Capítulo 5 - "Bem-vinda, senhora Lynch"

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- Por favor, responde.

- Estou bem – respondi num sussurro.

- Estás a chorar, isso dá a entender que não estás, diz-me o que se passa.

- Já te disse que estou bem!

- Ok, dorme, não vai acontecer nada que não queiras – disse amavelmente.

Estava tão esgotada que o sono me venceu, foi a primeira noite que consegui dormir sem problemas desde que soube que me ia casar, soa estranho, eu sei, nem eu mesma consigo compreender.

Na manhã seguinte acordei e ele não estava ao meu lado, olhei para os lados e vi que as minhas malas estavam ao pé da cama, mas onde é que ele tinha dormido? Olhei para o relógio e eram dez horas da manhã, eu costumava estar acordada às oito, por isso levantei-me rapidamente, tomei um duche e vesti qualquer coisa. Desci as escadas, comecei à procura de Ross por toda a casa mas não o encontrava em lado nenhum, fui à cozinha e também não estava, então uma voz surpreendeu-me:

- Procuras alguém?

- Ai! Assustaste-me – disse tentando acalmar-me.

- Vejo que já estás melhor, ainda bem – deu-me um beijo na bochecha.

- Sim, já estou melhor, obrigada. Porquê que não me acordaste? Já é muito tarde.

- Tarde? Para quê? Lembra-te que já não vais à escola.

- Sim, eu sei mas não é bom dormir muito – disse ainda ensonada – Já tomaste o pequeno-almoço?

- Não, estava à tua espera, vamos para a mesa – conduziu-me até à cozinha e sentei-me à frente dele, as empregadas serviram-nos o pequeno-almoço e uma das empregadas aproximou-se e disse-me:

- Bem-vinda, senhora Lynch.

- Obrigada – disse educadamente. Tentei meter conversa com Ross – Vais trabalhar hoje?

- Não, já queres ver-me pelas costas?

- Não pergunto por isso, só tinha curiosidade mas agora reparei que não sei o que fazes.

- Tenho uma empresa que exporta materiais e instrumentos musicais – olhou para mim – Não gostas da comida? – Perguntou ao ver que eu só revolvia a comida e não comia nada.

- Não é isso, é que não tenho muita fome – o pequeno-almoço eram pequenos bolos com marmelada. O excesso de doce atraiu uma abelha – Tira-a daqui por favor, mata-a – dizia agitando as mãos e Ross só se ria – Não tem piada, mata-a – com um pequeno frasco apanhou a abelha.

- Tens medo disto? – Disse com um enorme sorriso, movendo o frasco.

- Não faças isso que ela vai escapar.

- Oh vá lá pequena, é só uma abelha.

- Sim, esse bicho pode matar-me – disse assustada e ele só ria – Estou a falar a sério se essa coisa me pica posso morrer, sou alérgica ao veneno.

- Desculpa, não sabia – sentou-se novamente no seu lugar – Se quiseres posso pedir para te prepararem outra coisa.

- Não é preciso, não tenho muita fome.

- Prepara uma mala pequena com algumas coisas, vamos a Florença à tarde.

- Estás a falar a sério? – Perguntei emocionada.

- Vejo que gostaste da ideia.

- Claro que sim, adoro Florença, é linda!

- Não mais que tu.

Fiquei envergonhada e corei um pouco.

- Desculpa o que se passou ontem à noite – disse cabisbaixa.

- Vais pensar que sou doido pelo que fiz, sei que és muito jovem mas pareces mais velha do que na realidade és e tu pões-me louco, o que se passou ontem à noite foi culpa minha e prometo que não voltará a acontecer.

Isso deu-me muito mais tranquilidade mas eu queria que se voltasse a repetir, sim, sei que parece estranho, outra vez, mas nem eu me percebo às vezes.

- Compreendo que me odeies.

- Odeio? – Disse confusa.

- Deves odiar-me pois como já tinhas dito, eu arruinei a tua vida.

- Estás enganado, eu não te odeio, isto foi um acordo que me magoou pois nunca pensei que o meu pai pudesse fazer uma coisa destas – suspirei – Talvez noutras circunstâncias… – Ele interrompeu-me.

- Tinhas-te apaixonado por mim? – Expressou-se com uma evidente felicidade na sua cara.

- Tudo isto poderia ter sido diferente – eu sentia-me atraída por ele mas tinha vergonha de dizê-lo.

- Se quiseres podemos começar tudo de novo.

- Não perdemos nada em tentar – aproximou-se lentamente de mim e beijou-me muito ternamente.

- Precisava disto – disse acabando com o beijo – Gosto quando ficas assim, tímida, mas agora vamos preparar as malas – agarrou-me pela cintura com o seu braço direito e subimos as escadas. Mas que sensação estranha era esta? Estaria apaixonada por ele?

Olá :)

Próximo capítulo na quinta-feira! Por isso até lá, obrigada por lerem, votarem e comentarem :3

Marry a StrangerOnde histórias criam vida. Descubra agora