Capítulo 53 - "O que planeias fazer?"

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Ela respondeu ao abraço. Cassidy afinal não estava louca, mas sim magoada, o seu coração estava cheio de ressentimento.

- Porque andavas com o namorado da minha amiga Eleanor?

- Que namorado? - Perguntou confusa.

- Com o Bruno, ele era namorado da Eleanor e tu meteste-te entre eles.

- Ah, esse idiota. Acredita em mim, fiz-lhe um favor ao afastá-lo dela, mas tudo foi parte do plano, sabia que ela é como uma irmã para ti por isso ao magoá-la também te iria magoar a ti, mas o Bruno só queria o dinheiro dela - limpou as suas lágrimas e ergueu-se - Só quero começar tudo de novo Sara.

- Somos primas Cassidy, podemos apoiar-nos mutuamente.

- Obrigada, mas não inventes, ambas sabemos que o teu marido não vai deixar que eu me aproxime de ti depois do que se passou.

- Todos temos direito a uma oportunidade.

Ela sorriu.

- Preciso de pôr a minha mente em claro, são muitas as coisas que cometi, magoei muita gente.

- O que planeias fazer?

- Uma viagem, quando me sentir pronta terão notícias minhas.

Estava totalmente mudada e isso reconfortava-me, finalmente teríamos a tranquilidade que tanto desejávamos. Começou a doer-me o estômago, não comia há dois dias, não sei como aguentei.

- Vou levar-te ao Ross - disse com um sorriso.

Quis caminhar mas as minhas pernas não respondiam, estava muito fraca.

- Sara, o que tens? - Perguntou alarmada.

- Não consigo respirar bem - respondi com dificuldade, a última coisa que me faltava era sofrer um ataque de asma e era isso que estava a acontecer.

- Este estúpido mal de família... - Murmurou.

Levei as minhas mãos até ao peito, estava assustada, o ar começava a faltar-me cada vez mais. Rapidamente a Cassidy pôs qualquer coisa na minha boca.

- Vamos, respira - disse pressionando o inalador - Isto deve servir, respira... Se morres o Ross jamais me perdoará.

Tentava fazê-lo mas era difícil, voltou a pressionar o inalador e foi quando senti que chegou até à minha garganta, melhorando um pouco a minha respiração.

- Tenho de te levar para o hospital.

Levantou-me como pôde, estava demasiado mal, não conseguia manter-me em pé. Respirava com dificuldade mas continuava consciente, subimos as escadas e chegamos até uma sala, andamos por vários corredores e dei-me conta de que a casa estava vazia. Os meus olhos fecharam-se e deixei de sustentar o meu corpo, só ouvi a voz da minha prima.

- Não podes morrer, não agora.

Acordei numa cama de hospital e estava totalmente só, nada me era familiar.

- Senhora, acordou - disse uma jovem enfermeira.

- Onde estou?

- No hospital Solidariedade.

Oh! Que grande ajuda! Não tenho ideia de onde é que o hospital fica...

- Os seus familiares vêm a caminho.

- Muito obrigada.

- A mulher que a trouxe pediu-me que lhe desse isto - disse colocando duas cartas sobre a cama - Se não precisa de mais nada retiro-me.

Dei-lhe um gentil sorriso e ela foi-se embora. Encontrava-me num grande quarto de hospital, estava numa pequena cama só com umas cortinas a separar-me do resto das outras pessoas. Passaram-se várias horas e Ross não chegava, comecei a preocupar-me, talvez Cassidy não lhe tivesse dito nada e isto tudo era uma mentira. Mas isso não podia ser, ela tinha mudado. Talvez Ross apenas não encontrasse o hospital, só isso. Decidi dormir pois fazia-me bastante falta.

- Senhora - disse uma mulher com uma voz suave - Desculpe acordá-la.

- O que se passa? - Disse esfregando os olhos.

- Os seus familiares chegaram - disse com um gentil sorriso - O jovem veio a correr e não quis esperar para vê-la.

- Por favor, diga-lhe para entrar, quero vê-lo.

- Está bem, vou chamá-lo.

Pouco depois Ross abriu a cortina bruscamente e correu até mim, abraçando-me.

- Graças a Deus estás bem - disse beijando o meu cabelo - Juro que vou fazer o que puder para a pôr na prisão.

- Meu amor, não o faças, ela arrependeu-se de tudo o que fez, ela foi enganada - disse em sua defesa.

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