Capítulo 26 - "Voltaste a vê-la?"

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- Não quero dormir Ross, dorme tu se quiseres.

- Porque não queres dormir, linda?

- Para dizer a verdade, não consigo dormir.

- Então eu também não vou dormir - disse beijando-me.

- Ross, eu amo-te tanto... A Cassidy também tinha esta marca?

Ainda que não o mostrasse morria de ciúmes dessa mulher.

- Sara...

- Só quero saber.

- Não, não tem, pelo menos não reparei.

- Dás-te conta de que estás casada com a prima da tua ex-mulher?

- Importas-te com isso?

- Não, eu nem sequer conheço a minha "adorada prima". Há uma coisa que não percebo. Porquê que é tão perigoso que eu saiba a verdade?

- O teu pai teve a ajuda de alguns mafiosos para não ir parar à prisão e quando já não quis mais nada com eles tentou sair, eles não o permitiram mas o teu pai arranjou umas provas contra o seu líder e eles deixaram-no em paz.

- Voltaste a vê-la?

Ele ficou em silêncio.

- Só quero saber, não me vou zangar.

- Ela assistiu ao funeral do teu pai.

Como é que não me dei conta? Sentia o meu sangue a ferver dos ciúmes.

- Falaste com ela? - Perguntei num tom chateado.

- Basta de conversas, precisas de dormir, vou preparar-te um chá que a médica disse para te dar.

Levantou-se da cama ignorando-me por completo, deve ter-se passado alguma coisa para que ele agisse assim.

- Ross Lynch, não fujas!

Levantei-me e segui-o até à cozinha onde ele estava a aquecer alguma água.

- Não é bom que te levantes bruscamente Sara.

- Responde à minha pergunta.

- Só troquei umas palavras com ela.

- Por isso é que saíste a correr quando te fiz a pergunta - olhei-o diretamente nos olhos, normalmente isso não o afeta mas desta vez ele dirigiu o olhar para o chão - Quero saber o que se passou.

- Ela beijou-me.

- Beijou-te, beijou-te? - Repeti enquanto estava processar.

- Foi só uma questão de segundos, juro.

- Diz-me que ela te apontou uma arma à cabeça para a beijares.

- Não, mas a sério que foram só uns segundos, eu separei-me logo dela!

- Sentiste alguma coisa? - Tentava estar o mais calma possível mas não consegui, se tivesse essa mulher à frente matava-a.

- Não foi nada linda, por favor, perdoa-me, não se passou mais nada.

Tentou abraçar-me mas eu dei um passo atrás e impedi-o, sentei-me. Passados alguns minutos em silêncio Ross aproximou-se dando-me o chá.

- O médico disse-me que isto te acalmaria quando estivesses um pouco alterada.

Eu estava sumida nos meus pensamentos, não parava de dar voltas na minha cabeça, imaginar o Ross a beijar a Cassidy, mesmo que só a tenha visto uma vez nas fotografias lembro-me bem dela, é muito bonita e se o Ross ainda sente alguma coisa por ela? Onde fico eu? Ele vai deixar-me sozinha? Não ia aguentar perdê-lo, ele agora é a única pessoa que tenho e brevemente o meu filho ou filha.

Em vez de me pôr a pensar nisto preciso de manter o interesse do meu marido em mim, devo ser mais carinhosa ou qualquer coisa assim, mas tenho de manter vivo o amor que Ross sente por mim, não vou deixar o caminho livre para essa estúpida, ela já perdeu a sua oportunidade há alguns anos.

- A que horas é o voo?

- Às seis da manhã.

- Então não faz sentido que vá dormir agora, vou tomar um duche - disse acabando de beber o chá.

Levantei-me e caminhei até ao quarto, quando estava a entrar senti uns braços à roda da minha cintura.

- O que se passa Ross?

- São três e meia, ainda temos tempo de falar.

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