19. O traidor

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Desceram da caminhonete e analisaram a mansão Hei. Para a surpresa de todos ela não estava cheia de guardas tentando os espantar como antes. Havia apenas Hei, parado na porta, e ao seu lado Hajoon.

– Bem vindos! – O mais velho ditou assim que o grupo Wei se aproximou. – Bem vindo de volta, Haechan. – Encarou o mais novo que se posicionou atrás de Mark. – Meu amigo...– Encarou Mark que estava com a feição de poucos amigos. – Eu sinto muito pela perda, muito mesmo...– Lamentou com o seu tom de atuação de sempre.

– O que você quer? – Indagou.

– Oh! Lay não te explicou? – Se espantou encarando o citado, que estava ao lado do irmão. – Apenas quero receber meus amigos em um momento doloroso. Somos amigos agora, não somos? – Voltou seu olhar para Mark.

– Não tenho certeza ainda...– Franziu o cenho.

– Que pena. – Hei sorriu de lado. – Vamos entrar, por favor! – Deu as costas e entrou na mansão.

Mark encarou Lay, que concordou sorrindo. Se virou para Jeno que franziu o cenho e depois para Haechan atrás de si, que segurou seu braço. O mais novo estava assustado, com medo. Sabia do que Hei era capaz, e se uma guerra começasse ali mesmo seria o primeiro a morrer.

...

– É uma pena, não é? – Pararam no meio do salão. Aquele mesmo salão onde fizeram o acordo de paz, onde Haechan e Mark se viram pela primeira vez. – Essa perda.

– Sim. – Lay respondeu.

– Você era apegado ao seu pai, não era Mark? – Sorriu. – Ele amava muito você. Mas não digo o mesmo de Lay....– Encarou o outro que rangeu os dentes.

– Isso aqui não era para ser uma homenagem? – Mark franziu o cenho. – Por que me pediu para trazer o Haechan?

– Oras, porque ele é o nosso acordo. – Sorriu. – Meu pequeno Haechan, senti falta do seu rostinho lindo. – O menor desviou o olhar.

– Não fale com ele. – Mark rosnou fazendo Hei o encarar surpreso.

– Oh, vejo que alguém gostou do meu presente. – Gargalhou alto. – Voltando ao assunto...– Coçou o queixo. – Envenenamento, nossa...foi fatal. – Comentou em um tom baixo chamando a atenção de todos do grupo Wei.

Ninguém além de Mark e o doutor sabiam daquilo.

– Espera, como você sabe?! – Mark deu um passo a frente com os punhos cerrados.

– Ops, escapou. – Hei levou a mão até a boca e sorriu. – Então, como posso explicar...– Fingiu pensar. – É que foi um dos meus que envenenou o seu papai. – Deu de ombros.

– O que?! Como?! – Arregalou os olhos.

– Quem você acha que foi? – Hei desviou o olhar para alguém atrás de Mark.

Quando ele se virou encontrou os olhos arregalados de Haechan. Seu coração se quebrou em mil pedaços, ele não conseguia acreditar.

– Não! Não foi ele! – Voltou a encarar Hei, que riu de si.

– Mark, pare de ser idiota. – Se aproximou. – Com todo o respeito. – Ergueu as mãos com um sorriso ridículo na face. – Quem mais seria, além do meu favorito?

– Não...– Mark sussurrou.

– Tudo faz sentido Mark! – Lay exclamou. – Foi ele que fez a sopa! Ele matou o papai!

– Não! – Haechan negou. – Não fui eu! Mark, não fui eu! – Se aproximou do maior mas parou no meio do caminho assim que encontrou o olhar cheio de raiva do outro.

– Haechan...– Franziu o cenho.

– Mark, eu juro. Eu não fiz isso! Lay levou a sopa! Eu não matei seu pai! – Segurou as mãos do mais velho. – Acredite em mim...

– É claro que foi ele, Mark. – Hajoon ditou. – Eu dei o veneno para ele. – Sorriu.

– Mentiroso! – Haechan exclamou dando alguns passos para trás mas acabou sendo segurado por um dos homens de Mark.

– Donghyuck! Conte logo a verdade! – Hei ditou sorrindo fazendo com que o garoto o olhasse de forma espantada.

– Espera...– Franziu o cenho. – Como você...

– Como eu sei o seu nome verdadeiro? – Riu. – Quem você acha que escolheu ele? – Se aproximou do menor. – Me responda, filho...

– Não...– Negou tentando se soltar dos braços do homem que o segurava. – Não, não é você! Você não é o meu pai! Não!

– Por favor, você não é burro, querido. – Apertou a bochecha do menor. – Meu pequeno Donghyuck, conte para o Mark a verdade. Diga a ele que isso é tudo culpa dele, diga.

– O que...– Mark se afastou.

– Não é isso o que o seu pai dizia, Mark? Isso tudo é culpa sua. – Apontou para o mais novo. – Sua mãe morreu por culpa sua, seu pai morreu por culpa sua, Haechan te traiu por culpa sua...

– Você contou pra ele...– O maior encarou Haechan com os olhos marejados. – Como pode? Eu confiei em você...

– Mark, não! Eu não contei nada! Eu juro, por favor você precisa acreditar em mim! Eles estão te enganando! – Começou a se debater tentando se soltar. – Mark, eu te amo, eu nunca faria isso!

– Mentiroso. – Negou dando alguns passos para trás. – Você é um traidor. – Mark deu as costas e começou a caminhar em direção a porta.

– Mark! Mark, não vai! Mark! Mark, não me deixa aqui! Não me deixa aqui, por favor! – Haechan começou a chorar desesperado. – Mark, por favor não vai! Não me deixa! – Desabou no chão vendo o maior sumir de sua visão.

– Mark! – Preocupado, Jeno correu atrás do amigo deixando apenas seus outros homens e Lay no salão.

– Como pode? – Hei repetiu a fala do mais novo com ironia e deboche. – Eu confiei em você. – Riu.

– Seu maldito! – Haechan exclamou.

– Fique quieto, criança. – Se aproximou do moreno. – Cuido de você depois. – Estalou os dedos fazendo com que Hajoon pegasse Haechan e o levasse embora.

...

– Como ele pode, Jeno? Eu o amei, eu contei todos os meus segredos, meus medos, meu passado...– Entrou dentro do carro com o loiro. – Eu me entreguei pra ele por completo. – Secou o rosto antes de ligar o carro. – Eu recebi ele na minha casa, com a minha família desprotegida...Perto de Meirin, do meu pai e de você!

– Calma, Mark. Por favor, se acalme. – Pediu vendo o amigo ligar o automóvel e sair do local rapidamente.

– Eu nunca mais quero ver ele, nunca mais...– Fungou.

– Acho que o Hei vai matar ele de qualquer forma. – Lamentou.

– Que ele morra então.

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