25. Felicidade

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No começo Mark não quis entrar na mansão Wei, mas depois de uma longa conversa com a senhorita Kim ele decidiu sair do carro e adentrar o local onde passou uma boa parte da sua vida.

Sentimentos tomaram conta de si, sentimentos que durante seu descanso ele decidiu ignorar, mas agora que estavam ali era impossível. Foi o único que sobrou, ele é o único que pode tomar conta de tudo, mas sabia que não estava sozinho nessa. Ele ainda tinha Haechan, tinha Jeno, senhorita Kim, Meirin e agora Jaemin. Por mais que suas mãos estivessem tremendo e suando, seu coração ainda batia envolvido por confiança e amor.

A casa estava tão organizada e tão limpa que parecia nova. Adentrou a sala e olhou ao redor, caminhou até as escadas e as subiu, adentrou o antigo escritório do pai e se sentou na cadeira de couro. Haechan e Jeno entraram logo em seguida e analisaram o mais velho. Mark desviou o olhar para o caderno de capa vermelha que estava em cima da mesa. Ele conhecia aquele caderno, ele sabia do que se tratava.

– O que vai fazer? – Jeno indagou.

– O que o meu pai gostaria que eu fizesse. – Encostou as costas na cadeira sem desviar o olhar do vermelho vibrante.

– Então, você vai ser o novo pai da máfia? – Haechan questionou em tom baixo.

Mark apenas suspirou.

...

– É estranho estar aqui e não pensar em tudo o que aconteceu. – Haechan comentou com Jaemin.

Estavam no quarto principal, o quarto de Wei. A pedido de Mark, trocaram a cama, armário, cômodas e tudo o que era do mais velho para assim poderem mudar para lá. Haechan agora organizava suas roupas ao lado das roupas de Mark no closet.

– Você está bem? – O moreno questionou se virando para encarar o mais baixo.

– Sei lá, Nana. – Saiu do cômodo e se sentou na cama de casal. – Eu matei uma pessoa, e não foi uma qualquer. Desde o meu nascimento eu vivi com o Hei, e então, eu atirei nele. – Suspirou vendo o amigo se sentar ao seu lado. – Me sinto estranho em relação a isso.

– Você fez isso para salvar o Mark, não se esqueça. Hei era uma pessoa horrível, ele vendia a gente e ainda zombava de nós. Sei que ele era o seu pai, sei que deve ser horrível essa sensação de ter atirado mas não se esqueça do porque...– Acariciou as costas do moreno. – Se você não tivesse feito isso...Não sei como estaríamos agora.

– Tem razão. – Desviou o olhar para a porta.

– E sobre o Mark estar no lugar do Wei? Como se sente em relação a isso? – Haechan abaixou o olhar e apertou as próprias coxas com as mãos.

– Eu não sei exatamente, não consegui ter a oportunidade de conversar sobre. – Voltou a encarar o amigo que concordou preocupado.

...

Ainda sentia um certo desconforto nos locais onde Hei o acertou com tiros. Seu ombro direito estava dolorido o impedindo de fazer movimentos muito ágeis. Ele se ajeitou na cadeira e forçou um pouco mais a visão. Ergueu sua mão esquerda e com o dedo indicador deslizou pela frase que lia já fazia uns cinco minutos.

Eu te amo, filho.

Mais doloroso do que seus ferimentos era ler cuidadosamente cada palavra que seu pai fez questão de escrever a mão naquele pequeno caderno. Ele sorriu, um sorriso meio triste e com saudade. Ali continha muitas informações e conselhos de seu velho Wei. Eram palavras sábias que rodavam a mente de Mark. Alguém tinha que estar no lugar do seu pai, alguém tinha que comandar e botar na linha todos aqueles homens. Nunca se sentiu confiante com isso, nunca se sentiu capaz de fazer tal coisa. Mas agora, depois de ter lido tantas páginas que seu pai lhe escreveu com todo o cuidado, ele sabia o que realmente tinha que fazer.

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