Capítulo 9 - "Como te sentes?"

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Entramos no carro pois ele tinha-o deixado no parque de estacionamento, não demoramos a chegar a casa e Ross chamou imediatamente a empregada.

- Onde está a Maky, como está? – Perguntou mal entrou.

Eu não fazia ideia de quem é que ele estava a falar por isso limitei-me a ouvir.

- Está no hospital com a sua mãe – respondeu a rapariga.

Ross reparou que eu estava confusa e que não tinha a menor ideia do que se passava.

- Depois explico-te amor – disse-me – Sei que estás cansada, mas queres vir comigo?

- Claro que sim.

Deixamos as malas na sala e Ross pediu à empregada que as pusesse no nosso quarto. Voltamos para o carro e fomos até ao hospital, Ross estava desesperado. Passados dez minutos chegamos, ele perguntou a uma enfermeira onde estava Maky.

- No quarto número quinze – respondeu a enfermeira.

Ross deu-me a mão e entramos no quarto, quando entramos estava Stormie ao pé da cama dando a mão a uma menina pequena que estava a dormir.

- Como está? – Perguntou aproximando-se da sua mãe.

- Já está estável, tiraram-lhe a máscara de oxigénio há pouco tempo, não sabias?

Eu só olhava sem perceber nada, ia perguntar-lhe mas vi-o tão preocupado que não tive coragem. Alguns minutos depois ela acordou.

- Mamã, mamã – repetia a menina, uma e outra vez – Mamã, onde estás?

Então reparei que a menina repetia o meu nome, instintivamente aproximei-me dela.

- Mamã – disse olhando para mim.

Fiquei gelada e dirigi o olhar para Ross.

- Maky, o pai e a mãe precisam de falar, por isso vão sair por um momento.

- Está bem avó. Mamã não demores – disse-me a pequena.

Mamã? O que se estava a passar? Ross e eu saímos do quarto e fomos até à cafetaria, sentamo-nos numa mesa e pedimos um café.

- Ross, o que se passa? Tentei perceber e não te perguntar nada porque vejo que estás muito preocupado mas acho que tenho direito a saber o que se passa.

- A Maky é minha filha.

- Tens uma filha?

- Sim, já te devia ter dito antes – não me olhava nos olhos, parecia estar com medo da minha reação – Neste momento deves estar a perguntar-te porque é que ela te chamava mamã se nunca te tinha visto na vida, eu vou explicar-te tudo. Quando pedi ao teu pai para te casares comigo tirei uma foto tua do seu escritório, a Maky viu-a e eu disse-lhe que tu serias a minha mulher e ela pensou logo que fosses a sua mãe.

- E a sua verdadeira mãe? O que lhe aconteceu?

- Ela abandonou-nos quando a Maky nasceu, nesse tempo a minha empresa ainda era muito recente e eu não tinha o dinheiro de que agora disponho e ela abandonou-me deixando-me com a Maky, por favor compreende-me eu sei que já te devia ter contado mas tive medo.

A Maky era filha do Ross portanto também era minha filha, a menina era uma ternura, como é que alguém a conseguiu abandonar? Tive muito medo pois não sabia como era ser mãe, mas se o amava tinha de aceitar qualquer coisa, além disso eu sei o que é não ter uma mãe e se eu podia evitar que a Maky sofresse como sofri eu fazia o que fosse possível.

- Sara! Podes gritar comigo, insultar-me, o que quiseres mas por favor diz-me alguma coisa, não fiques calada!

- Quantos anos tem? – Perguntei finalmente.

- Quatro anos. Mas não vais gritar comigo nem reclamar que ela te chame mãe?

- Como é que eu podia reclamar por me fazeres mãe de uma menina tão linda? – Disse dando-lhe um dos sorrisos mais sinceros que se pode dar.

- A sério que não estás chateada?

- Tenho medo de não ser uma boa mãe para a tua filha – suspirei – Mas tentarei fazê-lo, cuidarei dela, prometo-te. Agora diz-me, porque é que ela está aqui?

- Tem problemas de asma e tenho de a trazer muitas vezes aqui à clinica, por vezes o seu inalador não a ajuda a controlar as crises.

Agarrei na mão de Ross e apertei-a com força.

- Ela vai ficar bem, não te preocupes – disse-lhe tratando de dar-lhe ânimos.

- Sei que não me enganei ao casar-me contigo, amo-te! E tenho a certeza que vais ser a melhor mãe do mundo – deu-me a sua mão para me ajudar a levantar da cadeira – Vamos vê-la?

- Sim.

Saímos da cafetaria de mão dada até ao quarto onde estava Maky. Estava nervosa, o que ia dizer a uma menina de quatro anos? Como me deveria comportar? Entramos no quarto e Stormie estava a contar-lhe uma história, quando entramos ela fez silêncio, viu que estávamos de mão dada e sorriu.

- Ainda bem que compreendeste – disse a mãe de Ross.

Eu respondi-lhe com um sorriso.

- Mamã – disse a pequena estendendo-me os seus braços.

Aproximei-me e dei-lhe um grande abraço.

- Pensei que não gostavas de mim porque não me vinhas ver.

- Desculpa, é que estava numa viagem com o pai. Como te sentes? – Perguntei sentando-me ao seu lado.

- Dói-me aqui – dizia tocando na sua garganta – Mamã diz-lhes para me tirarem isto – apontando para as agulhas do soro.

- Isto é para que te sintas melhor, se te tirarem vais demorar mais a sair do hospital, e tu queres sair rápido daqui, não é? – Disse acariciando a sua carinha.

- Sim, sim – disse pondo as suas mãos na cabeça.

Era tão fofa que dava vontade de abraçá-la para sempre.

- Quando sair daqui brincas comigo às bonecas?

- Claro que sim linda.

- Eu tenho de ir, estou muito cansada, estou a cuidar da Maky há dois dias e não dormi nada – disse Stormie.

- Porque não nos avisou desde que ela veio para o hospital?

- Não queria interromper os recém-casados – disse com um sorriso – Mas depois ela piorou e tive de avisar o Ross. O médico disse que ela precisava de uma transfusão de sangue.

- Não me digas que a enfermeira avançou.

Stormie só baixou a cabeça e com isso entendemos tudo.

- Mãe, ela só tem quatro anos, porquê que isto lhe está a acontecer?

- Vamos avançar e depois logo verás.

Já andei a eliminar e a editar capítulos porque o Wattpad anda completamente doido e está a trocar-me tudo. Vamos rezar para que desta vez esteja tudo bem.

Marry a StrangerOnde histórias criam vida. Descubra agora