7. Montanha russa

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Se tinha uma coisa que Mark amava fazer era ouvir seu pai. O senhor de idade sempre tinha uma história para contar, uma sabedoria para passar ou apenas um olhar carinhoso a dar. Ele o amava, amava demais.

– Pai? – Adentrou o escritório assim que ouviu a permissão para que entrasse.

– Mark, meu filho. – O senhor fechou o livro e sorriu para o mais novo.

– Não vai tomar café? A senhorita Kim disse que o senhor não desceu...– Suspirou. – Esta sentindo algo?

– Não, eu estou bem. Apenas acordei sem fome. – Se levantou da poltrona e caminhou até a janela onde lhe dava a visão de todo o jardim.

– Assim o senhor nos deixa preocupado. – Disse com o semblante sério.

Wei apenas riu. Mark era um menino de ouro. Ah, como ele amava o seu menino. Mesmo que ele não fosse do mesmo sangue que o seu, mesmo que sua esposa não tenha o visto, como ele amava.

Um rapaz de pele morena entrou em seu campo de visão, chamando a sua atenção. Ele carregava um soprador de folhas e tinha dificuldade em segurá-lo já que a máquina era pesada. O garoto se atrapalhou um pouco mas com o tempo começou a juntar as folhas caídas em um canto.

– Lay me disse que você poupou a vida de um garoto da noite. – Encarou o filho.

– Ah, sim. Haechan, o nome dele é Haechan. – Levou as mãos atrás do corpo.

– Combina com ele. – Voltou a observar o moreno pela janela. – Menino Haechan...

– Ele é a prova do nosso contrato de paz com o Hei. – Continuou chamando a atenção do mais velho.

– Fala como se ele fosse um objeto. – Mark abaixou o olhar, constrangido.

– Eu não quis...– Parou de falar quando o pai ergueu a mão pedindo silêncio.

– Sei que não fez por mal. – Sorriu. – Já que está aqui, vamos falar de negócios.

– Sim, meu senhor. – Voltou a postura séria quando o homem voltou a se sentar.

– Quero que organize uma reunião com os pilares. – Ditou.

– Por que, senhor? – Franziu o cenho. – Sente que Hei pode atacar?

– Não é isso. – Abriu uma gaveta e tirou de lá um caderno vermelho. – Só acho que deveríamos conversar sobre o próximo pai da máfia com todos juntos.

Mark engoliu em seco. Seu pai retomaria a ideia de o por em seu lugar. Respeitava muito Wei, mas não tinha certeza se aceitaria aquilo. Como Lay reagiria? Estava fora de cogitação.

– Pai...– Suspirou assim que o homem ergueu o caderno.

– Faça Mark. – Ambas as sobrancelhas foram erguidas. – Pare de temer aquilo que nunca tocará você.

Nunca o tocará. Ele já tocou, muitas, muitas, muitas vezes. Mas seu pai não sabia. E nem podia sonhar em saber daquilo.

– Como o senhor quiser. – Pegou o caderno e se curvou.

Wei sorriu, finalmente Mark estava cedendo.

...

Haechan franziu o cenho assim que ouviu gritos virem da sala. Estava no seu quarto terminando de passar as roupas. Não era normal aquele tipo de barulho naquela casa, por esse motivo não exitou em subir as escadas correndo e seguir até a sala, onde os gritos se tornaram mais altos.

– Sua peste!!! Quantas vezes eu tenho que repetir que eu não quero ver você aqui!!! – Lay gritava no ouvido de Meirin.

Ele segurava seu braço com força. A menina chorava baixo enquanto ouvia tudo ser despejado em si.

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