capítulo 10

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Não me lembro de nenhuma vez, nem mesmo quando criança, de ir enfrentar meu inimigo desarmada

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Não me lembro de nenhuma vez, nem mesmo quando criança, de ir enfrentar meu inimigo desarmada.

todas as vezes em que tive que fazer isso tinha ao menos uma lâmina, ou algo que me desse uma vantagem significativa. Dessa vez, no entanto, a única coisa que tenho é esperança, e possivelmente não vai me ajudar muito.

Enquanto passo pelos corredores do palácio, com as tapeçarias, pouca iluminação e paredes cheias de trepadeiras, tive a impressão que caminhava para minha execução. Decidi, então, que seguiria para minha execução de ombros eretos e cabeça erguida, porque mesmo que no fim minha sentença seja a morte ainda sou uma rainha. Irei para a forca com minha coroa perfeitamente alinhada na cabeça.

Nenhum guarda ou membro da corte das sombras me seguia, lhes dei instruções claras de que não o fizessem, afinal não era como se eu estivesse indo matar um dragão ou algo assim. Era apenas Nicassia, e talvez agora pensando bem, não era muito diferente de um dragão cuspidor de fogo.

A vi assim que cruzei as portas para o jardim, ela estava sentada em um banco de pedra com um livro nas mãos, parecia perfeitamente à vontade e relaxada. As roupas bem arejadas de linho verde lhe davam um ar ainda mais tranquilo, as jóias no pescoço e nos cabelos azuis e no próprio vestido, no entanto, deixavam transparecer o que, exatamente, estava envolta em toda aquela fachada de calmaria e tranquilidade.

Ela não pareceu notar quando me aproximei dela, totalmente destoante em meio ao um jardim iluminado pela lua e sob o olhar suave de uma princesa abençoada. Não, eu era ferro fundido e moldado, brutal e perversa. Eu era terra e aço e sangue, enquanto ela era flores e luz e brisas suaves.

Nós certamente parecíamos dois animais prontos para atacar no primeiro sinal de perigo, e isso era possivelmente verdade.

- Bem, finalmente terei a honra de sua presença Majestade? - precisei de muito de meu auto controle para não rosnar para ela, toda essa fachada foi jogada de um penhasco com o tom de voz irritante e odioso.

Não respondi antes que estivesse sentada ao seu lado no banco, a pedra era fria conta minhas cochas, mesmo com todo o couro que usava.

- Por alguns poucos minutos eu espero.

Não queria rodeios, não queria diplomacia e meias palavras, só a boa e velha verdade.

Nicassia arqueou uma sobrancelha bem feita e apoiou o livro no colo.

- Vejo que acordou muito bem disposta hoje, majestade.

Feericos não podiam usar nenhum tipo de ironia, mas pelos deuses, Nicassia certamente tinha esse poder.

Me concentrei na respiração, no que eu precisava fazer, não tinha tempo para isso.

- Quero que escute bem o que vou dizer, por que só vou falar uma vez. Chega de jogos, chega de fingimento, não vim aqui para participar do que quer que esteja brincando dessa vez. - O pequeno sorriso sem emoção e a expressão afetada se desfez, talvez fosse a forma cansada e seria com que eu disse as palavras.

heirs of ElfhameOnde histórias criam vida. Descubra agora