Meses após os acontecimentos de "A rainha do nada" Jude se vê em uma situação, um tanto quanto inusitada e perigosa.
Novas intrigas, planos mirabolantes, amizades improváveis, segredos e meias verdades desastrosas. Tudo isso enquanto tenta lidar com...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Se o clima tenso dessa noite fosse indicação de alguma coisa eu diria que as coisas dariam errado de alguma forma.
Orlagh está a frente do estrado parecendo que ela é a governante e não eu, por um momento contemplo a ideia de fazê-la se ajoelhar, mas descarto logo em seguida. O estresse que isso iria causar não vale a pena.
- há que devo sua presença, majestade? - falo para a rainha a minha frente, quando o que realmente queria era cuspir em sua cara.
- Apenas uma conversa de um governante para o outro, meu rei. - Sei bem que ela não quis dizer as últimas palavras.
Mantinha uma expressão impassível em meu rosto, não estou disposto a dar nada a ela, nem mesmo meu tédio ou desdém.
- Bom, sou todo ouvidos.
O sorriso dela mais me pareceu o preparo do bote de uma cobra, uma cobra do mar imortal e sem escrúpulos.
- Esse não deve ser um momento muito bom para você, eu imagino, sabe com a perda tão recente de sua esposa mortal.
Meu corpo fica rígido e meu sangue começa a ferver lentamente como uma promessa de morte lenta a criatura a minha frente, mas não deixo transparecer nada disso, ao inferno antes dela saber que suas palavras me atingem.
- Mas não me surpreendeu quando ouvi a notícia, criaturas frágeis os mortais, não acha? - Não dei nenhuma resposta a ela, seu sorriso idiota pareceu ficar mais largo com isso. - Bem, agora você tem alguém mais forte ao seu lado, espero que assim seja por muitos séculos.
também não respondi a pergunta por trás de suas palavras, nem mesmo com meu óbvio desinteresse seu sorriso vacilou.
- Não pretendo tomar muito de seu tempo, Meu rei, apenas vim falar uma coisa antes de me retirar para meus aposentos.
revirei os olhos por um segundo. Minhas orelhas poderiam sangrar a qualquer momento com suas palavras.
- Me diga então, Orlagh.
Seus olhos tinham um brilho perverso quando sua voz ecoou pela sala vazia, a não ser por nós.
- Vim lhe avisar para tomar cuidado, Grande rei.
levantei uma sobrancelha para ela.
- Isso me parece uma ameaça, Orlagh.
A víbora pareceu se transformar num dragão quando seus olhos brilharam com algo que não consegui identificar.
- Esse é seu palpite, majestade? Uma ameaça?
ri com escárnio, o nojo não era em um pouco forçado como a maioria de minhas reações ultimamente.
- Sim, é o que me parece. - Eu disse colocando uma mão abaixo do queixo, contemplando o que eu faria com ela quando tivesse minha chance. - Você teria essa coragem, rainha submarina? Ameaçar o Rei em sua própria casa?
