Ela respondeu ao abraço. Cassidy afinal não estava louca, mas sim magoada, o seu coração estava cheio de ressentimento.
- Porque andavas com o namorado da minha amiga Eleanor?
- Que namorado? - Perguntou confusa.
- Com o Bruno, ele era namorado da Eleanor e tu meteste-te entre eles.
- Ah, esse idiota. Acredita em mim, fiz-lhe um favor ao afastá-lo dela, mas tudo foi parte do plano, sabia que ela é como uma irmã para ti por isso ao magoá-la também te iria magoar a ti, mas o Bruno só queria o dinheiro dela - limpou as suas lágrimas e ergueu-se - Só quero começar tudo de novo Sara.
- Somos primas Cassidy, podemos apoiar-nos mutuamente.
- Obrigada, mas não inventes, ambas sabemos que o teu marido não vai deixar que eu me aproxime de ti depois do que se passou.
- Todos temos direito a uma oportunidade.
Ela sorriu.
- Preciso de pôr a minha mente em claro, são muitas as coisas que cometi, magoei muita gente.
- O que planeias fazer?
- Uma viagem, quando me sentir pronta terão notícias minhas.
Estava totalmente mudada e isso reconfortava-me, finalmente teríamos a tranquilidade que tanto desejávamos. Começou a doer-me o estômago, não comia há dois dias, não sei como aguentei.
- Vou levar-te ao Ross - disse com um sorriso.
Quis caminhar mas as minhas pernas não respondiam, estava muito fraca.
- Sara, o que tens? - Perguntou alarmada.
- Não consigo respirar bem - respondi com dificuldade, a última coisa que me faltava era sofrer um ataque de asma e era isso que estava a acontecer.
- Este estúpido mal de família... - Murmurou.
Levei as minhas mãos até ao peito, estava assustada, o ar começava a faltar-me cada vez mais. Rapidamente a Cassidy pôs qualquer coisa na minha boca.
- Vamos, respira - disse pressionando o inalador - Isto deve servir, respira... Se morres o Ross jamais me perdoará.
Tentava fazê-lo mas era difícil, voltou a pressionar o inalador e foi quando senti que chegou até à minha garganta, melhorando um pouco a minha respiração.
- Tenho de te levar para o hospital.
Levantou-me como pôde, estava demasiado mal, não conseguia manter-me em pé. Respirava com dificuldade mas continuava consciente, subimos as escadas e chegamos até uma sala, andamos por vários corredores e dei-me conta de que a casa estava vazia. Os meus olhos fecharam-se e deixei de sustentar o meu corpo, só ouvi a voz da minha prima.
- Não podes morrer, não agora.
Acordei numa cama de hospital e estava totalmente só, nada me era familiar.
- Senhora, acordou - disse uma jovem enfermeira.
- Onde estou?
- No hospital Solidariedade.
Oh! Que grande ajuda! Não tenho ideia de onde é que o hospital fica...
- Os seus familiares vêm a caminho.
- Muito obrigada.
- A mulher que a trouxe pediu-me que lhe desse isto - disse colocando duas cartas sobre a cama - Se não precisa de mais nada retiro-me.
Dei-lhe um gentil sorriso e ela foi-se embora. Encontrava-me num grande quarto de hospital, estava numa pequena cama só com umas cortinas a separar-me do resto das outras pessoas. Passaram-se várias horas e Ross não chegava, comecei a preocupar-me, talvez Cassidy não lhe tivesse dito nada e isto tudo era uma mentira. Mas isso não podia ser, ela tinha mudado. Talvez Ross apenas não encontrasse o hospital, só isso. Decidi dormir pois fazia-me bastante falta.
- Senhora - disse uma mulher com uma voz suave - Desculpe acordá-la.
- O que se passa? - Disse esfregando os olhos.
- Os seus familiares chegaram - disse com um gentil sorriso - O jovem veio a correr e não quis esperar para vê-la.
- Por favor, diga-lhe para entrar, quero vê-lo.
- Está bem, vou chamá-lo.
Pouco depois Ross abriu a cortina bruscamente e correu até mim, abraçando-me.
- Graças a Deus estás bem - disse beijando o meu cabelo - Juro que vou fazer o que puder para a pôr na prisão.
- Meu amor, não o faças, ela arrependeu-se de tudo o que fez, ela foi enganada - disse em sua defesa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Marry a Stranger
FanficSara é uma rapariga de dezasseis anos que sempre viveu com o seu pai, a sua mãe faleceu pouco depois de esta ter nascido e o seu pai sempre cuidou dela. É herdeira de uma grande fortuna e até há uns meses era muito feliz, até que aconteceu a desgraç...