Capítulo 37 - "Temos de nos esconder"

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- Não – disse rindo – Mas estamos no teu escritório e para além disso tens muito trabalho.

- Não me faças lembrar disso meu amor.

- Mas tens de trabalhar – disse num suspiro.

- Hm… Não quero, deixo para mais tarde e podemos continuar a namorar.

- Adoro a ideia – disse sorrindo satisfeita.

Mas alguém tocou à porta.

- Senhor Lynch lá fora estão uns homens que desejam vê-lo.

- Espera Katy, vou já. Desculpa meu amor – disse olhando para mim.

- Não te preocupes, temos o resto do dia – disse beijando os seus lábios.

Posemo-nos de pé rápido, o meu cabelo estava despenteado, arranjei-o um pouco.

- Acho que vou ao café aqui da frente, assim não te chateio.

- Nunca me chateias, se quiseres ficar podes.

Abriu a porta e a Katy estava sentada atrás da sua secretária a tremer, ao ver o rosto daqueles homens Ross ficou tenso e voltou a fechar a porta sem que os homens percebessem o que tinha feito.

- Sara não saias daqui por favor, vou levá-los para a sala de reuniões, não quero que saias daqui – disse preocupado.

- Ross, o que se passa?

- Obedece, se alguém entrar escondes-te por detrás daquele sofá, entendido?

- Diz-me o que se passa.

- Faz só o que te estou a dizer, é perigoso que aqueles homens te vejam.

- Então não saias, inventa qualquer coisa, não vou aguentar se te acontecer alguma coisa.

- Não me vai acontecer nada, isso não lhes convém, tenho de ir se não suspeitam mas promete pelo nosso filho que não sairás até que eu chegue.

- Está bem.

Escondi-me de maneira a que ao abrir a porta não me conseguissem ver, Ross saiu e só ouvi alguns murmúrios, depois alguém voltou a abrir a porta, senti um medo horrível.

- Senhora – disse em voz baixa – Está aqui? – Perguntou Katy.

- Sim – respondi de igual modo.

- O senhor pediu-me para vir para aqui e trancar a porta.

- Sabes o que se está a passar?

- Não mas quase tive um ataque de coração quando me dei conta que aqueles tipos tinham armas.

- Têm armas?

Tentei tranquilizar-me mas não conseguia, Ross estava em perigo e eu aqui escondida sem poder fazer nada.

- E pelo que o chefe me pediu para fazer devem ser perigosos.

- O que te disse?

- Deu-me isto sem que eles vissem.

Entregou-me uma pequena nota que dizia que acontecesse o que acontecesse para me manter segura.

- Não é melhor chamar a polícia? – Perguntei.

- Não, se o chefe quisesse isso tinha dito, se fizermos isso pioramos as coisas.

Passaram trinta minutos que se faziam eternos e Ross não voltava, estava quase a ir lá para ir buscá-lo quando se ouviram murmúrios e alguns passos.

- Temos de nos esconder – disse ela assustada.

- Atrás do sofá – disse recordando o que o Ross me tinha dito.

Apressamo-nos a mover um pouco o sofá e demo-nos conta de que havia uma pequena porta por detrás dele, era difícil de ver, mas por sorte conseguimos vê-la.

- Entre por favor senhora, eu trato de deixar tudo como estava.

- E tu?

- Calma, eu também vou mas despache-se.

A Katy acomodou tudo e entramos, era um espaço muito reduzido, podíamos estar de pé mas era muito pequeno, havia um pequeno quadro pelo qual podíamos ver o que se estava a passar no escritório, os homens entraram empurrando a porta.

- Já lhes disse que aqui não está ninguém e não vi essa rapariga – disse Ross.

- Tens a certeza? Segundo sei é a tua mulher.

- O problema não é contigo, só queremos essa rapariga, depois disso deixamos-te em paz – disse o outro homem.

- Vou dar-vos o dinheiro que podem obter com ela.

- Tens a certeza? É demasiado…

- Tenho muito dinheiro, digam-me qual é o preço.

- Fazes mal em arriscar-te por uma adolescente que não vale a pena, queremos recordar-te que tens uma filha.

- Maky, certo colega? – Disse ao seu companheiro.

- Não se atrevam a tocar-lhe.

Um dos homens agarrou-lhe no pescoço e encostou-o à parede apontando-lhe uma arma à cabeça, queria sair, gritar, fazer qualquer coisa mas a Katy tapou-me a boca e não me deixou fazer nada, só fiquei a ver como magoavam Ross.

- Estás a ameaçar-me Lynch?

- Entrega-nos a miúda e ficarás fora disto.

- Foi para a Europa de férias, voltará dentro de duas semanas.

- Bom, temos de esperar.

- Ou diz-nos onde está para nós irmos atrás dela.

Ross ficou em silêncio e um deles riu-se.

- Ele quer disfrutar as últimas duas semanas da sua esposa.

- É melhor não nos mentires.

Dirigiram-se à porta e por fim foram-se embora, Ross moveu o sofá e Katy e eu saímos de imediato, agarrei-me a Ross e comecei a chorar desesperada, ele parecia estar assustado pois magoaram-no.

- Calma, já passou.

- Ross… Descul…pa.

- Meu amor tem calma por favor.

Comecei a sentir-me demasiado alterada, a minha respiração começou a acelerar e custava-me cada vez mais respirar, estes ataques ocorrem cada vez que estava sobre pressão, queria falar mas não conseguia, sentia um nó na garganta.

Ele pegou-me ao colo e deitou-me no banco de trás do carro, conduziu excedendo a velocidade permitida e foi assim que chegou em dez minutos à clinica, entrou nas urgências comigo ao colo e um médico ao vê-lo correu para me atender, de imediato examinou-me e colocaram-me uma máscara de nebulização e conectaram-me a uma máquina que marcava os meus sinais vitais.

O médico conseguiu estabilizar-me sem me dar nenhuns medicamentos pois no meu estado era demasiado perigoso, Ross ficou arrependido por me ter levado ao escritório sabendo que em qualquer momento esses homens podiam ir lá.

- Ross, Ross… - chamei.

Olá! Desculpem não ter publicado ontem mas como já previa não pude vir ao computador.

Quero dedicar este capítulo à @Diana_Lynch_R5, pois ela é fantástica e apoia-me imenso com a história, obrigada <3

Espero que tenham gostado do capítulo e obrigada por lerem, comentarem e votarem :3

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