Capítulo 52 - "Estive enganada a vida toda"

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- São as chaves do apartamento da Eleanor, a Sara tinha uma cópia, vai falar com ela.

- E porque mas dás?

- Porque ela não te vai abrir a porta.

- Obrigado mano, desculpa por aquilo...

Interrompi-o.

- Vai-te embora antes que me arrependa.

Ryland enviou-me um grande sorriso e correu até ao seu carro, não podia esperar mais, precisava de falar com ela, não sei qual é que vai ser a reação da Eleanor ao saber que Ryland tem as chaves do apartamento dela, mas espero que não fique muito chateada.

Ryland's POV:

Cheguei ao edifício, estacionei o carro, minutos depois encontrava-me em frente da porta. Decidi que o melhor seria tocar primeiro e se ela não abrisse é que usava as chaves, toquei e não obtive resposta, voltei a tentar mas aconteceu o mesmo, já me estava a começar a preocupar, será que lhe aconteceu alguma coisa?

Agarrei nas chaves e abri a porta, entrei e estava tudo escuro mas ela não estava, procurei no seu quarto e não a encontrava, onde se tinha metido? Depois reparei que ela estava deitada no sofá, estava abraçada a uma almofada e havia um rasto de tinta no chão, havia um esboço de um panorama totalmente deprimente, agarrei-o e observei-o. Lembrei-me de que ela tinha dito que o estilo dos seus quadros dependiam totalmente do seu estado de ânimo, segundo o que este mostrava sentia-se muito triste. Queria falar com ela mas não a queria acordar, tinha a maquilhagem um pouco borrada por causa das lágrimas. Decidi ficar com ela, caminhei um pouco pela sala e encontrei um quadro feito em fanicos, não consegui perceber logo o que era pois na verdade nem era um quadro mas sim um esboço. Senti uma pontada no coração quando percebi que era o meu retrato, tinha-o feito para mim mas ainda não estava terminado.

- Quem está aí? - Perguntou aterrorizada - Seja quem for aviso já que tenho uma arma e não tenho medo de usá-la se for preciso.

Estava atrás dela mas ela não tinha reparado, foi então que me ocorreu um plano para que ela ouvisse tudo o que lhe tinha para dizer, aproximei-me dela, com uma mão tapei-lhe a boca e com a outra agarrei-a nos braços, mudei um pouco a voz.

- Calma, não te vou fazer mal.

Pensei que ela não me fosse reconhecer.

- Não quero ouvir o que tens para me dizer Ryland, agora solta-me.

- Como soubeste que era eu? - Perguntei um pouco surpreendido, soltando-a.

- Pelo teu perfume - disse chateada - Pode-se saber o que fazes aqui e como entraste?

- Quero falar contigo.

- Isso não responde à minha pergunta.

- Ouve-me por favor - disse já desesperado.

- Tens cinco minutos, depois chamo a polícia.

- Está bem - suspirou - Admito que se passou algo entre mim e a Cassidy quando já te conhecia, mas foi muito antes de a nossa relação ter começado.

- Ok, terminou o teu tempo.

Parecia não se importar mas estava magoada.

- Amo-te Eleanor e não me vou embora daqui até que me perdoes.

- Tens a certeza? Porque nesse caso a polícia parece-me uma boa opção.

- Então chama a polícia, não quero saber, não me vou embora - disse cruzando os braços.

- Odeio-te!

- Tu amas-me.

Ela levantou-se.

- Onde vais?

Marry a StrangerOnde histórias criam vida. Descubra agora