Capítulo 16 - "Não estás feliz por me veres?"

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- Vamos chegar tarde por isso podem tirar a tarde - informou-lhes Ross.

- Sendo assim retiramo-nos - disse uma delas.

- Meu amor, tens fome?

Já não suportei mais ver as caras de surpresa de cada uma das empregadas e comecei a rir sem parar, estavam admiradas de Ross tratar a sua mulher com tanto carinho.

- Não - respondi depois de respirar, mas ainda com uma pequena gargalhada.

Fomos para o hospital e quando cheguei fui cumprimentar a Maky e de seguida fui ver o meu pai.

- Como estás? - Perguntei sentando-me ao seu lado.

- Bem, disseste que não te demoravas e não o fizeste - disse repreendendo-me.

- Tive um problema com o Ross e não pude voltar antes.

- Eu sei, falei com ele, pedi-lhe para que te arranje seguranças.

- Segurança?

- Sim Sara, os tipos que foram à empresa de certeza que te vão tentar fazer mal.

Depois do que tinha descoberto ao ler aqueles papéis tive a certeza de que isto não é um jogo, para além disso tinha de evitar qualquer desgosto ao meu pai.

- Está bem pai.

Reparei que o meu pai queria perguntar-me alguma coisa mas não o fez pois não sabia que as coisas entre mim e Ross tinham melhorado.

- Como vai o teu casamento? - Perguntou por fim esperando que eu começasse a falar mal de Ross.

- Muito bem - disse da melhor maneira.

- Não finjas por mim, eu sei que não gostas de estar com alguém que não amas.

- Pai, as coisas ficaram bem de verdade. O Ross e eu estamos melhor que nunca.

- Não entendo.

- Eu logo te explico.

Ross entrou no quarto, cumprimentou o meu pai e deu-me um abraço, o meu pai ficou com uma cara muito cómica.

- Como se sente? - Perguntou Ross.

- Muito melhor, obrigada pelo interesse - disse ainda a estranhar o nosso relacionamento.

O meu pai e Ross conversaram bastante tempo sobre negócios e já estava muito aborrecida por isso decidi sair dizendo que ia beber um café. Já na cafetaria sentei-me numa das mesas comendo um delicioso bolo quando alguém gritou o meu nome fazendo com que o meu delicioso bolo caísse ao chão.

- Sara!

Genial, agora vou ter de comprar outro!

- Olá.

- Não estás feliz por me veres? - Perguntou Eleanor.

- Claro que sim El, mas tinhas de gritar assim?

- Pronto, isto tudo por causa de um bolo, que comilona - dizia rindo.

- Pronto, está bem, que gosto em ver-te - disse dando-lhe um grande abraço.

- Prometeste ligar-me mas não o fizeste, percebo que estejas ocupada com o teu novo namorado mas uma chamada não te tirava muito tempo.

- Aconteceram muitas coisas - suspirei - Mas aproveito para te contar.

- Conta-me, quero saber de tudo.

A Eleanor era a minha melhor amiga, tinha de ser completamente sincera com ela, contei-lhe tudo o que se passou desde o primeiro dia em que conheci Ross, ela só abria os olhos muito surpreendida.

- Estás a falar a sério? - Perguntou depois de lhe ter contado tudo.

- É tudo verdade!

- Agora és mãe?

- Sim.

- Sara! - Chamou o Ross.

Eu estava de costas para a porta por isso só ouvi a sua voz, Eleanor assustou-se ao vê-lo, segundo ela era um rapaz estranho que podia dar medo.

- Posso sentar-me?

- Claro, claro - ficou muito nervosa.

- Vá, respira, eu não mordo - disse a gozar.

- Tenho um bocado de medo de ti - disse Eleanor, ela era muito sincera.

- Sim? Pode saber-se porquê? - Disse divertido.

- Não é óbvio? Talvez não sejas assim tão mau, mas não deixo de ter medo.

- Eu simpatizo contigo, não te preocupes - disse ainda a brincar com a Eleanor.

Passado uns minutos já estavam a falar de arte. Acho que era de arte que falavam, a Eleanor era uma excelente pintora e sabia muito sobre o tema, Ross parecia saber de tudo, ainda bem que se dá bem com a minha melhor amiga.

- Sei que não é o melhor momento, mas queria convida-los para uma exposição, os meus quadros estarão lá e claro, de outros artistas também. Gostava muito que viessem.

- Parece-me uma boa ideia.

- Pareces mais amigo da Eleanor do que eu, não me deixaram falar desde que chegaste.

- Não exageres! Só estou a conhecer melhor o marido da minha melhor amiga. Então, conto com a vossa presença? - Perguntou a Ross.

Por acaso eu não existia? Admito que senti ciúmes da Eleanor, mas só um pouco, nada de grave.

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