30. Desire;

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Naquele instante, Justin estava realizado. Ele estava deitado na poltrona de seu jatinho e o corpo pequeno e quente e Marisol estava deitado sobre o seu, tão calma, tão relaxada e tão doce, bem diferente de quando o avião começou a decolar. Ela estava sentada ao seu lado, apertando sua mão com força e seu corpo tremia. Ele havia tentado acalmá-la com palavras e caricias, mas nada havia adiantado, a não ser a sua última opção, que era a que ela se encontrava agora. Deitada sobre ele, e aquilo estava tão confortável para ela, quanto para ele. Justin se sentia completo quando ela estava ao seu lado, ou sobre si.

Era como se Marisol fosse tudo o que lhe faltava antes, mas que ele não fazia ideia. De repente, sua vida havia começado a fazer sentido. Viver já não era tão chato ou entediante. Compartilhar todos os seus momentos com ela era tudo o que ele mais queria, desde o segundo em que a viu.

Marisol e remexeu um pouco quando Justin acariciou o seu rosto com a ponta de seus dedos. Eles haviam acabado de pousar. Estava quase tudo escuro pelo horário e, infelizmente, hoje não seria mais possível para Marisol se admirar com a bela vista do destino deles.

— Amor? — Sussurrou, tirando alguns fios de seu cabelo que estavam por seu rosto, sentindo-a se remexer novamente e murmurar alguma coisa. — Já chegamos, linda. — Comunicou, se sentando na poltrona ainda com Marisol em seu colo. Justin riu baixo quando percebeu que o sono havia realmente a pegado. Ele ajeitou o pequeno corpo da loira em seu colo, ficando pé com ela sobre si, carregando-a para fora do avião.

— Levem nossas malas para a chácara, por favor.

Pediu para seus seguranças, ainda dentro do avião, que concordaram. Justin acenou com a cabeça em um gesto de agradecimento e desceu do avião, caminhando com Marisol adormecida em seu colo até a sua casa. Ele se viu sorrindo sozinho ao imaginar a felicidade de Marisol quando acordasse amanhã e visse onde eles estavam. Ele não perderia aquele momento por nada.

Ao chegar na casa, já totalmente limpa e pronta para recebe-los, Justin subiu as escadas até o seu quarto, colocando-a gentilmente sobre sua cama, que se aninhou facilmente no colchão confortável, ele a cobriu com um lençol e deu um beijo em sua testa, se dirigindo até o banheiro.

Em meio ao seu banho, Justin refletiu bastante sobre a mentira que havia contado para Marisol. Sobre o real motivo daquela viajem. Ele sabia que lhe devia a verdade, principalmente por se tratar de seu pai, mas ele era egoísta ao ponto de mentir e possivelmente jogar tudo pelos ares pelo simples fato de não conseguir mais ficar longe dela. A ideia de McKaley levar Marisol consigo para longe dele o assustava mais do que qualquer outra coisa. Ele estava completamente perdido nela, e se ficasse sem ela, ele não teria mais absolutamente nada. Ele não seria mais nada.

[...]

Justin se remexeu na cama quando certa claridade havia entrado pelos seus olhos. Ao passar a mão ao seu lado, percebeu que o corpo de Marisol não estava ali. Ele se sentou na cama em um salto, coçando seus olhos e os abrindo-o aos poucos diante a claridade do dia que entrava pela enorme porta de vidro da varanda, que estava aberta.

— Marisol? — Ele chamou, já sentindo os nervos à flor da pele.

Ele ficou de pé, vestindo a primeira peça de roupa que viu dentro de sua mala, uma calça de moletom preta. Justin saiu do quarto andando pelo corredor e chamando o nome de Marisol, continuando na medida que descia as escadas e adentrava nos cômodos. Sala, cozinha, quarto de visitas e banheiro. Nada. Ela não estava na casa.

Ele saiu quase que correndo pela porta principal, ficando na varanda, tentando localizá-la com seus olhos pela área da praia ou até mesmo dentro do mar, mas não havia nada, nem uma pessoa se quer. Essa parte da praia só havia a sua propriedade, que se estendia por muitos quilômetros.

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