceu as escadas da casa de seus avós fervendo em raiva. Ele sabia que não poderia resolver nada com McKaley de maneira civilizada, mas nesse momento, ele não queria conversas ou desculpas esfarrapadas, ele resolveria aquilo da mesma maneira que o pai de Marisol resolveu, mas da sua própria maneira.

Não existia justificativas no mundo que o fizesse desculpar ou se quer, entender o que McKaley havia feito. Justin nunca havia sido agressivo, mas antes, ele nunca havia tido um motivo plausível para tal ato.

Era estranho que ele não conseguia lembrar de como a sua vida era antes de Marisol. Somente depois dela. Somente depois da sua chegada que a sua vida passou a ter algum sentido. Somente depois de sentir o toque de sua pele, o gosto do seu beijo e a sensação de fazer amor pela primeira vez que ele entendeu que antes não estava vivendo, apenas sobrevivendo. Marisol lhe deu um propósito. Marisol lhe deu tudo o que ele precisava, e ao menos sabia disso. Ela era a sua vida agora, então, como ele poderia deixar alguém tentar destruir tudo o que ele tinha? Como ele conseguiria apenas assistir alguém acabar com a única coisa que o fazia querer viver? Ele não poderia. E ele não deixaria.

— Onde ocê tá ino, querido? — Diane questionou o neto, que passou ao seu lado cuspindo fogo como um dragão. — Justin! — Ela gritou quando não ouviu uma resposta do neto e nem um sinal de que ele pararia.

— Bruce! — Diane gritou em desespero ao assistir o neto pegar a picape de Bruce e sair cantando pneu pelas terras.

— Má o quê que foi, muié? — Bruce perguntou assustado pelo grito de desespero de Diane. Bruce carregava dois baldes com leite nas mãos.

— Nosso neto saiu nas carreira no carro e nois dois sabe que isso num pode ser baom.

Bruce soltou os baldes de leite no chão, derramando a maioria da quantidade, pegou o seu chapéu de couro marrom no armador da cozinha e começou a andar em passos rápidos para fora da casa.

— Que o senhor Jesus abençoi nois e nenhuma tragédia aconteça hoje. Amém!

Diane disse quando juntou suas mãos e fechou seus olhos.

[...]

Justin estacionou a picape de qualquer jeito nas terras de McKaley que, coincidentemente, estava do lado de fora, no galinheiro. O mais velho saiu do galinheiro carregando uma cesta com ovos e com suas sobrancelhas arqueadas. Ele estava curioso para saber quem havia chegado. Ao avistar Justin vindo em sua direção em passos rápidos ele logo soltou a cesta de ovos no chão, quebrando-os.

— Seu filho da puta!

Justin gritou em fúria, acertando um soco certeiro no rosto de McKaley, que caiu no chão.

Justin assistiu ao homem rir enquanto passava a mão sobre o canto de seus lábios, sentindo o gosto de sangue.

— Ora, ora, veja quem está de vorta.

McKaley disse, ainda rindo, enquanto ficava de pé.

— Como você se atreveu a tocar nela? — Se aproximou em fúria, empurrando o mais velho pelo peitoral, que bateu suas costas no galinheiro. — Eu devia matar você só por ter tocado em um fio de cabelo dela. — Segurou-o pela gola da camisa.

— Ela num é sua, garoto.

Foram as palavras de McKaley. Justin soltou um suspiro desacreditado diante das palavras dele.

— Eu nunca disse que ela era, assim com ela também não é sua. Marisol é livre para ser quem ela quiser ser, e principalmente, viver com quem ela quiser.

— Aí que ocê se engana, garoto. — Ele riu de maneira sarcastica. — Ela é minha fia e é menor de idade. Pro isso que eu há de mandar nela.

— E o que você acha que as autoridades irão dizer quando souberem que você a agrediu? — Justin agora quem tinha o sorriso de satisfação nos lábios. McKaley travou seus lábios e tirou as mãos de Justin de sua camisa, o empurrando

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