– A minha mãe uma vez me disse que: "Quando uma porta se fecha, uma outra abre." – O rapaz de cabelos castanhos parou por um tempo e encarou o nada. – Foi alguma coisa do tipo.
– E o que isso tem a ver? – Haechan soprou a fumaça do cigarro.
– Haechanie, coisas boas vão vir! Você não precisa fazer...fazer isso. – Apontou para o menor.
Donghyuck encarou seu reflexo no espelho grande encostado na parede. Usava apenas uma box preta, o que lhe dava uma boa visão de si mesmo. Estava cheio de hematomas pelo corpo, sua boca sangrava e seu olho direito estava roxo e inchado. Seu nariz também estava inchado, em sua testa havia um galo além do corte no ouvido, que também sangrava.
Havia apanhado de um de seus clientes. Apanhou porque se defendeu. Se defendeu dos insultos e xingamentos que lhe era proporcionado. Só porque ele era um garoto da noite não queria dizer que não tinha sentimentos, ou que não se sentiria ofendido. Começou a discutir com o homem, o que o levou a gritar consigo, e como ele já estava alcoolizado, começou a agredir Haechan. Foi salvo por um dos capangas de Hei, Hajoon.
Ele era valioso, não poderia morrer.
– Precisava Nana, ah se precisava! – Franziu o cenho largando o cigarro. – Eu não ia ficar parado escutando como se fosse um boneco!
– Hae, mas é isso o que devemos fazer! – Cruzou os braços. – Não temos valor. Somos bonecos...objetos. – Suspirou.
– Jaemin, eu quero sair daqui. – Encarou o amigo. – Eu quero ir embora. Eu quero viajar, quero conhecer lugares, pessoas, quero ter alguém que me ame e cuide de mim. – Fungou. – Eu quero ter uma vida justa. – Se aproximou do maior levando suas mãos até os ombros do outro. – Não somos objetos. E escute o que eu digo agora, nós vamos ter uma vida digna.
Jaemin sorriu ao observar os olhos cheios de confiança do melhor amigo. Haechan era tão especial, tão forte e corajoso. Diferente de si, que era covarde e fazia tudo o que mandavam.
– Nós vamos sim, meu sol. – Segurou o rostinho ferido. – Mas agora, vamos limpar esses machucados.
...
Haechan suspirou ao lembrar de todas as vezes em que prometeu ao mais novo que tudo mudaria, e que eles nunca se separariam. Sentia tanta falta do amigo, sentia falta do seu abraço e dos seus olhares reprovadores quando respondia alguém ou implicava com algo. Sentia falta de se sentir protegido e amado por alguém, até porque, Jaemin foi a única pessoa que sobrou na sua vida que o amava de verdade. Mesmo sabendo dos seus defeitos, dos seus sonhos mais loucos, ele sempre esteve lá.
– E agora eu não estou lá por ele. – Passou as mãos pelo rosto de forma cansada.
Estava deitado na cama, em seu quarto. Não tinha visto Mark no café da manhã, nem o resto dos chefes, Lay e o senhor Wei, tudo estava tão quieto.
– H-Haechan! – Encontrou Meirin na porta com um sorriso travesso. – Ainda se sente triste?
– Um pouco menos. – Se sentou na cama vendo a menina se aproximar e se sentar ao seu lado.
– Vou te ajudar a achar algo que faça você se sentir melhor. – Ela coçou o queixo. – Como os doces fazem comigo e como o cigarro faz com o Mark oppa. Me diz, o que faria você se sentir melhor? – Haechan pensou um pouco e depois suspirou.
– Meu melhor amigo. – Encarou Mei que concordou.
– Ele pode vir te visitar! – Sorriu contente. – Ou você pode visitar ele.
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𝚋𝚊𝚍 𝚋𝚕𝚘𝚘𝚍
FanfictionMark Lee, filho da máfia, é conhecido como sangue ruim por vários motivos, mas um deles é por seu passado obscuro. Assim que Haechan, um garoto da noite, entra em sua vida as coisas passam a mudar e Mark se vê disposto a mostrar que aquele apelido n...