8. Diversão

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Na mesma posição, ainda podia sentir a mão do maior acariciando sua cabeça. Mas Mark não estava mais lá, ele havia fugido, envergonhado e gaguejando, disse que precisava conferir se Meirin estava bem. Não reclamou, mas queria. Em toda a sua vida nunca foi olhado daquele jeito, com admiração, carinho.

– Vamos lá vadia, rebole pra mim. – O homem ditou, de forma nojenta enquanto estimulava a si próprio por cima da calça.

Haechan suspirou, o olhar do homem percorria todo o seu corpo seminu, devorando-o como se fosse qualquer coisa. Ele não era qualquer coisa, não era um objeto que poderia ser usado quando bem entendessem. Depois do ato, rolou pela cama sentindo todo o seu corpo doer. Eles não pegavam leve consigo, eles nem ao menos se importavam se machucava ele.

...

– Sonhando acordado de novo? – Jaemin indagou.

– Sabe, Nana. – Sorriu encarando a colher que segurava, estava comendo cereal, a única coisa que lhe davam para fazer o desjejum. – Um dia, eu vou conhecer alguém que me ame muito e que me olhe como se eu fosse a pessoa mais preciosa do mundo.

Jaemin sorriu, com um aperto no peito, e se aproximou do amigo.

– Você vai sim.

...

No dia seguinte se sentiu aliviado ao saber que Lay fora mandado para fazer um serviço em Busan, então não estaria lá para incomodar ou gritar com mais ninguém.

Segundo a senhorita Kim, Wei ficou sabendo do seu surto e o mandou para o mais longe que podia. Pelo menos o velho era sensato. Falando nele, estava na frente da porta do seu escritório, seria a primeira vez em que Haechan o veria. Não sabia como ele era, não sabia como ele o trataria. A única coisa que sabia naquele momento era que o chefe tinha noção da sua existência naquela casa.

Bateu na porta delicadamente, equilibrando a bandeja com a xícara de chá em uma mão. Um frio na barriga e um arrepio na espinha lhe invadiu quando ouviu a voz do senhor lhe dando permissão para entrar. Abriu a porta devagar e espiou o cômodo. O escritório não era muito grande, porém, era organizado e muito bonito. Adentrou o local e caminhou até a mesa do senhorzinho, que olhava pela janela seu jardim.

– Menino Haechan? – O frio na barriga se fez presente novamente.

– S-Sim, meu senhor? – Colocou a bandeja na mesa e juntou as mãos atrás do corpo de forma nervosa.

– Foi o Lay que fez isso? – O homem finalmente se virou encontrando os olhos brilhantes do moreno.

Wei era alto, seus cabelos grisalhos eram falhados. Sua testa era enrugada e seus olhos caídos, bolsas embaixo deles eram visíveis além das cicatrizes. Apenas o olhando Haechan sabia que ele tinha muitas histórias.

– Sim, senhor. – Respondeu em um sussurro.

– Esse garoto...– Negou.

Ficou sabendo por Mark que o filho mais velho havia agredido o rapaz. Haechan parecia ser um menino tão doce, tão adorável. Lay as vezes passava dos limites.

– Eu estou bem, senhor. Mark cuidou dos meus ferimentos...– Tranquilizou o mais velho que o olhou novamente.

– Ele cuidou, é? – Sorriu. – Mark é um bom rapaz. – Voltou a se sentar. – O resto do pessoal...eles estão tratando você bem?

– Tirando o Lay. – Riu sem humor. – Todos me receberam muito bem.

– Ótimo. – Tomou um gole do chá. – Seria algo ruim se eles não cuidassem de você. Todos nós temos histórias menino Haechan, todos nós...

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