Capítulo 6 - "Não sejas tão infantil!"

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Chegamos ao quarto, agarrei numa das minhas malas e comecei a tirar as coisas de lá de dentro pois tinha-as trazido recentemente e precisava de ver o que ia levar, a maioria das minhas roupas eram vestidos muito curtos, blusas com decotes, saias demasiado curtas, pelo menos era o que o meu pai dizia. Ross começou a olhar para a roupa que eu tirava.

- Não ponhas nada disto na mala, renovas o teu guarda-roupa em Florença.

- O que tem a minha roupa de mal?

- O que tem de mal? É muito curta e nunca mais a vais usar.

- Não é verdade, queres que me vista como uma avozinha? Conheceste-me com este tipo de roupa e agora tens de te aguentar - surpreendi-me com a minha reação mas nem o meu pai tinha conseguido mudar a minha forma de vestir, não era agora ele que ia conseguir fazê-lo! - E outra coisa, devolve-me o vestido.

- És demasiado caprichosa, há pouco estavas a dizer que querias tentar que o nosso casamento desse certo e à primeira oportunidade começas logo a discutir comigo e nem a brincar te devolvo este vestido.

- Oh, não me importa, tenho outros.

- Então eu vou certificar-me que nunca mais os usas.

- Tu tens culpa da nossa discussão e eu ponho o que quero na mala.

Ross agarrou uma pequena mala e só pôs quatro vestidos lá dentro, que segundo ele eram os mais decentes.

- A minha mala já está pronta, por isso podemos ir - disse agarrando nas malas com as duas mãos.

- Mudei de opinião, já não quero ir - disse cruzando os braços.

- Não sejas criancinha - olhou-me furioso - Se não vais a bem, vais como as malas - aproximou-se e pegou-me ao colo, eu esperneava e ao mesmo tempo fazia um grande escândalo mas isso não servia de nada. Pôs-me no carro e trancou-me, passados dez minutos voltou com as malas e entrou no carro - Já estás mais calma?

- Sabes que isto se chama sequestro?

- Hm... Talvez mas na realidade não o é porque sou teu marido - disse divertido.

Respirei fundo várias vezes para poder acalmar-me. Passados quinze minutos de caminho resolvi falar.

- Sei que me excedi mas nunca mais me voltes a dizer o que vestir.

Ele parou o bruscamente o carro ao lado da estrada, assustei-me um pouco pois pensei que estivesse chateado comigo, de repente olhou para mim.

- Nunca mais me voltes a levantar a voz como o fizeste, pequena - disse sem uma mínima expressão de chateado ou irritado - Como já te disse quero que isto funcione mas também tens de colaborar - disse acariciando-me.

- Vais devolver-me o vestido?

- Não.

Decidi não responder, se o fizesse acabávamos a discutir novamente.

- Talvez devolva se me deixares ser eu a vestir-to.

Eu era demasiado tímida, mesmo que ele já me tivesse visto nua na noite anterior não deixava de ter vergonha, ele só sorriu e ligou outra vez o carro. Depois de vários minutos de viagem chegamos ao aeroporto e Ross estacionou o carro no estacionamento.

- Vais deixar o carro aqui? - Perguntei curiosa.

- Sim, dessa forma quando chegarmos já não precisamos de chamar um táxi, um segurança vai ficar a cuidar dele para que ninguém o assalte ou roube. Anda, já é tarde.

Já no avião fiquei no lado da janela e dormi profundamente, depois de várias horas acordei com o barulho da gente a sair do avião, estiquei um pouco os braços e reparei que Ross também estava a dormir, observei-o durante uns minutos, parecia um anjo. Uma hospedeira de bordo aproximou-se:

- Têm de sair - disse ao ver que eramos os únicos no avião.

Ross acordou ao ouvir a hospedeira de bordo.

- Desculpe, não tardamos a sair.

A rapariga foi-se embora, Ross deu-me a mão e saímos do avião, ao sair senti o ar fresco pela minha cara, provocando-me um sorriso.

- Há quanto tempo não vinhas cá? - Perguntou ao ver a minha reação.

- Há uns três anos ou pouco mais.

Seguimos o nosso caminho, apanhamos um táxi que nos conduziu até ao hotel. O hotel era lindo, acho que é um dos melhores de Florença, deram-nos a chave do quarto pois Ross já tinha reservado um, subimos no elevador, eu ainda ia chateada e não lhe dirigi a palavra.

- Continuas chateada? Não sejas tão infantil!

Chegamos ao nosso piso, Ross abriu a porta e deixou-me entrar primeiro, o quarto era lindo e muito grande. Fui à varanda e fiquei maravilhada com a belíssima vista que tinha, fiquei a olhar por uns instantes a apreciar a paisagem até que senti os fortes braços de Ross a rodear a minha cintura.

- Gostas?

- Isto é tudo muito lindo.

Florença era uma cidade que era conhecida pela sua arquitetura pois em cada uma das suas ruas parecia que o tempo parava.

- Obrigada - disse sinceramente.

- És minha mulher e mereces tudo - disse voltando-se para mim de modo a ficarmos frente a frente, ele olhou-me diretamente nos olhos e não sei por que razão mas não conseguia deixar de olhar para os seus lábios, sentia uma enorme tentação de beijá-lo, então num ato impulsivo rodeei o seu pescoço com os meus braços e fiz com que os nossos lábios se unissem num apaixonado beijo, ele tardou só alguns segundos para responder pois deve ter estranhado que fosse eu a tomar a iniciativa, depois senti como os seus braços me uniram ainda mais ao seu corpo.

- Vejo que já não estás chateada - disse sorrindo.

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