29. You and me.

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Justin estava assustado. Ele sabia que McKaley apareceria em algum momento, e para ser honesto, ele achou que o pai de Marisol até havia demorado tempo demais. Ultimamente, era somente nisso que ele pensava. Em quando ele chegaria e o que ele faria. E, sendo bem sincero, Justin sabia que ele seria capaz de fazer qualquer coisa. Para a sua felicidade momentânea, McKaley não carregava nenhum rifle em mãos.

— Eu sabia que 'ocê ia sair desse seu casulo, uma ora ou 'ota. — McKaley disse sério, ajeirando o seu chapéu em sua cabeça, dando alguns passos para frente, para mais próximo do loiro, que recuou na mesma hora. — 'Ocê tá cumedo? — McKaley riu divertido. — É 'baom ter mesmo, sô! Eu vou fazer 'ocê pagar por ter carregado minha 'fia.

— Eu não sequestrei ela, senhor. — Justin disse quase gaguejando. — Foi escolha dela vir comigo.

— 'Cunversa fiada! Minha Marisol 'num sabe o que é 'baom pra ela 'naum, 'ma eu sei, e 'num é 'ocê, seu 'miseravi!

McKalley avançou em passos rápidos até Justin, que fora mais rápido, entrando em seu carro e o travando logo em seguida. McKaley estava batendo contra o vidro enquanto gritava para que o loiro saísse do automóvel, mas ele não sairia. Justin não queria ter que chegar ao ponto de brigar fisicamente com o pai de Marisol. Na verdade, a ideia de brigar com qualquer pessoa não lhe agradava, ele repudiava tal ato, e continuaria seguindo invicto nesse quesito. Violência nunca seria a resposta para resolver nenhum problema.

— 'Ocê 'num passa 'dum covarde! — Gritava McKaley, enquanto socava o vidro escuro do carro de Justin. — 'Ocê tumou ela deu, seu miseravi! A minha fia, 'ocê levou ela deu!

Justin apertou o botão de partida do carro, ligando o mesmo e começando a se movimentar com o automóvel, se afastando das mãos agressivas e fortes de McKaley que batiam incansavelmente sobre o vidro do carro. Logo Justin já estava nas ruas movimentadas de Seattle, esperando que todo aquele trânsito horroroso fosse o suficiente para manter McKaley o mais longe possível dele e, consequentemente, de Marisol.

 Logo Justin já estava nas ruas movimentadas de Seattle, esperando que todo aquele trânsito horroroso fosse o suficiente para manter McKaley o mais longe possível dele e, consequentemente, de Marisol

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Justin estacionou o seu carro o mais rápido que conseguiu, não se importando com a maneira que o mesmo havia ficado — tomando o lugar de outra vaga. Ele estava preocupado com outra coisa, ou melhor, com uma pessoa.

Ao entrar rapidamente em seu apartamento quando as portas do elevador se abriram, Justin correu pela sala e, sem esperar, teve o seu corpo jogado para trás, por pouco ele não perdeu o seu equilíbrio. Marisol havia avançado nele com tudo, deixando-o sem nenhuma reação.

— Me desculpa pela maneira que eu agi ontem. — Disse abafado por seu rosto estar posicionado na curvatura de seu pescoço. — E por tudo que eu disse. Eu sou uma idiota. Você está sempre preocupado comigo, sempre me proporcionando o melhor e sendo maravilhoso comigo e eu estraguei tudo. Você é uma pessoa incrível e eu entendo se não quiser mais ficar comigo.

— Marisol! — Justin disse finalmente, quebrando as palavras apressadas da loira ainda pressa em seus braços.

— O que? — Perguntou baixo, com seus olhos azuis cheios de lágrimas que, a qualquer momento, cairiam de seus olhos.

— Eu jamais seria capaz de deixar você, linda. — Murmurou com sua voz descompensada pela correia que havia praticado para chegar o mais rápido que conseguiu até ela. — Eu amo você, Marisol. — Sussurrou como se fosse um segredo para ela, vendo os seus lindos olhos azuis brilharem em alegria e algumas lágrimas finalmente caíram de seus olhos. — Eu amo você com todo o meu coração e ninguém, nunca, será capaz de mudar isso.

— Eu amo você, garoto da cidade grande. — Ela também murmurou em meio a felicidade e suas lágrimas. — Eu te amo com todas as minhas forças.

Beijou os lábios dele em pressa, querendo cada parte dele, cada célula de seu corpo junto ao seu. Sempre. Tudo aquilo era novo para Marisol, todo aquele sentimento que a cada dia, a consumia mais, mas que a guardava, a deixava segura. Marisol sempre havia sonhado com aquilo, mas ela nunca achou que fosse possível, uma vez que vivia isolada em Lake Village e também, pela superproteção de seu pai.

Seu pai. Doía sempre um pouco mais lembrar dele, apesar de tudo, ela o amava e ele era o seu pai, a pessoa que dedicou toda a sua vida em prol da dela, quem a criou e a deu amor. Ela sentia sua falta, mas também não queria voltar a viver daquele jeito. Tudo o que ela queria era que as coisas fossem diferentes.

— O que você acha de fazermos uma viajem para um lugar especial?

Justin perguntou quando seus lábios se separaram. Marisol o olhou atentamente com aqueles olhos arregalados e brilhantes, que ele tanto era apaixonado.

— Uma viajem? — Perguntou, animada com a ideia. Ela ainda estava com suas pernas agarradas na cintura de Justin e seus braços firmes em seu pescoço. Justin estava com suas mãos em sua bunda, ajudando-a a manter-se ali. Ele balançou sua cabeça em concordância, selando seus lábios por alguns segundos.

— Apenas você e eu. — Caminhou com ela até o sofá, sentando-se, com ela ainda sobre o seu colo.

— Podemos fazer isso? — Perguntou, o fazendo cruzar o cenho. — Você sabe, tirou férias recentemente... — Ela explicou quando notou a sua expressão de confusão.

— Eu sou o dono, linda. Eu posso fazer qualquer coisa. — Disse risonho, a fazendo revirar os seus olhos e rir também.

— E para onde vamos? — Perguntou, passando suas mãos por seu rosto e cabelo, fazendo carinho em seus fios. Justin sorriu fechando seus olhos, encostando suas costas no sofá.

— Um lugar especial. — Murmurou.

— E eu não posso saber onde fica? — Aproximou dele, beijando o seu rosto. Justin riu, balançando sua cabeça em negação.

— É uma surpresa. — Abriu seus olhos, sentindo-se grato pela calmaria que aqueles olhos azuis lhe passavam.

Ele nunca havia se sentido assim, com ninguém, e ainda era assustador para ele. O amor e a necessidade que ele sentia por Marisol em tão pouco tempo. Ele já não conseguia mais se ver sem ela. A ideia de não a ter mais o despedaçava.

— E qual o motivo dessa viajem?

Marisol perguntou risonha. O sorriso que havia nos lábios do loiro havia morrido. Ele não queria mentir para ela, nunca, mas, a ideia de conta-la que seu pai estava na cidade e que havia ido até a empresa atrás dele não conseguia ser uma opção para ele.

— Eu só preciso de um tempo longe de tudo isso. Só eu e você. — Tirou alguns fios de seu cabelo que estavam em seu rosto, colocando-os atrás de sua orelha, aproveitando e fazendo um carinho em sua bochecha rosada.

Justin não conseguia entender como alguém como Marisol havia se apaixonado por ele. Não que ele fosse uma pessoa ruim, longe disso, mas, ele simplesmente não conseguia acreditar ou entender como alguém com o coração como do dela, havia se apaixonado por alguém com o coração como o dele. Ela era tão linda. Tão inocente. Tão boa. Tão pura... Em alguns momentos isso o fazia se sentir péssimo, uma vez que ele havia sido a causa para romper todos esses adjetivos que a descreviam tão tem. Ela continuava sendo tudo aquilo, mas, ao mesmo tempo, ela não era.

— Nós temos todo o tempo do mundo. — Ela disse contente, o abraçando e aspirando o seu cheiro maravilhoso.

Não, eles não tinham e Justin sabia bem disso, a partir de agora, seria apenas uma questão de tempo até McKalley arrancá-la de seus braços, e a leva-la de volta, junto com o seu coração. A partir de agora, não seriam mais os seus dias com Marisol, mas sim, quantos dias ainda lhe restava ao lado dela. 

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