Kara Danvers

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Kara*

Meu nome é Kara Danvers, eu não sei bem descrever minha personalidade então vou citar coisas que eu gosto. Eu gosto de pizza, cerveja, festa, beijar, transar, vodca, hambúrguer, ler, rock, burritos, vinho, gim, na verdade gosto de qualquer coisa com álcool. Eu moro na Street Motto, moro com a minha mãe, Eliza. A profissão dela? Alcoólatra desempregada serve? Desde que ela traiu meu pai e eles se separam ela entrou em um relacionamento sério com a garrafa de Whisky que ficava no armário do papai, eu moro com a minha irmã também, Spencer, ela tem 8 anos e é a única coisa útil que saiu da minha mãe. Não temos o mesmo pai, na verdade nossa mãe nunca disse quem era o pai da Spen, pra ser sincera eu acho que nem ela sabe. Meu pai e a Spen são literalmente as únicas pessoas da minha vida que eu sinto orgulho de ter, diferente de certas mães. Tudo que eu mais queria era morar com ele, ele até disse que a Spen podia ir comigo, mas se eu fosse embora minha mãe não sobreviveria, apesar dela ser uma cobra aproveitadora de filhas ela ainda era a minha mãe. A gente sobrevive com a pensão que meu pai paga pra mim e meu trabalho. Eu trabalho em uma lanchonete perto da minha escola, pública só pra constar. Meus dias escolares eram sempre uma surpresa, as vezes tem uma fogueira no fundo da sala ou competição de qual chiclete gruda primeiro no teto. Os professores quase nunca vão e quando vão ficam assistindo a sala sendo completamente destruída pelos alunos. Você deve estar pensando, por que eles não fazem nada pra mudar isso? E a resposta é, porque eles não se importam, na verdade ninguém se importa com os delinquentes da escola pública, as vezes eu acho que toda essa "arte", digamos assim, que os alunos fazem na sala é uma forma de revolta, já que eles acham que somos criminosos delinquentes sejamos criminosos delinquentes. Eu quase nunca participo desse tipo de ação, não concordo, mas também não julgo quem participa, afinal, todos tem que se expressar de alguma forma. Eu tenho esse meu jeito lobo solitário, não gosto de pessoas, elas são muito complicadas e tem muitos problemas, por isso eu só tenho uma amiga, Lena Luthor, a melhor pessoa desse mundo, sério, vocês amariam ter ela como amiga, eu amo. Ela tem essa mania clichê dela de que um dia vai achar um príncipe encantado que vai gostar dela do jeito que ela é, na verdade eu acho que tudo isso é uma baboseira, o amor não existe, é só uma besteira comprada por idiotas carentes, se apaixonar é literalmente uma perda de tempo.

Eu acordo as 10:38 da manhã com uma dor de cabeça gigantesca, deve ser por conta das cervejas de ontem. Eu tomo um remédio e coloco o uniforme do colégio. Não, meu colégio não começa as 11:00, ele começa as 7:00, mas lá é uma cidade sem leis, não que eu concorde, mas eu usufruo dos benefícios. Eu saio do meu quarto com a mochila nas costas, pego um dos pães murchos que estavam em cima da mesa, coloco na boca e saio a caminho da escola sem nem mesmo falar com a minha mãe que provavelmente já esta bêbada. Entro pela porta da frente e caminho até minha sala. Quando chego até a porta avisto a professora mexendo em seu telefone, alguns meninos dançando em cima da mesa e um casal se beijando desesperadamente no fundo da sala. Eu entro e a professora nem sequer nota que cheguei atrasada, afinal, não importava. Me dirijo até o meu lugar e lá me sento. Abro minha bolsa e pego meu livro de matemática para ler, porque diferente dos idiotas da minha sala eu quero um futuro pra mim, quero dar uma vida pra minha irmã. Minha leitura é interrompida quando sinto uma bola de papel amaçado acertar a minha cabeça, eu me viro na tentativa de descobrir quem arremessou e vejo a Lena no fundo da sala, pra minha nem tanta surpresa era ela quem estava quase engolindo o garoto no fundo da sala. Eu guardo meu livro e sento na mesa ao lado dela, que estava vaga.

Lena - eu queria te perguntar se teria algum problema se eu ficasse com o James - ela me pergunta séria segurando a minha mão.

Kara - claro que não, James foi só a boca e o pau - eu digo não me importando.

Lena - que bom - ela diz animada - acho que ele anda de olho em mim

Eu olho pra ele e vejo ele me encarando com um sorriso travesso e logo ele pisca o olho direito pra mim enquanto a Lena se derretia. Lena não era uma das pessoas mais inteligentes, por isso tinha a mim. Na verdade se ela ficasse com o James talvez me livraria de um problema. James e eu transamos uma vez em uma das festas ano passado e desde então ele acha que temos alguma coisa, a verdade é que eu tenho orgulho em dizer que eu não sou capaz de amar ninguém, não me apaixono, não me apego.

Kara - com certeza ele esta - eu digo voltando a virar de costas para ele.

Lena - e ai? Vai na festa da Alex?

Kara - se tem festa, tem Kara

Lena - é isso que eu gosto de ouvir - ela faz um toca aqui comigo.

Depois de um tempo conversando Lena vai sentar ao lado de James e eu volto aos meus estudos. No final da aula eu e Lena vamos até a lanchonete da esquina. Eu trabalhava lá, Lena era só a filha do dono, mas eu gostava quando ela ia, ela me ajudava bastante, as vezes ela ficava no meu lugar para que eu possa estudar. Esse ano eu devo mandar as minhas cartas pra faculdade, eu precisava urgentemente de uma bolsa pra faculdade, meu pai já se ofereceu pra pagar, mas não posso depender do meu pai pra tudo, ele já fez tanto por mim e pela Spen, que nem filha de sangue dele é. Eu termino de trabalhar e volto pra minha casa. Quando chego me deparo com a Spencer sentada em uma das cadeiras da cozinha e minha mãe dormindo abraçada com a garrafa de Whisky no sofá.

Spencer - Kara! - ela diz extremamente animada correndo até mim.

Kara - oi Spen - eu abraço ela o mais forte que consigo - ta tudo bem? O que faz sentada ai sozinha?

Spencer - eu to com fome - ela diz com a voz mais fina.

Kara - você comeu hoje? - eu fico preocupada.

Spencer - só na escola

Eu fico extremamente zangada com a minha mãe, como ela pode deixar a própria filha o dia todo sem comer?

Kara - a gente vai subir, nós vamos tomar banho e depois eu te levo pra jantar onde você quiser

Spencer - eba! - ela se empolga e sobe pro banheiro rapidamente.

Nós duas tomamos banho e eu levo ela pra jantar no shopping, ela sempre escolhe o shopping. Nós sentamos na mesa e comemos um hambúrguer. Spencer mordia seu lanche desesperadamente, o que me fazia sentir ainda mais raiva da minha mãe, eu queria tanto poder dar uma vida melhor pra minha irmã.

Do outro lado da cidade - KarryOnde histórias criam vida. Descubra agora