22. Guerra

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– Senhor!

– O que é?! – Hei se virou encontrando um de seus capangas apoiado nos joelhos emperventilando por causa da corrida.

– Haechan e Jaemin fugiram! – Ditou chamando a atenção de todos que rodavam o local.

– O que?! Como?! – Encarou Hajoon. – Eu disse para tomar conta deles! – Rangeu os dentes vendo o loiro dar de ombros. – Merda! – Caminhou até o mais novo e lhe tomou o walk talk de suas mãos. – Terminem de colocar as armas nos carros agora!!! Vamos sair o mais rápido possível!!!

...

Estava sentado no meio do quarto, chorando como se fosse uma criança. Nunca se sentiu tão mal, a dor nunca o sufocou tanto quanto agora, nem mesmo quando apanhava do seu pai. Preferia levar um tiro do que ser traído por aquele que amou. Que ainda ama. Os olhos de Haechan insistiam em queimar em si, como se ele estivesse lá, o observando. A mente de Mark trabalhava traissoeiramente repassando seu corpo nu, seus lábios e seu sorriso. 'Eu te amo' era ouvido repetidamente e o choro desesperado do garoto também.

Levou a arma que estava em sua mão em direção a sua boca. As lágrimas insistiam em transbordar, a dor insistia em dominar. Ele não tinha mais ninguém, ninguém o amava, ninguém cuidaria dele. Ele estava sozinho no mundo. Seu pai tinha razão, Lay tinha razão. Era tudo culpa dele, ele não deveria ter nascido, sua mãe deveria ter deixado ele morrer. Aquela tola, morreu em seu lugar, idiota...

– Mark...– Ouviu o chamado doce.

Que maldição, ele ainda insistia em ouvir a voz do mais novo. Se odiava tanto.

– É tudo culpa sua...– Repetiu para si mesmo destravando a arma. – Eu te odeio.

...

Haechan respirou fundo enquanto girava a maçaneta da porta do quarto do mais velho. Por mais que se sentisse confiante que Mark nunca o machucaria, não tinha tanta certeza assim. Estava assustado, mas nunca desistiria do seu amado. Cuidaria de Mark, amaria ele incondicionalmente, teriam uma família e viveriam bem, com saúde e muita felicidade. Se Mark desejasse assim.

– Mark...– Chamou baixinho vendo que ele estava sentado no chão, de costas para si.

O quarto todo estava destruído. Havia um pouco de sangue pelo chão, Mark estava sem camisa e pelos seus movimentos, Haechan percebeu que ele chorava.

– É tudo culpa sua. – Ouviu a voz rouca e carregada de tristeza do maior. – Eu te odeio.

O coração de Haechan afundou no peito ao ouvir aquilo. Mark não acreditaria em si. Mas ele tentaria, mesmo que ele não o aceitasse mais em sua casa, em sua vida e em seu coração, ele precisava avisar que Hei estava a caminho e que mataria todos sem hesitar.

– Mark? – Chamou mais uma vez dando um passo a frente. – Eu sinto muito, mas eu não menti...– Parou de falar assim que ficou ao lado do outro.

Ele estava com os olhos fechados, a cabeça balançava em forma de negação e havia uma arma em sua boca, ele estava pronto para atirar em si mesmo...

– Mark! – Se agachou rapidamente e arrancou a arma da mão do maior. – Mark...Mark, olha pra mim...– Segurou o rosto magro. – Olha pra mim, amor...

– Não! Você não está aqui! Não está...– Continuou com os olhos fechados, tentando afastar as mãos do menor.

– Mark, eu estou aqui! Eu sempre vou estar...Por favor, olha pra mim. – Pediu entre o choro.

Aos poucos o outro foi se acalmando. Assim que sua respiração se regulou e seu peito se acalmou, Mark finalmente abriu os olhos e observou o rosto do menor. Haechan o encarava enquanto chorava. Ele estava ali, ele voltou...Ele voltou...

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